sexta-feira, 1 de dezembro de 2023



 Apocalipse 9:13. O sexto anjo tocou a sua trombeta; e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus,
14. a qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos que se acham presos junto do grande rio Eufrates.

trecho bíblico que justifica esses está no capítulo 9 do livro de Apocalipse que fala sobre quatro anjos presos junto ao rio (Apocalipse 9:13 e 14).

O Rio Eufrates, que está cada vez mais seco,  apresentou as suas reações.  É preciso separar os quatro anjos descritos em Apocalipse 7 dos anjos de Apocalipse 9. Os primeiros são anjos bons que estão livres segurando os quatro ventos. Os demais, são anjos maus que trarão destruição.

Apocalipse 16:12 E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente. 13 E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do afalso profeta, vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs.

Jeremias 50.38 e 39: “A espada virá sobre as suas águas, e estas secarão; porque é uma terra de imagens de escultura, e os seus moradores enlouquecem por estas coisas horríveis.

Além disso, A secura do rio não é o cumprimento da profecia, mas sim uma crise hídrica que ocorre no mundo todo, pois a Bíblia fala de uma secura imediata, não do processo contínuo de secamento como tem sido percebido nas últimas décadas.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Presidente da CADVPR




Meu amado irmão, minha família, selo do meu apostolado, meu filhinho em Cristo Jesus!

Nós estamos falando durante esses dias sobre como reverter maldições. Esse é um tema complicado de ser tratado, porque existem muitos ministérios que usam a maldição como estratégia para amedrontar as pessoas. Então, precisamos entender como a Graça de Deus vê essa questão. Por ser muito complicado, nós esperamos meses para amadurecer a idéia e trazê-la a público.

Vamos, então, falar sobre a reversão da falta da bênção, que a Bíblia chama de maldição.Deuteronômio 11:26-28, diz assim: “Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes.”

Toda pessoa que vive debaixo da bênção de Deus é aquela que cumpre os mandamentos do Senhor. É simples! E quando a maldição chega à vida de uma pessoa? Quando ela segue outros deuses e quando vive desviada das verdades de Deus.

Agora, vê uma coisa interessante. Em Deuteronômio 7:9, diz assim: “Saberás, pois, que o SENHOR, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos;”.

A pessoa fiel a Deus, que está na igreja, íntegra, submetida ao Senhor, cuja dependência vem de Deus, está, na realidade, programando a bênção do Senhor até mil gerações. É possível que tu, como um pai, como uma mãe, fiel ao Senhor, transmitas bênçãos para as tuas próximas gerações. Mas, o que eu te queria mostrar é que, também é possível uma família passar a maldição de geração em geração. Assim como nós podemos passar a bênção para as nossas gerações futuras, é possível que uma pessoa tenha passado maldição para os seus descendentes.

No livro de Êxodo, o Senhor explicou isso. Êxodo 20:5-6 diz assim: “Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.”

Quando um membro de uma família aborrece a Deus, é contra Deus, anda na iniqüidade e serve a outros deuses, ele passará a sua iniqüidade até a terceira e quarta geração. O filho, o neto, o bisneto e o tataraneto sofrerão por causa dessa iniqüidade.

Agora, olha o que eu te vou mostrar: quando alguém está debaixo de uma maldição espiritual, porque os seus antepassados serviram a falsos deuses ou andaram nos caminhos da iniqüidade, uma vez que essa pessoa se converta, quando ela confessa Jesus, espiritualmente, não pode mais ser afetada por nenhuma maldição, ou nenhuma condenação. A Bíblia diz que quem está em Cristo é uma nova criatura, as coisas velhas já passaram, eis que tudo se faz novo. O cristão não pode mais ser possuído pelo diabo. O demônio não entra mais na sua vida. Ele é propriedade exclusiva de Deus, é nação santa, é raça eleita.

Estamos falando das questões espirituais. No espírito, estamos perfeitos por um único sacrifício. Mas, nós possuímos uma carne, temos emoções, uma vida física e financeira.

Agora, vê: em Cristo, toda a maldição espiritual é cortada da nossa vida; mas, precisamos compreender que algumas coisas ainda podem afetar a nossa vida quando não possuímos conhecimento bíblico sobre o assunto e não sabemos reagir contra essas situações.

Paulo, o Apóstolo da Graça de Deus, no Livro de Romanos 7:15, 18, 21 e 24 diz assim:“Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto.” “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.” “Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.” “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”.

Paulo está dizendo que ele, como um filho de Deus, tinha o seu espírito perfeito. Mas, existia alguma situação que afetava tanto a sua vida que ele chegou a dizer: ‘desventurado homem que sou!’

Eu queria dizer o seguinte: o que afetou os nossos pais, espiritualmente, não pode mais nos afetar, porque somos novas criaturas em Cristo. Mas, ao longo de 27 anos de obra de Deus, eu tenho visto que, emocionalmente, fisicamente e financeiramente, muitas pessoas, que estão na igreja, ainda são afetadas por aquilo que ocorreu nas suas famílias. Elas ainda não reverteram o processo, ainda não batalharam contra a situação, e, em função disso, há muitas pessoas, no corpo de Cristo, vivendo uma vida sempre cheia de problemas. Esses problemas foram herdados da família. São pessoas que vivem num contexto tão inóspito, tão cruel, tão perverso, tão mau, que parece que nem são cristãos.

Nós sabemos, agora, à luz da Bíblia, que a causa, às vezes, está na família. A criança será na vida adulta o que ela recebeu dos seus pais. Hoje há muitos adultos que carregam dentro de si violência, amedrontamentos, iniqüidades e pecados que receberam dos seus pais, pais esses que passam aos seus filhos verdadeiras calamidades.

Quantas pessoas são deprimidas porque a mãe já era deprimida, o pai já era deprimido? Quantas pessoas se sentem atraídas por homens ou mulheres violentos, alcoólatras, dependentes químicos, neuróticos, porque alguém bem próximo de suas famílias era assim? Quantas pessoas acabam desenvolvendo a doença que a avó teve? A medicina reconhece isso. A primeira coisa que o médico te pergunta, quando tu vais fazer um check up, é se tu sabes o histórico clínico do teu pai ou da tua mãe. Por quê? Porque a tendência é que, se a mãe é diabética, pode ser que o filho também seja ou venha a ser. Então, nós precisamos aprender a cancelar isso tudo, a reverter isso tudo.

O Apóstolo Pedro disse em 1 Pedro 1:18: “sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram,”.

Muitas pessoas tiveram dos seus pais um legado. E qual foi esse legado? Um fútil procedimento. Às vezes, são problemas mentais, emocionais ou financeiros. Há pessoas que nunca saem daquela rotina de falta, falta, falta, crise, crise, crise… Apesar de serem fiéis a Deus, não sabem como reagir contra isso.

É tempo de revertermos esse tipo de maldição e vivermos as bênçãos de Abraão, as quais temos direito. E quando nós falamos: ‘reverter para viver’, estamos nos referindo a todas as áreas: física, emocional, espiritual e financeira. Como podemos admitir depressão dentro da nossa casa? De forma alguma. Elas são sintomas da maldição.

Muitas pessoas têm Cristo no coração, louvam a Deus, mas são afetadas por uma herança que receberam de alguém da família. Espiritualmente, estão perfeitas, mas, em termos emocionais, são um caco, infelizes, deprimidas, estão sempre chorando… Isso é uma herança que precisa ser revertida, para que possam viver as bênçãos de Abraão.

Agora, vê uma coisa. Em Provérbios 26:2, diz assim: “Como o pássaro que foge, como a andorinha no seu vôo, assim, a maldição sem causa não se cumpre.”

A maldição sempre tem uma causa. Por quê? Porque quando conhecemos a causa podemos quebrá-la e revertê-la. E olha, não adianta somente conhecer o Pacto da Graça de Deus; é preciso conhecer a origem da maldição. Sabemos quem somos espiritualmente, mas é importante sabermos também quem somos como homem, como mulher, para podermos reagir, contra-atacar, quebrar, não aceitar a maldição na nossa vida.

Jeremias 31:29 diz: “Naqueles dias, já não dirão: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram.”

Às vezes, o que os pais fazem afetam a vida dos filhos, o lar, a família. Olha, se o pai bebe, quem fica com “os dentes embotados” é o filho. É o filho que verá o pai chegar embriagado em casa, bater na mãe, quebrar a janela, dar chute no carro. O pai que se droga pensa que está drogando apenas a si. Engano! Está drogando a família toda, porque, na realidade, os filhos ficarão com “os dentes embotados”.

Vamos ver três casos muito importantes de maldição, e como as pessoas que a herdaram, reverteram a situação. Vamos começar vendo o caso de Cam e sua descendência.

Gênesis 9:20-27: “Sendo Noé lavrador, passou a plantar uma vinha. Bebendo do vinho, embriagou-se e se pôs nu dentro de sua tenda. Cam, pai de Canaã, vendo a nudez do pai, fê-lo saber, fora, a seus dois irmãos. Então, Sem e Jafé tomaram uma capa, puseram-na sobre os próprios ombros de ambos e, andando de costas, rostos desviados, cobriram a nudez do pai, sem que a vissem. Despertando Noé do seu vinho, soube o que lhe fizera o filho mais moço e disse: Maldito seja Canaã; seja servo dos servos a seus irmãos. E ajuntou: Bendito seja o SENHOR, Deus de Sem; e Canaã lhe seja servo. Engrandeça Deus a Jafé, e habite ele nas tendas de Sem; e Canaã lhe seja servo.”

O que aconteceu? O que estava ocorrendo nessa família? Noé se deixou levar por um exagero com o vinho. O seu filho, Cam, entrou na tenda e o viu nu e embriagado. Depois, botou a “boca no trombone”. Com isso, veio a maldição sobre ele, porque diz a Palavra que é maldito aquele que não honra pai e mãe.

Em seguida, o Livro de Gênesis mostra o que ocorreu com a sua descendência. Queres ver?Gênesis 10:15-20 “Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete, e aos jebuseus, aos amorreus, aos girgaseus, aos heveus, aos arqueus, aos sineus, aos arvadeus, aos zemareus e aos hamateus; e depois se espalharam as famílias dos cananeus. E o limite dos cananeus foi desde Sidom, indo para Gerar, até Gaza, indo para Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa. São estes os filhos de Cam…”.

Cam se tornou maldito porque desprezou o pai, porque era semente da maldição. O que ocorreu? Toda a sua descendência, inclusive os amorreus, foi maldita.

Vê mais. Gênesis 15:26 “Na quarta geração, tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus.”

Já estava na quarta geração e ainda não havia acabado a iniqüidade dos amorreus, a maldição sobre os amorreus.

Os amorreus lutaram contra o povo de Deus, tentaram matar o povo de Deus, lutaram contra Moisés… E quando tudo começou? Com a maldição de Cam.

Agora, alguém no meio dos amorreus reverteu a maldição. Uma prostituta chamada Raabe. No Livro de Josué diz isso. Josué 2:1-11: “De Sitim enviou Josué, filho de Num, dois homens, secretamente, como espias, dizendo: Andai e observai a terra e Jericó. Foram, pois, e entraram na casa de uma mulher prostituta, cujo nome era Raabe, e pousaram ali. Então, se deu notícia ao rei de Jericó, dizendo: Eis que, esta noite, vieram aqui uns homens dos filhos de Israel para espiar a terra. Mandou, pois, o rei de Jericó dizer a Raabe: Faze sair os homens que vieram a ti e entraram na tua casa, porque vieram espiar toda a terra. A mulher, porém, havia tomado e escondido os dois homens; e disse: É verdade que os dois homens vieram a mim, porém eu não sabia donde eram. Havendo-se de fechar a porta, sendo já escuro, eles saíram; não sei para onde foram; ide após eles depressa, porque os alcançareis. Ela, porém, os fizera subir ao eirado e os escondera entre as canas do linho que havia disposto em ordem no eirado. Foram-se aqueles homens após os espias pelo caminho que dá aos vaus do Jordão; e, havendo saído os que iam após eles, fechou-se a porta. Antes que os espias se deitassem, foi ela ter com eles ao eirado e lhes disse: Bem sei que o SENHOR vos deu esta terra, e que o pavor que infundis caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra estão desmaiados. Porque temos ouvido que o SENHOR secou as águas do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito; e também o que fizestes aos dois reis dos amorreus, Seom e Ogue, que estavam além do Jordão, os quais destruístes. Ouvindo isto, desmaiou-nos o coração, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o SENHOR, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra.”

Essa mulher, que era descendente dos amorreus, escondeu dois homens do povo de Deus em sua casa e disse alguma coisa muito importante: ‘Bem sei que o Senhor vosso Deus é Deus da terra.’ Depois ela disse: ‘O Senhor vosso Deus é o Deus acima nos céus e embaixo na terra.’ Então, ela, naquele momento, reverteu a situação maligna e maldita que estava sobre a sua vida por ser descendente daquele povo, porque ela confessou a Deus como Senhor. E mais do que isso. Vamos ver, agora, o versículo 12: “Agora, pois, jurai-me, vos peço, pelo SENHOR que, assim como usei de misericórdia para convosco, também dela usareis para com a casa de meu pai; e que me dareis um sinal certo”

Raabe “sabia” que ao confessar a Glória de Deus e reconhecer o Deus daqueles dois espias, estava começando a reverter a maldição sobre ela, e sobre a casa dos pais e da sua família.

Versículos 13-21: “Ela, então, os fez descer por uma corda pela janela, porque a casa em que residia estava sobre o muro da cidade. E disse-lhes: Ide-vos ao monte, para que, porventura, vos não encontrem os perseguidores; escondei-vos lá três dias, até que eles voltem; e, depois, tomareis o vosso caminho. Disseram-lhe os homens: Desobrigados seremos deste teu juramento que nos fizeste jurar, se, vindo nós à terra, não atares este cordão de fio de escarlata à janela por onde nos fizeste descer; e se não recolheres em casa contigo teu pai, e tua mãe, e teus irmãos, e a toda a família de teu pai. Qualquer que sair para fora da porta da tua casa, o seu sangue lhe cairá sobre a cabeça, e nós seremos inocentes; mas o sangue de qualquer que estiver contigo em casa caia sobre a nossa cabeça, se alguém nele puser mão. Também, se tu denunciares esta nossa missão, seremos desobrigados do juramento que nos fizeste jurar. E ela disse: Segundo as vossas palavras, assim seja. Então, os despediu; e eles se foram; e ela atou o cordão de escarlata à janela.”

O que simboliza o “cordão”? O Sangue de Jesus. Então, a partir do momento em que ela disse: ‘Eu sei que é Deus. Eu sei que o Deus é o Deus dos céus e da terra’, os pais, ela e os irmãos e toda a família saíram da maldição dos amorreus.

Josué 6:22-25 diz: “Então, disse Josué aos dois homens que espiaram a terra: Entrai na casa da mulher prostituta e tirai-a de lá com tudo quanto tiver, como lhe jurastes. Então, entraram os jovens, os espias, e tiraram Raabe, e seu pai, e sua mãe, e seus irmãos, e tudo quanto tinha; tiraram também toda a sua parentela e os acamparam fora do arraial de Israel. Porém a cidade e tudo quanto havia nela, queimaram-no; tão-somente a prata, o ouro e os utensílios de bronze e de ferro deram para o tesouro da Casa do SENHOR. Mas Josué conservou com vida a prostituta Raabe, e a casa de seu pai, e tudo quanto tinha; e habitou no meio de Israel até ao dia de hoje, porquanto escondera os mensageiros que Josué enviara a espiar Jericó.”

Aquela mulher estava condenada, pois fazia parte de um povo maldito. Mas, no momento em que ela colocou aquele pano vermelho, que era uma tipologia do Sangue de Cristo, toda cidade foi destruída, mas ninguém tocou nela, nem nos pais, nem nos irmãos, nem na sua parentela, nem na sua casa,.

Tu deves agir desta forma: crer no poder de Deus, crer no Sangue de Cristo e não hesitar, reverter a situação, atacando-a de frente. Não sei qual é a área do teu sofrimento. Mas, a Bíblia mostra que uma prostituta, ao reconhecer a Glória de Deus, e ao colocar a tipologia do Sangue de Jesus na sua porta, viu toda a sua parentela, que era maldita, viver abençoada no meio dos judeus. Isso é maravilhoso!

O segundo caso está em Gênesis 19:30-36: “Subiu Ló de Zoar e habitou no monte, ele e suas duas filhas, porque receavam permanecer em Zoar; e habitou numa caverna, e com ele as duas filhas. Então, a primogênita disse à mais moça: Nosso pai está velho, e não há homem na terra que venha unir-se conosco, segundo o costume de toda terra. Vem, façamo-lo beber vinho, deitemo-nos com ele e conservemos a descendência de nosso pai. Naquela noite, pois, deram a beber vinho a seu pai, e, entrando a primogênita, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou. No dia seguinte, disse a primogênita à mais nova: Deitei-me, ontem, à noite, com o meu pai. Demos-lhe a beber vinho também esta noite; entra e deita-te com ele, para que preservemos a descendência de nosso pai. De novo, pois, deram, aquela noite, a beber vinho a seu pai, e, entrando a mais nova, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou. E assim as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai.”

Mais um drama familiar por causa do excesso de álcool. A maldição do alcoolismo gerou o incesto. As próprias filhas embebedaram o pai para procriarem com ele.

Provérbios 31:4-6 diz assim: “Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte. Para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos.”

Não é próprio dos reis se embriagarem. Tu és rei e sacerdote. A pessoa que bebe esquece da lei, bate com o carro, mata a família, destrói uma família, rouba no emprego…

Isaias 5:11 diz assim: “Ai dos que se levantam pela manhã e seguem a bebedice e continuam até alta noite, até que o vinho os esquenta!”. Ai …

Toda vez que existe problemas com álcool dentro da família, a descendência é afetada. É preciso quebrar essa maldição que, às vezes, afeta completamente a vida financeira, não havendo sobra de dinheiro para alimentação, para a casa, para os filhos…

Noé se embriagou, gerou maldição em Cam. Ló se embriagou, gerou maldição nas filhas, e essa maldição passou a Moabe e a Bem-Ami, que eram os filhos que as filhas de Ló tiveram com ele. Incesto! Olha aqui, que maldição!

Em Deuteronômio 23:3 diz assim: “Nenhum amonita ou moabita entrará na assembléia do SENHOR; nem ainda a sua décima geração entrará na assembléia do SENHOR, eternamente.” Os moabitas e os amonitas eram os descendentes dos dois filhos que Ló teve com as próprias filhas. Olha que confusão da maldição.

Agora, nós vamos ver como uma mulher, descendente de Moabe, reverte isso tudo. Rute 1:1-5 diz assim: “Nos dias em que julgavam os juízes, houve fome na terra; e um homem de Belém de Judá saiu a habitar na terra de Moabe, com sua mulher e seus dois filhos. Este homem se chamava Elimeleque, e sua mulher, Noemi; os filhos se chamavam Malom e Quiliom, efrateus, de Belém de Judá; vieram à terra de Moabe e ficaram ali. Morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com seus dois filhos, os quais casaram com mulheres moabitas; era o nome de uma Orfa, e o nome da outra, Rute; e ficaram ali quase dez anos. Morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando, assim, a mulher desamparada de seus dois filhos e de seu marido.”

A Bíblia diz: ‘nenhum moabita entra na assembléia do Senhor.’ Os Moabitas estavam debaixo de maldição, porque eram filhos de uma maldição.

Rute 1:14-17 “Então, de novo, choraram em voz alta; Orfa, com um beijo, se despediu de sua sogra, porém Rute se apegou a ela. Disse Noemi: Eis que tua cunhada voltou ao seu povo e aos seus deuses; também tu, volta após a tua cunhada. Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o SENHOR o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.”

Rute, ao dizer que o Deus de Noemi era também o seu Deus, reconhece Jesus como Senhor e, assim, confronta a maldição dos moabitas. E sabes o que aconteceu? Essa história é muito linda. A sogra, então, descobre que havia um rei chamado Boaz que não tinha esposa e diz a Rute: “Banha-te, e unge-te, e põe os teus melhores vestidos, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber.” (Rute 3:3).

“Banha-te” simboliza a Palavra. A Palavra é a água que lava. “Unge-te” simboliza a unção do Espírito Santo. “Veste-te” simboliza o revestimento da armadura de Deus. “Desce à eira” significa ir à igreja.

Então, toda pessoa que se banha com a Palavra, que recebe a unção do Espírito Santo, que se reveste da armadura de Deus e desce à eira, ou seja, está na igreja, reverte a maldição da sua vida.

Banhar-se, ungir-se, vestir-se com os melhores vestidos e ir à eira é um tipo da igreja, é um tipo de Cristo, era a sombra. Hoje, nós temos a substância, e é isso que reverte a maldição: a Palavra, a unção de Deus, a armadura de Deus e estar na igreja todos os dias.

Depois, o que aconteceu na vida de Rute? Rute 4:13-17 “Assim, tomou Boaz a Rute, e ela passou a ser sua mulher; coabitou com ela, e o SENHOR lhe concedeu que concebesse, e teve um filho. Então, as mulheres disseram a Noemi: Seja o SENHOR bendito, que não deixou, hoje, de te dar um neto que será teu resgatador, e seja afamado em Israel o nome deste. Ele será restaurador da tua vida e consolador da tua velhice, pois tua nora, que te ama, o deu à luz, e ela te é melhor do que sete filhos. Noemi tomou o menino, e o pôs no regaço, e entrou a cuidar dele. As vizinhas lhe deram nome, dizendo: A Noemi nasceu um filho. E lhe chamaram Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi.”

Aquela mulher que estava condenada pela maldição dos moabitas, de repente, se torna “a melhor”, por causa da Glória de Deus na sua vida. Em seguida, o que se passa? Vê, o filho que lhe nasceu. Versículo 15“Ele será restaurador da tua vida e consolador da tua velhice…”. Obede, o filho de Rute com o rei Boaz, na realidade, era um tipo de Cristo!

Meu amado, nós vimos três casos: descendência maldita por alcoolismo, descendência maldita por fornicação e incesto, descendência maldita por povo amaldiçoado. Três situações revertidas no momento em que a pessoa enfrentou e confrontou a maldição.

Tu não foste chamado para viver sem que tenhas, em Cristo, o Restaurador e o Resgatador da tua vida.

Agora, tu já sabes como reagir, como confrontar, como não aceitar. Rute, apesar de ter vindo de toda a maldição dos moabitas, proibida de entrar na casa do Senhor, ao confessar, ao reconhecer, ao se unir a Boaz, tem um filho, que passou a ser o restaurador o resgatador da vida de Noemi. Isso se chama reversão da maldição.

Existem problemas que devem ser resolvidos hoje, pois vêm se perpetuando e destruindo muitas famílias.

Primeiro problema: doença. Salmo 107:20 “Enviou-lhes a sua palavra, e os sarou, e os livrou do que lhes era mortal.” Se há uma doença em alguma família, que vem se perpetuando, a Palavra livra.

Segundo problema: a maldição do adultério. Provérbios 6:23-25, diz: “Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida; para te guardarem da vil mulher e das lisonjas da mulher alheia. Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te deixes prender com as suas olhadelas.”

Não aceites participar de adultério! Eu conheço caso de pessoas que foram ricas, milionárias, mas perderam tudo por causa do adultério.

Terceiro problema: artrite. A artrite é um dos casos que mais domina a velhice. Jó 4:3-4 “Eis que tens ensinado a muitos e tens fortalecido mãos fracas. As tuas palavras têm sustentado aos que tropeçavam, e os joelhos vacilantes tens fortificado.”

Hoje a instrução põe fim à artrite. Ponto final! Isso é uma maldição e tem que acabar!

Quarto problema: sangue. Algumas pessoas herdam problemas de sangue. Ezequiel 16:6 diz assim: “Passando eu por junto de ti, vi-te a revolver-te no teu sangue e te disse: Ainda que estás no teu sangue, vive; sim, ainda que estás no teu sangue, vive.”

Se tu tens problema de sangue, recebe, agora, a reversão dessa maldição! Teu sangue está perfeito, as hemácias, os glóbulos brancos, vermelhos, glicose… está tudo no lugar.

Quinto problema: doença no corpo e nos ossos. Provérbios 16:24 “Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo.”

Seja qual for a doença, agora, do alto da cabeça a planta dos pés, revertemos toda maldição de família.

Sexto problema: medo. Olha o que diz o Salmo 56:4 “Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal?”

Há pessoas que sentem medo da sombra, do vizinho, do chefe, da macumba… ninguém te pode fazer mal! Não adianta!

Sétimo problema: medo da velhice. Salmo 92:13-14 “Plantados na Casa do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor,”. Que os velhinhos digam: ‘amém!’

Quando chegarmos à velhice não teremos medo. Tu serás um velho poderoso!

Oitavo problema: doenças mentais na família. Provérbios 16:3 “Confia ao SENHOR as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos.”

Olha, não importa qual seja o desígnio do maligno que tenha batido na tua família, tudo será estabelecido por Deus!

Nono problema: pobreza. Josué 1:8, diz assim: “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.” Ponto final para a maldição da pobreza.

E, finalmente, o décimo problema: filhos rebeldes. Jeremias 31:16 “Assim diz o SENHOR: Reprime a tua voz de choro e as lágrimas de teus olhos; porque há recompensa para as tuas obras, diz o SENHOR, pois os teus filhos voltarão da terra do inimigo.” Os teus filhos voltarão! Eu creio nisso!

Não aceitamos nenhuma maldição no nosso meio, não aceitamos nada que seja contra a bênção de Deus.

Em Números 23:8, o Senhor diz: “Como posso amaldiçoar a quem Deus não amaldiçoou? Como posso denunciar a quem o SENHOR não denunciou?”.

Se Deus não nos amaldiçoou, como vamos aceitar maldição? A maldição é herança, coisa que veio lá de trás; não é para nós. Hoje, pára tudo, irmão! A tua família é forte, tu és forte e poderoso. Não há mais dependência do álcool, não há mais sofrimento. A bênção virá à tua família, à tua casa, aos teus negócios, ao teu dinheiro. Diz: ‘Eu recebo!’

Tu terás a bênção para viver melhor junto com a tua família. Tu terás essas verdades em todas as áreas da tua vida, e nós vamos levá-las a todas as nações do mundo! Nós fomos criados pelo Autor de toda boa obra, o Autor de toda boa dádiva, para que nós desfrutemos da vida e tenhamos todas as nossas necessidades supridas. Nós fomos criados por Deus para o bem e para o bom. Então, que o Senhor coloque em teu coração o desejo de prosperar, de viver bem, de não aceitar as doenças, de não aceitar mais a pobreza na tua vida, de não aceitar a escassez, de não aceitar as privações.

O conhecimento que eu te passo vai te tirar de uma vida de escassez e de necessidade. Hoje é o dia de veres a bênção do Senhor e o fim da maldição em todas as áreas da tua vida.

“Eu recebo a Tua bênção completa em todas as áreas da minha vida. Eu rechaço, eu rechaço todo ataque do diabo. Eu rechaço toda forma de malignidade de doença, de adultério, de artrite, de sangue, de ossos, de medo, de medo da velhice, de problemas mentais, de problemas de pobreza, de filhos rebeldes. Oh! Deus, eu ponho um ponto final para todo sintoma diabólico. Deus, a tudo aquilo que o maligno tem tentado estabelecer na nossa família, eu declaro, agora, que somos livres e abençoados, para a glória de Deus! Aleluia! Glória a Deus! Glória a Deus! Estamos firmes!”

domingo, 10 de setembro de 2023


A PRIMEIRA SANTA CEIA DO SENHOR 
 Neste estudo nós vamos abordar a Ceia instituída por Jesus, a Ceia do Senhor (em Grego, κυριακον δειπνον – Kuriakon deipnon), ou Santa Ceia, para os Evangélicos; para os Católicos, também chamada de Eucaristia ou Comunhão (Esta palavra é derivada do Latim, communion = repartir em comum, compartilhar, que é traduzida em grego como κοινωνία – koinōnía).

Há uma distinção entre a ceia comunitária instituída pelos discípulos de Jesus na Igreja Primitiva (‘Partir o pão’ de casa em casa com os menos favorecidos) e o ritual litúrgico introduzido pelo apóstolo Paulo na igreja de Corinto, e que se seguia à ceia comunitária chamada festa ágape, festa do amor ou festa de comunhão. A ceia litúrgica era feita em memória de Cristo para que Seus seguidores se lembrassem do Seu sacrifício, ou seja, para celebrar Sua morte e ressurreição como propiciação dos pecados e a conquista da salvação para todos os homens.

A Ceia de Jesus – A Última Ceia

Vamos começar com os textos dos três primeiros evangelistas: Mateus, Marcos e Lucas, e com o texto escrito pelo apóstolo Paulo em 1 Co 11: 17-34 (com ênfase nos versículos 23-26).

O evangelho de Mateus foi escrito por Mateus, o publicano, um dos doze apóstolos, provavelmente nos primeiros anos da era cristã (50 DC), dirigindo-se fundamentalmente a leitores judeus, pois citou as comprovações do AT em apoio às afirmações que os crentes vinham fazendo acerca de Jesus como o Messias esperado. Ele faz, assim, a transição do AT para a do NT.

O evangelho de Marcos foi escrito por João Marcos, primo de Barnabé e filho de Maria, a mulher viúva que oferecia sua casa para as reuniões da Igreja primitiva (At 12: 12; 25; At 13: 13; At 15: 37-39; At 19: 29; At 27: 2; Cl 4: 10; Fm 24). Era teólogo e historiador. Marcos escreveu o livro por volta de 50-65 DC. O teor judaico dos escritos sugere que o livro deve ter sido escrito para os crentes gentios habitantes de Roma (Judeus convertidos de Roma) e para quem ele explica as tradições judaicas de forma clara (Mc 7:1-4; 14: 12; 15: 42).

O evangelho de Lucas foi escrito por Lucas, médico gentio, companheiro de Paulo. Ele escreveu a Teófilo, provavelmente um gentio que acabara de se converter, por volta de 59-63 DC. Apresenta a maior variedade de ensino, parábolas e acontecimentos da vida de Jesus. Mostra o interesse de Jesus pelo mundo não judeu e pelos pobres.

Algumas festividades foram descritas no NT, mantendo as leis judaicas dadas a Moisés, sendo a Páscoa uma delas (Jo 2: 13; 23; Jo 6: 4; Jo 11: 55; Mt 26: 2; Mc 14: 1; Lc 22: 1; At 12: 3; At 20: 6). As outras são: o Ano Novo (Jo 5: 1), a festa dos Tabernáculos (Jo 7: 2; 37 cf. Lv 23: 36; Nm 29: 35; Ne 8: 18), Pentecostes (At 2: 1; At 20: 16; 1 Co 16: 8), o Dia da Expiação (At 27: 9, aqui chamado Dia do Jejum).

Nós podemos nos lembrar da Páscoa instituída por Deus no AT e descrita em Êx 12: 1-28, onde os Judeus eram orientados a comer o cordeiro assado no fogo, as ervas amargas e o pão sem fermento (asmo ou ázimo), marcando a porta de suas casas com o sangue do animal para que o Destruidor os poupasse ao passar pelo Egito. Por sete dias, eles deveriam comer o pão sem fermento. O sangue nas portas das casas era símbolo de libertação, a carne era símbolo da Palavra de Deus, e os pães asmos, de santificação. O fermento simboliza a carne, a maldade humana que impede o domínio do Espírito.

Paulo também faz uma referência ao paralelismo existente entre o fermento da carne e a pureza do nosso espírito que foi recriado por Deus no novo nascimento:
• 1 Co 5: 7-8: “Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade”.

É interessante notar o que está escrito em Êx 12: 14; 17: “Este dia vos será para memorial, e o celebrareis como solenidade ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo... Guardai, pois, a Festa dos Pães Asmos, porque, nesse mesmo dia, tirei vossas hostes da terra do Egito; portanto, guardareis este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo”. Isso significa que guardar a Páscoa era uma ordenança de Deus para Seus filhos.

Em primeiro lugar, vamos deixar claro que a Ceia realizada por Jesus foi comemorada no mesmo dia da Páscoa dos Judeus (Mt 26: 17; 20; Mc 14: 12; 17; Lc 22: 7; 14). Estou falando isso para remover as controvérsias criadas por alguns estudiosos sobre o dia correto da Ceia do Senhor, bem como o dia da morte de Jesus na cruz e seu paralelo com a Páscoa do AT. Sim, Jesus realizou a ceia com Seus discípulos no 14º dia de Nisã, quando se imolava o Cordeiro Pascal (a ceia judaica), e depois explicando a eles o significado da ‘nova ceia’ com o pão e o vinho, que substituiria a primeira, ou seja, uma nova aliança estava sendo feita entre Deus Pai e a humanidade: não mais a celebração da libertação do cativeiro no Egito, mas a libertação definitiva da morte gerada pelo pecado através do sacrifício definitivo de Seu Filho na cruz, ou seja, Jesus, o cordeiro imolado em favor dos homens. Ele morreu no dia da Páscoa Judaica, ainda na sexta-feira, o 14º dia do mês de Nisã, que terminaria com a retirada do Seu corpo da cruz, como diz a bíblia, para não profanar o Sábado (Mt 27: 57; Mc 15: 42; Lc 23: 54; Jo 19: 31; cf. Êx 20: 8-11. O Shabbat, comemorado pelos Judeus, começa após as 18:00 da sexta-feira e termina às 19:00 do sábado). Quanto ao fato de alguns estudiosos dizerem que Jesus não passou três dias no túmulo, ou seja, 72 horas literais, vale lembrar que nos tempos bíblicos fazia-se a contagem inclusiva dos dias (qualquer hora do dia era considerado como o dia inteiro), ou seja, nomear dias sucessivos, não contar literalmente 24 horas. Por isso, Jesus morreu na Sexta-feira (1º dia), ficou no túmulo no Sábado também (2º dia) e ressuscitou no Domingo (3º dia).

A bíblia descreve o 1º dia da festa dos Pães Asmos (ou Pães Ázimos ou sem fermento):
• Mt 26: 17; 20: “No primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, vieram os discípulos a Jesus e lhe perguntaram: Onde queres que te façamos os preparativos para comeres a Páscoa?... Chegada a tarde, pôs-se ele à mesa com os doze discípulos”.
• Mc 14: 12; 17: “E, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, quando se fazia o sacrifício do cordeiro pascal, disseram-lhe seus discípulos: Onde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a Páscoa?... Ao cair da tarde, foi com os doze”.
• Lc 22: 7; 14: “Chegou o dia da Festa dos Pães Asmos, em que importava comemorar a Páscoa... Chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos”.

Em segundo lugar, vamos analisar os textos sobre a Ceia de Jesus com Seus apóstolos:
• Mt 26: 26-30: “Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai. E tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras”.
• Mc 14: 22-26: “E, enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu e lhes deu, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. A seguir, tomou Jesus um cálice e, tendo dado graças, o deu aos seus discípulos; e todos beberam dele. Então, lhes disse: Isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos. Em verdade vos digo que jamais beberei do fruto da videira, até àquele dia em que o hei de beber, novo, no reino de Deus. Tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras”.
Lucas, como todos os evangelistas, descreve o episódio da Última Ceia:
• Lc 22: 14-20 (Mt 26: 26-30; Mc 14: 22-26; 1 Co 11: 23-25): “Chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos. E disse-lhes: Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento. Pois vos digo que nunca mais a comerei, até que ela se cumpra no reino de Deus. E, tomando um cálice, havendo dado graças, disse: Recebei e reparti entre vós; pois vos digo que, de agora em diante, não mais beberei do fruto da videira, até que venha o reino de Deus. E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós”.

O verbo usado na ceia para o pão (‘partir o pão’) estava correto, uma vez que o pão asmo, não tendo tempo para levedar, consiste apenas em uma fina placa de massa, chamada de matzá pelos Judeus (plural: matzot), passível de ser partida, quebrada. Embora nenhum osso do corpo de Jesus tenha sido quebrado, o verbo ‘partir’ simboliza os ferimentos e os cortes que Seu corpo sofreu após os flagelos.


Matzot
Imagem do Matzá (plural = Matzot), feito apenas com farinha de trigo, azeite de oliva e sal.


Nos três textos acima, a bíblia diz em relação ao pão e ao cálice de vinho, que Jesus deu graças: ‘Tendo dado graças’ ou ‘deu graças’ [em grego, eucharistêsas (ευχαριστησα) = deu graças, dando graças, agradecendo]. Eucharistêsas é o particípio do verbo Eucharisteo (dar graças) = ser grato, expressar gratidão a, especialmente dar graças pela refeição, dar graças. Eucharisteo dá origem à expressão ‘ação de graças’, ‘reconhecimento’, em grego, eucaristia (ευχαριστια.)

Durante o Seu ministério, Jesus já havia deixado bem claro que o pão era o símbolo do Seu corpo, e o vinho, o símbolo do Seu sangue a ser derramado em favor dos homens para remissão dos pecados:
• Jo 6: 33; 35; 48-51; 53-58: “Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo... Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede... Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne... Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá. Este é o pão vivo que desceu do céu, em nada semelhante àquele que vossos pais comeram e, contudo, morreram; quem comer este pão viverá eternamente”.

Explicando melhor: “Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” quer dizer: receber a palavra e se alimentar dela (comer Sua carne), e aceitar e entender o sacrifício da cruz, ou seja, o perdão dos pecados e a redenção (beber o Seu sangue); em outras palavras: aceitar o sacrifício do corpo e do sangue de Cristo para ter a vida eterna. Quando Jesus disse isso Ele escandalizou os judeus, pois a lei os proibia de comer a carne dos animais com o sangue (Lv 7: 26-27). A vida de toda a carne estava no sangue (Lv 17: 11; 14; Dt 12: 16; 23; Dt 15: 23), ou seja, o sangue do animal propiciava os pecados do homem, restaurando-lhe a comunhão com Deus, a vida eterna.

O pão era uma parábola do seu próprio corpo submetido ao propósito redentor de Deus (Hb 10: 5-10); e o Seu sangue, derramado na morte, relembrava os ritos expiatórios do AT, o que foi representado no cálice sobre a mesa. Este cálice, dali por diante, era revestido de um novo significado, como um memorial de um novo Êxodo realizado em Jerusalém (Lc 9: 31).

Nos textos escritos pelos três Evangelistas está escrito que Jesus deu graças e abençoou o pão e o partiu, e que após ter dado graças deu o cálice aos Seus discípulos para que bebessem o vinho. Podemos notar que apenas Lucas coloca a frase: “fazei isto em memória de mim”. Mais tarde, na 1ª epístola aos Coríntios, Paulo usa a mesma frase (‘fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim’), nos dando a entender que se trata de uma ordenança de Jesus:

• 1 Co 11: 23-26: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha”.

Neste último texto de Paulo, é interessante notar a última frase, onde está escrito: “Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha”. Por que ‘este pão?’ A que pão ele estava se referindo? ‘Este pão’ era o pão reservado à Ceia do Senhor, isto é, consagrado para este fim, diferentemente do pão usado na ceia comunitária que era realizada no livro de Atos dos Apóstolos e instituída pelos discípulos de Jesus para repartir o pão de casa em casa com os menos favorecidos (At 2: 42; 46-47; At 6: 1-3; At 20: 7). Esta ceia comunitária era conhecida como ágape, festa do amor ou festa de comunhão, à qual o apóstolo Paulo se refere em 1 Co 11: 17-22, antes de ser realizado o ato litúrgico da Ceia do Senhor (1 Co 11: 23-34), onde ele repreende a atitude dos Coríntios, pois não estavam fazendo a distinção entre uma e outra.

A ceia comunitária ou ágape, festa do amor ou festa de comunhão

A ceia comunitária no NT veio substituir, simbolicamente, o sacrifício das ofertas pacíficas que era feito no templo. Além disso, no livro de Atos dos Apóstolos, ‘partir o pão’ era uma expressão hebraica que significa ‘compartilhar uma refeição’. A oferta pacífica (Lv 3: 1-17) era de qualquer animal sem defeito do rebanho ou variedade de pães. Sua finalidade era um ato voluntário de adoração, ação de graças e comunhão (por isso, era acompanhada de uma refeição comunitária). Como foi dito acima, a ceia comunitária no NT (‘partir o pão’) veio substituir, simbolicamente, o sacrifício das ofertas pacíficas que era feito no templo, uma vez que o holocausto e a oferta pelo pecado e pela culpa já tinham sido feitos por Jesus na cruz definitivamente.

Antes de dar prosseguimento à Ceia de Jesus, vamos falar um pouco sobre este texto de 1 Co 11: 17-34, onde o apóstolo repreende a atitude dos crentes:
17 Nisto, porém, que vos prescrevo, não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para melhor, e sim para pior.
18 Porque, antes de tudo, estou informado haver divisões entre vós quando vos reunis na igreja; e eu, em parte, o creio.
19 Porque até mesmo importa que haja partidos entre vós, para que também os aprovados se tornem conhecidos em vosso meio.
20 Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis.
21 Porque, ao comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há também quem se embriague.
22 Não tendes, porventura, casas onde comer e beber? Ou menosprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto, certamente, não vos louvo.
23 Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;
24 e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim.
25 Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.
26 Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.
27 Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.
28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice;
29 pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si.
30 Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem.
31 Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
32 Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.
33 Assim, pois, irmãos meus, quando vos reunis para comer, esperai uns pelos outros.
34 Se alguém tem fome, coma em casa, a fim de não vos reunirdes para juízo. Quanto às demais coisas, eu as ordenarei quando for ter convosco.

Neste trecho, Paulo diz que o comportamento egoísta dos Coríntios tornou impossível a participação deles na ceia do Senhor. Como dissemos anteriormente, geralmente as duas ceias eram feitas em seqüência, ou seja, a ceia comunitária instituída pelos discípulos de Jesus, seguida pela ceia litúrgica que Paulo realizava. Muitos Coríntios ricos parecem ter agido muito mal à mesa do Senhor nessas refeições comunitárias. Os ricos desprezavam os pobres, e comiam e embriagavam-se antes que os pobres fossem autorizados a participar; assim, alguns sentiam carência, enquanto outros tinham demais. O que deveria ter sido um vínculo de amor e afeição mútua (a ceia ágape, festa ágape) foi transformado num instrumento de discórdia e desunião. Os pobres eram privados do alimento preparado para eles, e os ricos transformavam uma festa de caridade em uma orgia (glutonaria e embriaguez). Também havia rixas e divisões entre eles, além de idolatria misturada com a verdadeira doutrina dos apóstolos. Os Coríntios vinham à mesa do Senhor como a uma festa comum, não discernindo o corpo e o sangue de Jesus (o pão e o vinho) de uma comida comum; em outras palavras, eles usavam de mais indecência nesta festa sagrada do que faziam numa festa civil. Isso era muito pecaminoso e muito desagradável a Deus.

No versículo 27 Paulo diz: “Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor”. Comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente significa: de uma maneira indigna, irreverente; a pessoa seria culpada de profanar o que representa o corpo e do sangue do Senhor, por isso atraía o juízo de Deus sobre si.

Nos versículos seguintes (28-29) ele diz: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si”. Isso significava julgamentos temporais de vários tipos (1 Co 11: 30) por não distinguirem eles os símbolos sagrados do corpo e do sangue do Senhor (o pão e o vinho) de uma comida comum. Por esta causa, alguns estavam fracos, ou foram punidos com a doença, e alguns com a morte (‘alguns que dormem’). Em vez de serem purificados pelo sangue de Jesus, eles eram culpados do Seu sangue. Eles comiam e bebiam juízo para si; provocavam a Deus, e assim se tornavam propensos à condenação, a julgamentos espirituais e miséria eterna.

Paulo pensava ser melhor tirar as festas de amor (as refeições comunitárias, a ceia ágape, a festa ágape) por causa de seu abuso, apesar de terem sido praticadas há muito tempo, e serem nomeadas e instituídas pelos apóstolos.

Na ceia do Senhor eles invocavam o Seu nome e oravam, declarando a instituição daquela ordenança pelo próprio Jesus, e depois entregavam o pão partido para ser comido e o vinho para ser bebido com ações de graças. Também falavam que cada pessoa deveria examinar-se a si mesma, ou seja, provar o seu conhecimento no que estava sendo realizado e também a fé em Jesus e o arrependimento dos seus pecados. Não deveria ser admitido quem não podia examinar a si mesmo, como as crianças, homens furiosos e zangados também, como os que não tinham nenhum conhecimento de Cristo ou um conhecimento não suficiente, embora se considerassem cristãos, e outros que não podiam examinar-se. Esta era a forma de Paulo e dos apóstolos ministrarem. Assim, a ceia litúrgica a que Paulo se referia era para ser feita em memória de Cristo, para manter fresca nas mentes deles a Sua morte pelo pecado dos homens e para celebrar a nossa salvação e redenção por meio do Seu sacrifício.

O objetivo da Ceia instituída por Jesus

A Ceia instituída por Jesus era, portanto, para que Seus seguidores se lembrassem do Seu sacrifício, ou seja, para celebrar Sua morte e ressurreição como propiciação dos pecados e a conquista da salvação para todos os homens; não significava uma ceia para celebrar a comunhão com os irmãos no Corpo de Cristo. Ela foi instituída para alimentar a alma, não a ‘barriga’ e, portanto, ela deveria ser separada de banquetes comuns.

Quando Paulo escreve em 1 Co 10: 16-17: “Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão” (ARA) ou “Não é verdade que o cálice da bênção que abençoamos é uma participação no sangue de Cristo, e que o pão que partimos é uma participação no corpo de Cristo? Como há somente um pão, nós, que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão” (NVI), ele estava se referindo à nossa participação no sacrifício do corpo e do sangue de Jesus, à nossa comunhão com Cristo, confirmando a nossa filiação divina, mas não se referia à comunhão com os irmãos, como era feita na ceia ágape.