quarta-feira, 3 de abril de 2024


Um terço dos anjos caiu com Lúcifer?


Não há nenhum versículo na Bíblia que diga: “Um terço dos anjos caiu do céu”. A ideia de que, quando Satanás se rebelou contra Deus, um terço dos anjos foi com ele vem de alguns outros versículos que, quando reunidos, sugerem que foi isso que aconteceu.

No sexto dia da criação, Deus declarou que tudo era “muito bom” (Gênesis 1:31). Presumimos que “tudo” inclui anjos. Algum tempo depois disso, Satanás se rebelou contra Deus e foi expulso do céu. Jesus testemunhou o evento: “Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago” (Lucas 10:18) – um evento que o Senhor usa para explicar os exorcismos realizados pelos 72 (versículo 17).

Outra passagem que também parece descrever a queda de Satanás do céu é Isaías 14:12–15. O contexto é principalmente sobre um rei humano, quando o julgamento é pronunciado contra a Babilônia. A linguagem poética usada por Isaías é tão grandiosa, porém, que muitos estudiosos concluíram que há mais nela. Referências a “toda a terra” (Isaías 14:7), à “queda do céu” do rei (versículo 12), ao seu desejo de exaltar-se “acima das estrelas” (versículo 13) e ao nome simbólico Lúcifer ou Filho da Alva (versículo 12) são todas expressões de grandeza hiperbólica. Se o sujeito pretendido for apenas o rei humano da Babilônia, então tudo é figurativo (e muito exagerado); entretanto, se houver um caráter espiritual secundário em vista, então as descrições poderão ser bastante literais. Deus está pronunciando julgamento sobre ambos os “reis da Babilônia” – o rei humano e o potentado espiritual que o capacita (sendo a Babilônia um símbolo de rebelião de Gênesis a Apocalipse). O assombro de Isaías 14:12 (“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!”) poderia de fato ter uma dupla interpretação.

Além disso, o livro do Apocalipse descreve “uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo” (Apocalipse 9:1). Essa “estrela” recebe uma chave do abismo e começa a libertar uma horda de “gafanhotos” atormentadores (Apocalipse 9:2–11). Embora Apocalipse 9:1 não seja uma referência clara a Satanás, poderia ser: o fato de a “estrela” que caiu do céu ter uma chave (autoridade) não é problema, especialmente porque usa a chave para lançar o terror sobre a terra.

Assim, a Bíblia ensina explícita e implicitamente que Satanás caiu de sua posição no céu. Mas como sabemos que um terço dos anjos também caiu com ele?

A passagem que melhor apoia a ideia de que Satanás levou consigo um terço dos anjos em rebelião é Apocalipse 12:3–4. João vê um sinal no céu: “Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra.” João então relata que o dragão foi lançado à terra e o identifica positivamente como “a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo” (Apocalipse 12:9). Contudo, o dragão não é lançado sozinho na terra: “sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos” (versículo 9). Os anjos que são expulsos do céu com Satanás, associamos ao “terço das estrelas” que a cauda do dragão varreu do céu para a terra no versículo 4.

Se as “estrelas” de Apocalipse 12:4 são de fato uma referência simbólica aos “anjos” de Satanás no versículo 9, então o que temos é uma referência à queda de uma porção dos anjos (as hostes celestiais) que seguiram Satanás em sua rebelião. Dois terços dos anjos permaneceram leais a Deus e são chamados de “santos anjos” nas Escrituras (por exemplo, Marcos 8:38); um terço dos anjos originais juntou-se a Satanás e hoje são chamados de “espíritos imundos” ou “demônios” (por exemplo, Marcos 9:25).

domingo, 31 de março de 2024

O nome e o significado da palavra "páscoa"

O nome que a Bíblia Hebraica usa para denominar "páscoa" é pesah. Com a palavra pesah o texto bíblico quer significar duas coisas:

  • o ritual ou celebração da primeira festa do antigo calendário bíblico (Ex 12.11,27,43,48);
  •  a vítima do sacrifício, isto é, o cordeiro pascal (Ex 12.21; Dt 16.2,5-6).

Na Bíblia, o nome de uma pessoa ou instituição é sempre um dado importante para se conhecer o que eles são e o que representam. O nome não é um simples rótulo, uma etiqueta ou uma fachada publicitária, mas ele exprime a realidade do ser que o carrega e representa. Assim é o nome "páscoa".

O substantivo pesah/páscoa vem da raiz verbal psh que aparece três vezes nos relatos pascais (Ex 12.13,23,27; ler também Is 31.5; 1 Rs 18.21,26). Assim, o verbo pasah passar por cima, saltar por cima é o significado que prevalece nos usos deste termo pelos escritores e escritoras da Bíblia. O Prof. Luiz Roberto Alves assim definiu o termo pesah/ páscoa:

"O verbo que dá base ao substantivo pesah tem o sentido de salto, movimento,
 caminhada, travessia. Todas as palavras têm história e essa história corresponde às
 ações dos homens e mulheres. Os hebreus juntaram à idéia do pesah vários
 acontecimentos ligados à idéia de travessia" (Expositor Cristão, 2a. Quinzena, 1984,p. 12).

A origem da Páscoa

Falar de origem da Páscoa é entrar no campo das suposições, pois não há dados suficientes que ajudam a esclarecer sobre essa celebração no período pré-mosaico. Todavia, os textos do Antigo Testamento fornecem indicações que a Páscoa, em suas origens, foi um ritual ou cerimônia que incluía as seguintes características:

a) O ritual era realizado no seio da família ou clã; não tinha altares, santuários e sacerdotes ou qualquer influência do culto oficial;

b) Era celebrado por pastores nômades ou seminômades;

c) O ato central desse ritual era o sacrifício de um jovem animal do rebanho de cabras ovelhas;

d) A cerimônia ocorria no fim da primavera e início do verão (mês de abril), numa noite de lua cheia;

e) O ritual da celebração pascal incluía as seguintes etapas:
- Retirava-se o sangue do animal,
- Ungia a entrada das cabanas com o sangue do animal,
- Assava a carne do animal,
- Com a carne assada, fazia um grande banquete para a família reunida,
- O banquete oferecido incluía a presença de pães ázimos ou asmos, ervas amargas nascidas no deserto,
- A celebração da Páscoa exigia dos participantes desse ritual as seguintes
posturas:

Ter uma atitude de marcha e pressa,
Usar vestimenta para viagem,
Ter as vestes amarradas na cintura,
Atar as sandálias nos pés,
Ter o cajado de pastor na mão.

f) Parece que o objetivo dessa cerimônia era pedir proteção divina, para a família e o seu rebanho de animais menores contra o exterminador (no hebraico, maxehit - Ex 12.13, 23) ou saqueador, bando de destruição (1 Sm 13.17; 14.15; Pr 18.9). O exterminador maxehit pode ser qualquer tipo de agressor, desgraça, enfermidade, peste ou acidente que poderia ocorrer com qualquer membro da família ou os seus animais.

g) Provavelmente, esse ritual foi celebrado por Abraão, Isaac e Jacó, pois eles eram pastores. A cada ano, na primavera, quando o vento quente do deserto, anunciando o verão, atingia e queimava as parcas pastagens das ovelhas, os pastores, suas famílias, bem como os seus rebanhos eram obrigados a buscar outros lugares para dar de comer as suas ovelhas.

A Páscoa celebrada pelos israelitas: da sedentarização até o início da Monarquia (1200 - 1040 a.C.).

Evidentemente que o sistema de vida dos israelitas mudou substancialmente após a chegada a Canaã.

a) O povo israelita deixou de ser semi-nômade e deu início ao processo de sedentarização. Paulatinamente, o povo foi se tornando agricultor, embora parte dele continuou na vida pastoril, especialmente, as clãs que permaneceram vivendo nas localidades periféricas do território da terra de Israel.

b) Ao se fixar nas terras agrícolas, os israelitas aproximaram-se dos cananeus. Foi aí que o povo do êxodo conheceu algumas festas relacionadas ao mundo agrícola. Entre essas instituições estão as festas agrícolas, como Ázimos, Semanas e Colheitas.

c)Foi nesse período de difícil adaptação que se dá a integração da Festa dos Pães Ázimos e a Páscoa. As duas celebrações ocorriam no mesmo período.

d) No período entre a chegada do povo israelita à Canaã e a sedentarização ocorreu uma profunda transformação no significado da Páscoa.

  • O conteúdo e a forma da cerimônia da primitiva da Páscoa já não respondem as condições de vida atuais do povo israelita. Exigiam-se modificações.
  • Apesar da Páscoa manter boa parte de seu antigo ritual, o povo israelita procurou encontrar outros motivos para a celebração.
  • A cerimônia continuou a ser celebrada em família, mas a Páscoa deixou de ser um ritual ligado à troca de favores divinos, para tornar-se uma memória da ação de Deus, salvando o povo hebreu da escravidão.

e) O mais primitivo ritual da Páscoa encontra-se em Êxodo 12.21-28.

Estudo Bíblico: Ex 12.21-28
I. Instrução de Javé para Moisés e Aarão - v. 21-27a.
1. Introdução: Moisés convocou todos os anciãos de Israel e disse-lhes:
2. A instrução para a missão de Moisés e Aarão - v. 21b-27a.
2.1. Instruções para a Páscoa - v. 21b-22

Tirai,
Tomai um animal do rebanho segundo as vossas famílias e
Imolai a Páscoa.
Tomai alguns ramos de hissopo,
Molhai-o no sangue que estiver na bacia, e
Marcai a travessa da porta e
os seus marcos com o sangue que estiver na bacia;
Nenhum de vós saia da porta de casa até pela manhã

2 - Razão para celebrar a Páscoa - v. 23
e Javé passará para ferir os egípcios;
e quando Ele vir o sangue sobre a travessa,
e sobre os dois marcos,
Ele passará adiante dessa porta,
e Ele não permitirá que o exterminador entre em vossas casas para vos ferir.

3 - Ordem para a celebração da Páscoa - v. 24-25
Observareis esta determinação como um decreto para vós
e para vossos filhos, para sempre.
Quando tiverdes entrado na terra que Javé vós dará, como disse,
Observareis este rito.

4 - Explicação sobre a festa e o significado no nome ´páscoa` - v. 26-27a.
Quando vossos filhos vos perguntarem: "Que rito é este?"
Respondereis:
"É o sacrifício da Páscoa para Javé
que passou adiante das casas dos filho
Então o povo se ajoelhou
e se prostrou.
Foram-se os filhos de Israel
e fizeram isso, como Javé ordenara a Moisés e a Aarão,
assim fizeram.

Comentando:

A forma literária com a qual este ritual foi elaborado é perfeita.

Primeiro, o texto mostra Moisés convocando os anciãos do povo, a mando de Javé (conforme Ex 12.1), para preparar a festa da Páscoa (v. 21b-22).

Segundo, Moisés instrui, com detalhes, os anciãos para preparar os elementos que comporiam o ritual (v.21b-22).

Terceiro, Moisés fornece as razões para aquele ritual, bem como o uso do sangue de uma ovelha e o hissopo (planta aromática - Nm 19.6; Sl 51.9): o motivo da festa é afugentar o medo do vento exterminador que ameaça as casas do povo hebreu (v. 23).

Quarto, a ordem para celebrar a Páscoa tem uma dimensão profética. A Páscoa vai além da contagem do tempo humano, cronológico. A celebração não encerra um simples agradecimento, pela libertação da escravidão e a concessão da terra para morar, criar a família e plantar para obter o alimento. A celebração possui a dimensão profética da contínua presença salvadora de Deus junto ao seu povo. Jesus captou essa amplitude da celebração quando disse: "Fazei isso em memória de mim... até que Ele venha" (1 Co 11.24b e 26b).

Quinto: os versos 26-27a providenciam a explicação do nome "Páscoa" para as gerações e gerações de salvos da escravidão. Com isso, o texto bíblico quer mostrar que essa celebração da Páscoa possui uma novidade. Ela não é mais dominada pelo medo do Faraó ou dos outros possíveis "exterminadores" que possam haver nos caminhos do povo de Deus. A celebração da Páscoa, do povo liberto e instalado na terra de Canaã, passa a ser marcada pela alegria e certeza da presença de Deus entre o povo liberto e salvo.

Sexto: os versos 27b-28 assinalam o cumprimento da ordem divina para celebrar a Páscoa.

Observações

(1) A prescrição sobre a celebração da Páscoa (Ex 12.21-28) é legitimada pelo editor do livro de Êxodo. Assim, o cabeçalho deste capítulo (Ex 12.1) afirma que a prescrição da Páscoa (12.21-28) é autorizada por Javé. Eis a sua lógica:

    Javé comunica a Moisés e Aarão;
    Moisés e Aarão ouvem as ordens de Javé;
    Moisés e Aarão obedecem e comunicam aos anciãos de Israel.

(2) A celebração continuava a ser celebrada em família. A Bíblia ensina que a família constitui o fundamento para o projeto de sociedade que Deus propõe para a humanidade.

(3) Foram mantidos vários elementos na celebração: ovelhas e ramos de hissopo (erva aromática). Evidentemente que houve algumas modificações, em razão da nova situação de vida do povo, agora, vivendo em Canaã.

(4) Todavia, a antiga Páscoa foi "relida" e "re-significada". O antigo culto dos pastores semi-nômades possuía a função de controlar as forças da natureza. Por exemplo, os povos anteriores aos hebreus acreditavam que oferecendo em sacrifício o filho primogênito, poderia controlar a bênção e a ira divina. Como na cerimônia da primitiva páscoa, os pastores acreditavam que poderiam amenizar a ira divina do "vento destruidor".

(5) Na verdade, o povo bíblico tomou antigos costumes dos povos vizinhos e os converteu em instrumentos de preservação e ensino da fé. No caso da Páscoa, o povo bíblico tomou uma cerimônia pagã, que girava em torno de uma magia, e a transformou em um sinal da presença salvadora de Javé. Em outras palavras, a nova celebração da Páscoa mostra que a fé não é um dado doutrinário ou mágico, mas um gesto história de Javé.

IV - Da sedentarização do povo de Israel ao período monárquico.

Após os acontecimentos que envolveram a saída do Egito - a difícil caminhada pelos desertos, os muitos "sinais e maravilhas" realizados por Javé e o cumprimento da promessa de "uma terra que mana leite e mel" - o povo bíblico juntou à idéia da Páscoa aos acontecimentos acima descritos. A Páscoa dos nômades deixou de ser uma cerimônia mágica que procurava afugentar o medo do "exterminador", que se supunha estava próximo, para se tornar uma afirmação concreta da plena liberdade que Javé dá.

    Foi nesse momento que o povo bíblico tomou consciência que a sua fé em Javé não era uma formalidade a mais entre os povos do Antigo Oriente. Javé não é definido pelo seu ser, mas pela sua atuação na história: Ele ouviu o grito angustiado dos/as escravos/as do Egito e providenciou os meios para a libertação deles (Ex 3-4);
    A celebração da Páscoa, agora reformulada e "re-significada", passa afirmar que a fé bíblica é histórica, e que tem seu fundamento nos acontecimentos salvíficos relatados nos livros de Êxodo, Números e Deuteronômio, especialmente;

O outro ritual da Páscoa, relatado em Êxodo 12.1-14, provavelmente, representa a segunda forma litúrgica mais primitiva, entre todas incluídas no Antigo Testamento. Ao tornar-se sedentário, o povo de Israel mudou substancialmente seu sistema de vida:

    de escravos tornaram-se livres;
    de pastores tornaram-se agricultores;
    de semi-nômades tornaram-se sedentários.

    A história da salvação do Egito não é ensinada, nas casas e nos cultos, como uma doutrina, mas como um fato histórico, isto é, um milagre de Deus ocorrido na história de seus pais;
    A fé em Javé, através da celebração da Páscoa, tornou-se uma força transformadora;

    do medo à coragem;
    da magia a atos concretos da atuação de Javé;
    da escravidão à liberdade.

    O nome da festa, pesah saltar - o saltar do vento destruidor, demoníaco - passa significar, em conexão com a história de libertação dos hebreus, passar por cima de, saltar para a liberdade;
    O sacrifício de um cordeiro deixa de ser um simples sacrifício de sangue para se tornar uma memória dos atos salvíficos de Javé. Por isso, a celebração da Páscoa passa a ser prescrita como "um Páscoa para Javé".

V - A Páscoa no período monárquico.

    Há silêncio sobre a celebração da Páscoa, exceto o profeta do Reino do Norte Oséias que critica o povo pela ausência da celebração Os 12 ).

VI - Da celebração caseira para a cerimônia no Templo de Jerusalém.

O rei Josias (642-609 antes de Cristo) empreendeu uma ampla reforma no Reino de Judá (O Reino de Israel já tinha sido destruído em 722 a.C.).

    Por determinação do rei Josias, a Páscoa passou a ser celebrada, oficialmente, no Templo, em Jerusalém (Dt 16.1-8);
    A reforma equipara a Páscoa a uma festa de peregrinação (ver a coleção "Salmos das Subidas" (Sl 120-134);
    O gado maior (boi ) passa a ser admitido como vítima para o sacrifício;
    Surgiu a permissão para cozer a vítima, em lugar de assá-la;
    A memória do êxodo do Egito continuou sendo o motivo principal da celebração.

VII - A Páscoa no exílio babilônico (598-537 anos antes de Cristo)

Durante o exílio na Babilônia, o povo exilado desenvolveu a esperança de que Javé poderia libertar, de novo, Israel. Este tema é muito abordado pelo profeta anônimo do exílio, cujas palavras foram editadas no livro de Isaías, capítulos 40 a 55.

    Desaparece a atividade cultual no Templo (destruído em 587 a.C.). Surge a Sinagoga e cresce a produção literária;
    Volta o sacrifício da rês menor (ovelhas e cabras);
    A celebração volta para a família e o ritual de sangue volta a ter o sentido de símbolo da defesa contra o "exterminador";
    Percebe-se pequenas variações na celebração:

    não jogar fora algumas partes do animal sacrificado;
    não quebrar os ossos do animal sacrificado;
    permissão para celebrar a Páscoa no 2o. mês para quem não pôde sacrificar no 1o. mês (Nm 9.1-14);
    passou a ser permitida a participação de estrangeiros.

    Começou aparecer uma distinção entre Páscoa e Ázimos, como celebrações distintas:

Festa dos Ázimos: nos dias 1 a 7 do primeiro mês do ano;

Festa da Páscoa: no dia 14 do mesmo mês.

VIII - Páscoa no período Grego

    Os livros de 1 e 2 Crônicas e Esdras indicam que a Páscoa preservou alguma cerimônia para o Templo, mas a refeição pascal foi mantida no templo;
    O gado maior foi readmitido como parte da cerimônia;
    A carne deve ser assada e não cozida;
    O leigo executa o ritual de sangue (2 Cr 30.21; 35.11);
    Páscoa e Ázimos voltam a integrarem-se;
    O levita passa a ter um papel relevante na celebração;
    A música passa a ser parte da celebração;
    O copo de vinho passa a ser parte da cerimônia;
    A Páscoa retornou ao Templo como parte do culto oficial, mas preservou-se a refeição para o ambiente familiar.

Resumindo

A Páscoa pré-mosaica é marcada pelo medo do exterminador maxehit. O ritual tinha algo de "magia" para afugentar os males. É bom lembrar que, nessa época, o povo sacrificava os primogênitos recém-nascidos para ganhar favores divinos (conforme Gn 22);

O povo bíblico tomou todos os costumes e práticas pagãs e os passou pelo crivo da fé javista. Tanto no sacrifício dos primogênitos (Gn 22), como no ritual da Páscoa, o povo bíblico converteu tais cerimônias às práticas e confissões de fé javistas. Em ambas situações, o medo prendia as pessoas e forçava-as a praticarem cerimônias inúteis e criminosas. Foi Javé quem abriu os olhos do povo bíblico. Este se tornou um missionário entre as nações para anunciar as boas novas: "Não temais! Eis que vos trago uma boa nova que será para todo o povo" (Lc 2.10). A Páscoa anuncia o fim do medo e, conseqüentemente, a confirmação da confiança em Deus.

A celebração da Páscoa não é uma cerimônia de nostalgia do passado; não é uma festa da saudade onde heróis e heroínas são lembrados/as por seus atos de valentia; também não é um ritual que procura romantizar o passado, lembrando e homenageando certas figuras da história.

Na Bíblia, dois verbos sobressaem-se: "lembrar" e "esquecer". Quando a Bíblia apela para que o povo lembre dos grandes atos de Javé (conforme Ex 13.3), ela está procurando construir o futuro da nação. A memória dos grandes atos salvíficos de Deus mobiliza a fé da sociedade e fortalece o povo para esperar as boas novas do Reino de Deus. Esquecer o que Deus fez e faz significa a tragédia da humanidade.

Celebrar a Páscoa é resgatar os atos salvíficos de Deus no passado, acreditando que Ele possa fazer o mesmo, entre nós, no dia de hoje. A memória do passado salvífico - seja da libertação no Egito, seja da vida e obra de Jesus Cristo - restaura as forças dos/as crentes celebrantes para o testemunho.

Na verdade, a memória carrega o sentido de redenção, seja dos atos salvíficos de Deus, através da história, bem como a redenção das causas justas do passado. Assim, a memória resgata tanto a vida e obra de Jesus como a luta dos pobres pela dignidade de viver. Pela memória, redimimos o desejo e a luta deles. Assim, se esquecermos os desafios do povo de Deus no Antigo Testamento, os ensinos de Jesus Cristo ou os anseios justos do povo fiel, pomos a perder o sentido desses projetos. A intenção da celebração da Páscoa afirmar que cada geração de celebrante tem o dever de pôr em prática os verdadeiros e justos projetos das gerações do passado.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023



 Apocalipse 9:13. O sexto anjo tocou a sua trombeta; e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus,
14. a qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos que se acham presos junto do grande rio Eufrates.

trecho bíblico que justifica esses está no capítulo 9 do livro de Apocalipse que fala sobre quatro anjos presos junto ao rio (Apocalipse 9:13 e 14).

O Rio Eufrates, que está cada vez mais seco,  apresentou as suas reações.  É preciso separar os quatro anjos descritos em Apocalipse 7 dos anjos de Apocalipse 9. Os primeiros são anjos bons que estão livres segurando os quatro ventos. Os demais, são anjos maus que trarão destruição.

Apocalipse 16:12 E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente. 13 E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do afalso profeta, vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs.

Jeremias 50.38 e 39: “A espada virá sobre as suas águas, e estas secarão; porque é uma terra de imagens de escultura, e os seus moradores enlouquecem por estas coisas horríveis.

Além disso, A secura do rio não é o cumprimento da profecia, mas sim uma crise hídrica que ocorre no mundo todo, pois a Bíblia fala de uma secura imediata, não do processo contínuo de secamento como tem sido percebido nas últimas décadas.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Presidente da CADVPR




Meu amado irmão, minha família, selo do meu apostolado, meu filhinho em Cristo Jesus!

Nós estamos falando durante esses dias sobre como reverter maldições. Esse é um tema complicado de ser tratado, porque existem muitos ministérios que usam a maldição como estratégia para amedrontar as pessoas. Então, precisamos entender como a Graça de Deus vê essa questão. Por ser muito complicado, nós esperamos meses para amadurecer a idéia e trazê-la a público.

Vamos, então, falar sobre a reversão da falta da bênção, que a Bíblia chama de maldição.Deuteronômio 11:26-28, diz assim: “Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes.”

Toda pessoa que vive debaixo da bênção de Deus é aquela que cumpre os mandamentos do Senhor. É simples! E quando a maldição chega à vida de uma pessoa? Quando ela segue outros deuses e quando vive desviada das verdades de Deus.

Agora, vê uma coisa interessante. Em Deuteronômio 7:9, diz assim: “Saberás, pois, que o SENHOR, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos;”.

A pessoa fiel a Deus, que está na igreja, íntegra, submetida ao Senhor, cuja dependência vem de Deus, está, na realidade, programando a bênção do Senhor até mil gerações. É possível que tu, como um pai, como uma mãe, fiel ao Senhor, transmitas bênçãos para as tuas próximas gerações. Mas, o que eu te queria mostrar é que, também é possível uma família passar a maldição de geração em geração. Assim como nós podemos passar a bênção para as nossas gerações futuras, é possível que uma pessoa tenha passado maldição para os seus descendentes.

No livro de Êxodo, o Senhor explicou isso. Êxodo 20:5-6 diz assim: “Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.”

Quando um membro de uma família aborrece a Deus, é contra Deus, anda na iniqüidade e serve a outros deuses, ele passará a sua iniqüidade até a terceira e quarta geração. O filho, o neto, o bisneto e o tataraneto sofrerão por causa dessa iniqüidade.

Agora, olha o que eu te vou mostrar: quando alguém está debaixo de uma maldição espiritual, porque os seus antepassados serviram a falsos deuses ou andaram nos caminhos da iniqüidade, uma vez que essa pessoa se converta, quando ela confessa Jesus, espiritualmente, não pode mais ser afetada por nenhuma maldição, ou nenhuma condenação. A Bíblia diz que quem está em Cristo é uma nova criatura, as coisas velhas já passaram, eis que tudo se faz novo. O cristão não pode mais ser possuído pelo diabo. O demônio não entra mais na sua vida. Ele é propriedade exclusiva de Deus, é nação santa, é raça eleita.

Estamos falando das questões espirituais. No espírito, estamos perfeitos por um único sacrifício. Mas, nós possuímos uma carne, temos emoções, uma vida física e financeira.

Agora, vê: em Cristo, toda a maldição espiritual é cortada da nossa vida; mas, precisamos compreender que algumas coisas ainda podem afetar a nossa vida quando não possuímos conhecimento bíblico sobre o assunto e não sabemos reagir contra essas situações.

Paulo, o Apóstolo da Graça de Deus, no Livro de Romanos 7:15, 18, 21 e 24 diz assim:“Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto.” “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.” “Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.” “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”.

Paulo está dizendo que ele, como um filho de Deus, tinha o seu espírito perfeito. Mas, existia alguma situação que afetava tanto a sua vida que ele chegou a dizer: ‘desventurado homem que sou!’

Eu queria dizer o seguinte: o que afetou os nossos pais, espiritualmente, não pode mais nos afetar, porque somos novas criaturas em Cristo. Mas, ao longo de 27 anos de obra de Deus, eu tenho visto que, emocionalmente, fisicamente e financeiramente, muitas pessoas, que estão na igreja, ainda são afetadas por aquilo que ocorreu nas suas famílias. Elas ainda não reverteram o processo, ainda não batalharam contra a situação, e, em função disso, há muitas pessoas, no corpo de Cristo, vivendo uma vida sempre cheia de problemas. Esses problemas foram herdados da família. São pessoas que vivem num contexto tão inóspito, tão cruel, tão perverso, tão mau, que parece que nem são cristãos.

Nós sabemos, agora, à luz da Bíblia, que a causa, às vezes, está na família. A criança será na vida adulta o que ela recebeu dos seus pais. Hoje há muitos adultos que carregam dentro de si violência, amedrontamentos, iniqüidades e pecados que receberam dos seus pais, pais esses que passam aos seus filhos verdadeiras calamidades.

Quantas pessoas são deprimidas porque a mãe já era deprimida, o pai já era deprimido? Quantas pessoas se sentem atraídas por homens ou mulheres violentos, alcoólatras, dependentes químicos, neuróticos, porque alguém bem próximo de suas famílias era assim? Quantas pessoas acabam desenvolvendo a doença que a avó teve? A medicina reconhece isso. A primeira coisa que o médico te pergunta, quando tu vais fazer um check up, é se tu sabes o histórico clínico do teu pai ou da tua mãe. Por quê? Porque a tendência é que, se a mãe é diabética, pode ser que o filho também seja ou venha a ser. Então, nós precisamos aprender a cancelar isso tudo, a reverter isso tudo.

O Apóstolo Pedro disse em 1 Pedro 1:18: “sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram,”.

Muitas pessoas tiveram dos seus pais um legado. E qual foi esse legado? Um fútil procedimento. Às vezes, são problemas mentais, emocionais ou financeiros. Há pessoas que nunca saem daquela rotina de falta, falta, falta, crise, crise, crise… Apesar de serem fiéis a Deus, não sabem como reagir contra isso.

É tempo de revertermos esse tipo de maldição e vivermos as bênçãos de Abraão, as quais temos direito. E quando nós falamos: ‘reverter para viver’, estamos nos referindo a todas as áreas: física, emocional, espiritual e financeira. Como podemos admitir depressão dentro da nossa casa? De forma alguma. Elas são sintomas da maldição.

Muitas pessoas têm Cristo no coração, louvam a Deus, mas são afetadas por uma herança que receberam de alguém da família. Espiritualmente, estão perfeitas, mas, em termos emocionais, são um caco, infelizes, deprimidas, estão sempre chorando… Isso é uma herança que precisa ser revertida, para que possam viver as bênçãos de Abraão.

Agora, vê uma coisa. Em Provérbios 26:2, diz assim: “Como o pássaro que foge, como a andorinha no seu vôo, assim, a maldição sem causa não se cumpre.”

A maldição sempre tem uma causa. Por quê? Porque quando conhecemos a causa podemos quebrá-la e revertê-la. E olha, não adianta somente conhecer o Pacto da Graça de Deus; é preciso conhecer a origem da maldição. Sabemos quem somos espiritualmente, mas é importante sabermos também quem somos como homem, como mulher, para podermos reagir, contra-atacar, quebrar, não aceitar a maldição na nossa vida.

Jeremias 31:29 diz: “Naqueles dias, já não dirão: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram.”

Às vezes, o que os pais fazem afetam a vida dos filhos, o lar, a família. Olha, se o pai bebe, quem fica com “os dentes embotados” é o filho. É o filho que verá o pai chegar embriagado em casa, bater na mãe, quebrar a janela, dar chute no carro. O pai que se droga pensa que está drogando apenas a si. Engano! Está drogando a família toda, porque, na realidade, os filhos ficarão com “os dentes embotados”.

Vamos ver três casos muito importantes de maldição, e como as pessoas que a herdaram, reverteram a situação. Vamos começar vendo o caso de Cam e sua descendência.

Gênesis 9:20-27: “Sendo Noé lavrador, passou a plantar uma vinha. Bebendo do vinho, embriagou-se e se pôs nu dentro de sua tenda. Cam, pai de Canaã, vendo a nudez do pai, fê-lo saber, fora, a seus dois irmãos. Então, Sem e Jafé tomaram uma capa, puseram-na sobre os próprios ombros de ambos e, andando de costas, rostos desviados, cobriram a nudez do pai, sem que a vissem. Despertando Noé do seu vinho, soube o que lhe fizera o filho mais moço e disse: Maldito seja Canaã; seja servo dos servos a seus irmãos. E ajuntou: Bendito seja o SENHOR, Deus de Sem; e Canaã lhe seja servo. Engrandeça Deus a Jafé, e habite ele nas tendas de Sem; e Canaã lhe seja servo.”

O que aconteceu? O que estava ocorrendo nessa família? Noé se deixou levar por um exagero com o vinho. O seu filho, Cam, entrou na tenda e o viu nu e embriagado. Depois, botou a “boca no trombone”. Com isso, veio a maldição sobre ele, porque diz a Palavra que é maldito aquele que não honra pai e mãe.

Em seguida, o Livro de Gênesis mostra o que ocorreu com a sua descendência. Queres ver?Gênesis 10:15-20 “Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete, e aos jebuseus, aos amorreus, aos girgaseus, aos heveus, aos arqueus, aos sineus, aos arvadeus, aos zemareus e aos hamateus; e depois se espalharam as famílias dos cananeus. E o limite dos cananeus foi desde Sidom, indo para Gerar, até Gaza, indo para Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa. São estes os filhos de Cam…”.

Cam se tornou maldito porque desprezou o pai, porque era semente da maldição. O que ocorreu? Toda a sua descendência, inclusive os amorreus, foi maldita.

Vê mais. Gênesis 15:26 “Na quarta geração, tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus.”

Já estava na quarta geração e ainda não havia acabado a iniqüidade dos amorreus, a maldição sobre os amorreus.

Os amorreus lutaram contra o povo de Deus, tentaram matar o povo de Deus, lutaram contra Moisés… E quando tudo começou? Com a maldição de Cam.

Agora, alguém no meio dos amorreus reverteu a maldição. Uma prostituta chamada Raabe. No Livro de Josué diz isso. Josué 2:1-11: “De Sitim enviou Josué, filho de Num, dois homens, secretamente, como espias, dizendo: Andai e observai a terra e Jericó. Foram, pois, e entraram na casa de uma mulher prostituta, cujo nome era Raabe, e pousaram ali. Então, se deu notícia ao rei de Jericó, dizendo: Eis que, esta noite, vieram aqui uns homens dos filhos de Israel para espiar a terra. Mandou, pois, o rei de Jericó dizer a Raabe: Faze sair os homens que vieram a ti e entraram na tua casa, porque vieram espiar toda a terra. A mulher, porém, havia tomado e escondido os dois homens; e disse: É verdade que os dois homens vieram a mim, porém eu não sabia donde eram. Havendo-se de fechar a porta, sendo já escuro, eles saíram; não sei para onde foram; ide após eles depressa, porque os alcançareis. Ela, porém, os fizera subir ao eirado e os escondera entre as canas do linho que havia disposto em ordem no eirado. Foram-se aqueles homens após os espias pelo caminho que dá aos vaus do Jordão; e, havendo saído os que iam após eles, fechou-se a porta. Antes que os espias se deitassem, foi ela ter com eles ao eirado e lhes disse: Bem sei que o SENHOR vos deu esta terra, e que o pavor que infundis caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra estão desmaiados. Porque temos ouvido que o SENHOR secou as águas do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito; e também o que fizestes aos dois reis dos amorreus, Seom e Ogue, que estavam além do Jordão, os quais destruístes. Ouvindo isto, desmaiou-nos o coração, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o SENHOR, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra.”

Essa mulher, que era descendente dos amorreus, escondeu dois homens do povo de Deus em sua casa e disse alguma coisa muito importante: ‘Bem sei que o Senhor vosso Deus é Deus da terra.’ Depois ela disse: ‘O Senhor vosso Deus é o Deus acima nos céus e embaixo na terra.’ Então, ela, naquele momento, reverteu a situação maligna e maldita que estava sobre a sua vida por ser descendente daquele povo, porque ela confessou a Deus como Senhor. E mais do que isso. Vamos ver, agora, o versículo 12: “Agora, pois, jurai-me, vos peço, pelo SENHOR que, assim como usei de misericórdia para convosco, também dela usareis para com a casa de meu pai; e que me dareis um sinal certo”

Raabe “sabia” que ao confessar a Glória de Deus e reconhecer o Deus daqueles dois espias, estava começando a reverter a maldição sobre ela, e sobre a casa dos pais e da sua família.

Versículos 13-21: “Ela, então, os fez descer por uma corda pela janela, porque a casa em que residia estava sobre o muro da cidade. E disse-lhes: Ide-vos ao monte, para que, porventura, vos não encontrem os perseguidores; escondei-vos lá três dias, até que eles voltem; e, depois, tomareis o vosso caminho. Disseram-lhe os homens: Desobrigados seremos deste teu juramento que nos fizeste jurar, se, vindo nós à terra, não atares este cordão de fio de escarlata à janela por onde nos fizeste descer; e se não recolheres em casa contigo teu pai, e tua mãe, e teus irmãos, e a toda a família de teu pai. Qualquer que sair para fora da porta da tua casa, o seu sangue lhe cairá sobre a cabeça, e nós seremos inocentes; mas o sangue de qualquer que estiver contigo em casa caia sobre a nossa cabeça, se alguém nele puser mão. Também, se tu denunciares esta nossa missão, seremos desobrigados do juramento que nos fizeste jurar. E ela disse: Segundo as vossas palavras, assim seja. Então, os despediu; e eles se foram; e ela atou o cordão de escarlata à janela.”

O que simboliza o “cordão”? O Sangue de Jesus. Então, a partir do momento em que ela disse: ‘Eu sei que é Deus. Eu sei que o Deus é o Deus dos céus e da terra’, os pais, ela e os irmãos e toda a família saíram da maldição dos amorreus.

Josué 6:22-25 diz: “Então, disse Josué aos dois homens que espiaram a terra: Entrai na casa da mulher prostituta e tirai-a de lá com tudo quanto tiver, como lhe jurastes. Então, entraram os jovens, os espias, e tiraram Raabe, e seu pai, e sua mãe, e seus irmãos, e tudo quanto tinha; tiraram também toda a sua parentela e os acamparam fora do arraial de Israel. Porém a cidade e tudo quanto havia nela, queimaram-no; tão-somente a prata, o ouro e os utensílios de bronze e de ferro deram para o tesouro da Casa do SENHOR. Mas Josué conservou com vida a prostituta Raabe, e a casa de seu pai, e tudo quanto tinha; e habitou no meio de Israel até ao dia de hoje, porquanto escondera os mensageiros que Josué enviara a espiar Jericó.”

Aquela mulher estava condenada, pois fazia parte de um povo maldito. Mas, no momento em que ela colocou aquele pano vermelho, que era uma tipologia do Sangue de Cristo, toda cidade foi destruída, mas ninguém tocou nela, nem nos pais, nem nos irmãos, nem na sua parentela, nem na sua casa,.

Tu deves agir desta forma: crer no poder de Deus, crer no Sangue de Cristo e não hesitar, reverter a situação, atacando-a de frente. Não sei qual é a área do teu sofrimento. Mas, a Bíblia mostra que uma prostituta, ao reconhecer a Glória de Deus, e ao colocar a tipologia do Sangue de Jesus na sua porta, viu toda a sua parentela, que era maldita, viver abençoada no meio dos judeus. Isso é maravilhoso!

O segundo caso está em Gênesis 19:30-36: “Subiu Ló de Zoar e habitou no monte, ele e suas duas filhas, porque receavam permanecer em Zoar; e habitou numa caverna, e com ele as duas filhas. Então, a primogênita disse à mais moça: Nosso pai está velho, e não há homem na terra que venha unir-se conosco, segundo o costume de toda terra. Vem, façamo-lo beber vinho, deitemo-nos com ele e conservemos a descendência de nosso pai. Naquela noite, pois, deram a beber vinho a seu pai, e, entrando a primogênita, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou. No dia seguinte, disse a primogênita à mais nova: Deitei-me, ontem, à noite, com o meu pai. Demos-lhe a beber vinho também esta noite; entra e deita-te com ele, para que preservemos a descendência de nosso pai. De novo, pois, deram, aquela noite, a beber vinho a seu pai, e, entrando a mais nova, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou. E assim as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai.”

Mais um drama familiar por causa do excesso de álcool. A maldição do alcoolismo gerou o incesto. As próprias filhas embebedaram o pai para procriarem com ele.

Provérbios 31:4-6 diz assim: “Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte. Para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos.”

Não é próprio dos reis se embriagarem. Tu és rei e sacerdote. A pessoa que bebe esquece da lei, bate com o carro, mata a família, destrói uma família, rouba no emprego…

Isaias 5:11 diz assim: “Ai dos que se levantam pela manhã e seguem a bebedice e continuam até alta noite, até que o vinho os esquenta!”. Ai …

Toda vez que existe problemas com álcool dentro da família, a descendência é afetada. É preciso quebrar essa maldição que, às vezes, afeta completamente a vida financeira, não havendo sobra de dinheiro para alimentação, para a casa, para os filhos…

Noé se embriagou, gerou maldição em Cam. Ló se embriagou, gerou maldição nas filhas, e essa maldição passou a Moabe e a Bem-Ami, que eram os filhos que as filhas de Ló tiveram com ele. Incesto! Olha aqui, que maldição!

Em Deuteronômio 23:3 diz assim: “Nenhum amonita ou moabita entrará na assembléia do SENHOR; nem ainda a sua décima geração entrará na assembléia do SENHOR, eternamente.” Os moabitas e os amonitas eram os descendentes dos dois filhos que Ló teve com as próprias filhas. Olha que confusão da maldição.

Agora, nós vamos ver como uma mulher, descendente de Moabe, reverte isso tudo. Rute 1:1-5 diz assim: “Nos dias em que julgavam os juízes, houve fome na terra; e um homem de Belém de Judá saiu a habitar na terra de Moabe, com sua mulher e seus dois filhos. Este homem se chamava Elimeleque, e sua mulher, Noemi; os filhos se chamavam Malom e Quiliom, efrateus, de Belém de Judá; vieram à terra de Moabe e ficaram ali. Morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com seus dois filhos, os quais casaram com mulheres moabitas; era o nome de uma Orfa, e o nome da outra, Rute; e ficaram ali quase dez anos. Morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando, assim, a mulher desamparada de seus dois filhos e de seu marido.”

A Bíblia diz: ‘nenhum moabita entra na assembléia do Senhor.’ Os Moabitas estavam debaixo de maldição, porque eram filhos de uma maldição.

Rute 1:14-17 “Então, de novo, choraram em voz alta; Orfa, com um beijo, se despediu de sua sogra, porém Rute se apegou a ela. Disse Noemi: Eis que tua cunhada voltou ao seu povo e aos seus deuses; também tu, volta após a tua cunhada. Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o SENHOR o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.”

Rute, ao dizer que o Deus de Noemi era também o seu Deus, reconhece Jesus como Senhor e, assim, confronta a maldição dos moabitas. E sabes o que aconteceu? Essa história é muito linda. A sogra, então, descobre que havia um rei chamado Boaz que não tinha esposa e diz a Rute: “Banha-te, e unge-te, e põe os teus melhores vestidos, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber.” (Rute 3:3).

“Banha-te” simboliza a Palavra. A Palavra é a água que lava. “Unge-te” simboliza a unção do Espírito Santo. “Veste-te” simboliza o revestimento da armadura de Deus. “Desce à eira” significa ir à igreja.

Então, toda pessoa que se banha com a Palavra, que recebe a unção do Espírito Santo, que se reveste da armadura de Deus e desce à eira, ou seja, está na igreja, reverte a maldição da sua vida.

Banhar-se, ungir-se, vestir-se com os melhores vestidos e ir à eira é um tipo da igreja, é um tipo de Cristo, era a sombra. Hoje, nós temos a substância, e é isso que reverte a maldição: a Palavra, a unção de Deus, a armadura de Deus e estar na igreja todos os dias.

Depois, o que aconteceu na vida de Rute? Rute 4:13-17 “Assim, tomou Boaz a Rute, e ela passou a ser sua mulher; coabitou com ela, e o SENHOR lhe concedeu que concebesse, e teve um filho. Então, as mulheres disseram a Noemi: Seja o SENHOR bendito, que não deixou, hoje, de te dar um neto que será teu resgatador, e seja afamado em Israel o nome deste. Ele será restaurador da tua vida e consolador da tua velhice, pois tua nora, que te ama, o deu à luz, e ela te é melhor do que sete filhos. Noemi tomou o menino, e o pôs no regaço, e entrou a cuidar dele. As vizinhas lhe deram nome, dizendo: A Noemi nasceu um filho. E lhe chamaram Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi.”

Aquela mulher que estava condenada pela maldição dos moabitas, de repente, se torna “a melhor”, por causa da Glória de Deus na sua vida. Em seguida, o que se passa? Vê, o filho que lhe nasceu. Versículo 15“Ele será restaurador da tua vida e consolador da tua velhice…”. Obede, o filho de Rute com o rei Boaz, na realidade, era um tipo de Cristo!

Meu amado, nós vimos três casos: descendência maldita por alcoolismo, descendência maldita por fornicação e incesto, descendência maldita por povo amaldiçoado. Três situações revertidas no momento em que a pessoa enfrentou e confrontou a maldição.

Tu não foste chamado para viver sem que tenhas, em Cristo, o Restaurador e o Resgatador da tua vida.

Agora, tu já sabes como reagir, como confrontar, como não aceitar. Rute, apesar de ter vindo de toda a maldição dos moabitas, proibida de entrar na casa do Senhor, ao confessar, ao reconhecer, ao se unir a Boaz, tem um filho, que passou a ser o restaurador o resgatador da vida de Noemi. Isso se chama reversão da maldição.

Existem problemas que devem ser resolvidos hoje, pois vêm se perpetuando e destruindo muitas famílias.

Primeiro problema: doença. Salmo 107:20 “Enviou-lhes a sua palavra, e os sarou, e os livrou do que lhes era mortal.” Se há uma doença em alguma família, que vem se perpetuando, a Palavra livra.

Segundo problema: a maldição do adultério. Provérbios 6:23-25, diz: “Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida; para te guardarem da vil mulher e das lisonjas da mulher alheia. Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te deixes prender com as suas olhadelas.”

Não aceites participar de adultério! Eu conheço caso de pessoas que foram ricas, milionárias, mas perderam tudo por causa do adultério.

Terceiro problema: artrite. A artrite é um dos casos que mais domina a velhice. Jó 4:3-4 “Eis que tens ensinado a muitos e tens fortalecido mãos fracas. As tuas palavras têm sustentado aos que tropeçavam, e os joelhos vacilantes tens fortificado.”

Hoje a instrução põe fim à artrite. Ponto final! Isso é uma maldição e tem que acabar!

Quarto problema: sangue. Algumas pessoas herdam problemas de sangue. Ezequiel 16:6 diz assim: “Passando eu por junto de ti, vi-te a revolver-te no teu sangue e te disse: Ainda que estás no teu sangue, vive; sim, ainda que estás no teu sangue, vive.”

Se tu tens problema de sangue, recebe, agora, a reversão dessa maldição! Teu sangue está perfeito, as hemácias, os glóbulos brancos, vermelhos, glicose… está tudo no lugar.

Quinto problema: doença no corpo e nos ossos. Provérbios 16:24 “Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo.”

Seja qual for a doença, agora, do alto da cabeça a planta dos pés, revertemos toda maldição de família.

Sexto problema: medo. Olha o que diz o Salmo 56:4 “Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal?”

Há pessoas que sentem medo da sombra, do vizinho, do chefe, da macumba… ninguém te pode fazer mal! Não adianta!

Sétimo problema: medo da velhice. Salmo 92:13-14 “Plantados na Casa do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor,”. Que os velhinhos digam: ‘amém!’

Quando chegarmos à velhice não teremos medo. Tu serás um velho poderoso!

Oitavo problema: doenças mentais na família. Provérbios 16:3 “Confia ao SENHOR as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos.”

Olha, não importa qual seja o desígnio do maligno que tenha batido na tua família, tudo será estabelecido por Deus!

Nono problema: pobreza. Josué 1:8, diz assim: “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.” Ponto final para a maldição da pobreza.

E, finalmente, o décimo problema: filhos rebeldes. Jeremias 31:16 “Assim diz o SENHOR: Reprime a tua voz de choro e as lágrimas de teus olhos; porque há recompensa para as tuas obras, diz o SENHOR, pois os teus filhos voltarão da terra do inimigo.” Os teus filhos voltarão! Eu creio nisso!

Não aceitamos nenhuma maldição no nosso meio, não aceitamos nada que seja contra a bênção de Deus.

Em Números 23:8, o Senhor diz: “Como posso amaldiçoar a quem Deus não amaldiçoou? Como posso denunciar a quem o SENHOR não denunciou?”.

Se Deus não nos amaldiçoou, como vamos aceitar maldição? A maldição é herança, coisa que veio lá de trás; não é para nós. Hoje, pára tudo, irmão! A tua família é forte, tu és forte e poderoso. Não há mais dependência do álcool, não há mais sofrimento. A bênção virá à tua família, à tua casa, aos teus negócios, ao teu dinheiro. Diz: ‘Eu recebo!’

Tu terás a bênção para viver melhor junto com a tua família. Tu terás essas verdades em todas as áreas da tua vida, e nós vamos levá-las a todas as nações do mundo! Nós fomos criados pelo Autor de toda boa obra, o Autor de toda boa dádiva, para que nós desfrutemos da vida e tenhamos todas as nossas necessidades supridas. Nós fomos criados por Deus para o bem e para o bom. Então, que o Senhor coloque em teu coração o desejo de prosperar, de viver bem, de não aceitar as doenças, de não aceitar mais a pobreza na tua vida, de não aceitar a escassez, de não aceitar as privações.

O conhecimento que eu te passo vai te tirar de uma vida de escassez e de necessidade. Hoje é o dia de veres a bênção do Senhor e o fim da maldição em todas as áreas da tua vida.

“Eu recebo a Tua bênção completa em todas as áreas da minha vida. Eu rechaço, eu rechaço todo ataque do diabo. Eu rechaço toda forma de malignidade de doença, de adultério, de artrite, de sangue, de ossos, de medo, de medo da velhice, de problemas mentais, de problemas de pobreza, de filhos rebeldes. Oh! Deus, eu ponho um ponto final para todo sintoma diabólico. Deus, a tudo aquilo que o maligno tem tentado estabelecer na nossa família, eu declaro, agora, que somos livres e abençoados, para a glória de Deus! Aleluia! Glória a Deus! Glória a Deus! Estamos firmes!”