sexta-feira, 28 de setembro de 2018

O Crescimento para Alcançar a Maturidade Espiritual


Bíblia nos ensina que o Espírito Santo é o poder de Deus que pode transformar a nossa vida e nos ajudar a compreender corretamente o propósito e a vontade de Deus para nós.
Paulo escreveu: “ Cresçamos  em tudo até alcançarmos a altura espiritual de Cristo, que é a cabeça” (Efésios 4:15BLH). E também disse: “Irmãos, não sejais meninos no juízo; na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede homen samadurecidos ” (1 Coríntios 14:20ARA).
Este processo de crescimento tem a ver com o domínio dos apetites da carne, substituindo-os pelo caráter de Cristo. Por onde começamos?
João diz-nos: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus” (1 João 3:9ARA). O cristão convertido  não peca habitualmente . Afinal de contas, ele deve estar determinado a se afastar do pecado.
O sentido aqui não é que um cristão  nunca  vai pecar (1 João 1:8), pois ainda somos seres humanos falíveis e ainda podemos ser influenciados pela nossa natureza e pelo mundo degenerado em que vivemos. Em vez disso, o sentido é que um cristão não deve deixar o pecado fazer parte de sua  prática cotidiana.
Observe esta tradução parafrase de 1 João 3:9: “Os que foram concebidos e trazidos à vida por Deus não fazem do pecado uma prática. Como poderiam? A semente de Deus está no íntimo do seu ser, fazendo deles o que são. Não é da natureza dos nascidos de Deus praticar e ostentar o pecado” (A Mensagem).
Um cristão verdadeiramente convertido vai tropeçar e pecar às vezes, mas sua vida será uma luta ferrenha para evitar o pecado. Isso envolverá o aprendizado não apenas de resistir à tentação, mas também  de fugir das circunstâncias  em que se poderia ser tentado a transgredir (1 Coríntios 6:18).
Em Efésios 4 Paulo apresenta uma fórmula prática para vencer o pecado. Ele ilustra o método com vários exemplos, de forma a podermos entender claramente o que isso envolve. Quando examinamos esses versículos notamos três passos que precisamos tomar para passar de uma vida pecaminosa para outra que represente apropriadamente a obra de Deus  conosco e em nós.
Esta é a instrução de Paulo relativa à superação de nossa tendência ao pecado: “Vos  despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos  revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” (Efésios 4:22-24ACF).

Despojar-se do antigo eu

O primeiro passo, diz Paulo, é se “despojar do velho homem”. Para fazermos isto temos que entender que o velho homem é a nossa natureza egoísta e carnal, a qual é hostil a Deus (Romanos 8:7).
O “antigo eu” a que Paulo se refere constitui-se de nossa mente não convertida e dos atos pecaminosos que daí procede. Como abordado anteriormente, o nosso “antigo eu” deve ser submetido a uma morte simbólica e ser sepultado pelas águas do batismo (Romanos 6:1-4).
Com o passar do tempo, Deus milagrosamente muda o que há de pior em nós com o poder transformador do Seu Espírito. Ele pode nos libertar dos inúmeros pecados que nos aprisionam—pecados que pensávamos que jamais poderíamos vencer. Assim, podemos ser libertados das amarras que nos enlaçaram e nos fizeram escravos por tanto tempo.
Com a ajuda de Deus somos libertados progressivamente de um caminho de vida errado, o qual Paulo chama de servidão (Romanos 6:16). Para nos livrarmos da escravidão, Paulo nos diz: “Matem os desejos deste mundo que agem em vocês, isto é, a imoralidade sexual, a indecência, as paixões más, os maus desejos e a cobiça, porque a cobiça é um tipo de idolatria” (Colossenses3:5BLH).
À medida que estudamos a Palavra de Deus, mesmo depois de batizados e convertidos, continuamos a ver revelados detalhes de nossa natureza humana. As Escrituras nos ajudam a identificar as mudanças que ainda precisamos fazer. A Palavra de Deus, se a permitirmos, corta e penetra o âmago do nosso ser “e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hebreus4:12).
A Palavra de Deus nos auxilia a identificar os nossas atos e pensamentos errados (ver “Porque o Estudo da Bíblia é Necessário para o Crescimento Espiritual”). Então, podemos nos afastar disso e ter pensamentos puros e fazer boas obras. Mas  não podemos fazer isso sozinho!
Precisamos  despertar  o dom do Espírito de Deus em nós (2 Timóteo 1:6). Este Espírito pode nos renovar diariamente e dar forças à nossa nova natureza para termos sucesso na luta contra o pecado (2 Coríntios 4:16). Com a ajuda do Seu Espírito podemos “mortificar as obras do corpo” (Romanos 8:13).
Alguns perdem a sua luta contra o pecado porque tentam vencê-lo por sua própria força em vez de usar o poder que Deus dispõe através do Seu Espírito. Paulo reconhece esta deficiência humana. Ele conhecia perfeitamente o impacto da natureza humana em nosso comportamento, pois escreveu: “Que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo” (Romanos 7:21). Esta escritura descreve a luta de Paulo—e de todo cristão—entre a sua natureza humana e a sua nova natureza divina.
Somente através da presença de Jesus em nós é que podemos viver uma vida nova, de acordo com as normas de Deus (Gálatas 2:20). Por meio dEle podemos ser redimidos “de toda iniquidade” e purificados para ser “um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tito 2:14). Com a ajuda de Deus podemos vencer.

Revestir-se do novo

Se lutarmos sozinhos para despojar o “antigo eu”, o processo de superação fica incompleto. Agora vem a parte mais difícil. Devemos, com a ajuda de Deus, imprimir em nosso caráter os traços positivos que são o oposto das falhas que identificamos. Como Paulo explica, temos que nos “revestir do novo homem” (Efésios 4:24) com todas as suas características divinas. Devemos concentrar a nossa atenção e esforços no comportamento santo que desejamos apresentar.
Temos de nos concentrar no positivo para eliminar o negativo. É aqui onde os exemplos que Paulo usa são tão instrutivos e úteis: “Por isso deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo” (versículo 25).
Quando é que um mentiroso deixa de ser mentiroso? Ele não deixa de ser um mentiroso apenas por ficar de boca fechada. Ele ainda é um mentiroso que vive entre mentiras, por assim dizer. A única maneira em que pode demonstrar a mudança no seu caráter é “falando a verdade cada um com o seu próximo”.
Ele tem de se despir do velho eu e se revestir do novo. Quando um ex-mentiroso, consistentemente começa a dizer a verdade, as suas antigas atitudes de desonestidade e de dissimulação começam a secar e morrer.  É o que acontece quando, com a ajuda do Espírito de Deus, nos esforçamos para vencer nosso antigo modo de vida e substituí-lo pelo de Deus.
Paulo comenta outro exemplo, o ato de roubar. Quando é que um ladrão deixa de ser ladrão? Um ladrão que não esteja roubando alguma coisa agora pode estar “dando um tempo”. A única forma de um ladrão demonstrar que mudou a sua atitude é começando, de forma consistente, a fazer o oposto.
O roubo é simplesmente o ato de apropriação indébita. O ato oposto a essa atitude egoísta de roubar é o de  dar . Com a ajuda de Deus um ex-ladrão aprenderá a  trabalhar  “fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (versículo 28).

Palavras destrutivas ou edificantes?

Paulo cita ainda outro exemplo do modo como nos comunicamos. Frequentemente, a nossa língua manifesta precisamente a nossa natureza dominante, quer seja boa ou má. Jesus disse que “a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12:34ARA). Tiago diz-nos que a língua desenfreada é um “mundo de iniquidade” (Tiago 3:6).
Manter silêncio para que nenhuma conversa corrupta saia da boca pode ser um passo na direção certa. Mas manter a nossa boca fechada, por si só, não é prova de que a nossa natureza mudou. Pois, “até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio” (Provérbios 17:28). A nossa natureza muda fundamentalmente quando começamos a usar a língua de uma maneira positiva. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem” (Efésios4:29).
Para vencermos a tendência de falar coisas erradas, devemos pedir a Deus que, através do poder do Seu Espírito, nos ajude guiando as nossas conversas para o  encorajamento e edificação  dos outros em lugar da recriminação e desprezo. As nossas palavras devem brotar de um “manancial de vida” (Provérbios 10:11). A nossa conversa deve ser como “prata escolhida” (Provérbios 10:20). Devemos rogar a Deus para que a nossa linguagem seja “sempre agradável, temperada com sal” (Colossenses 4:6).
Podemos vencer as nossas características ruins concentrando-nos num comportamento justo. Através do uso desta fórmula, com a ajuda do Espírito de Deus, a mudança torna-se uma parte permanente de nosso caráter.

Que espírito estará contigo?

O Espírito de Deus contrasta com o espírito da “amargura e ira” em Efésios4:31-32: “Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja tirada de entre vós. Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”. Quando cedemos à natureza do velho homem, com todas as suas práticas corruptas, “damos lugar ao diabo” (versículo 27). Quando somos amáveis e clementes refletimos o Espírito de Deus.
Talvez agora possamos compreender porque podemos extinguir o Espírito de Deus (1 Tessalonicenses 5:19) se recusamos sua orientação e praticamos o roubo ou conversação corrupta, como mentir. Satanás vive em tal ambiente.
Mas quando nos revestimos do espírito do novo homem, prevalecem os resultados opostos. Satanás odeia o comportamento divino e não pode prevalecer num ambiente assim. No entanto, o Espírito de Deus se desenvolve numa pessoa que se esforça para viver uma vida piedosa.
Tudo isso ilustra maravilhosamente algumas verdades simples, mas profundas. Quando “nos sujeitamos a Deus” e “resistimos ao diabo,” ele foge de nós (Tiago 4:7). Como disse Paulo: “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gálatas 5:16).
O meio mais simples de tirar o ar de um copo é enchendo-o de água. Do mesmo modo, Deus pode superar nossa natureza humana enchendo a nossa mente com a Sua natureza e os seus inúmeros atributos maravilhosos.
Como 2 Pedro 1:5-8 nos diz: “Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor. Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em sua vida, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos” (NVI).
Isto não significa que não voltaremos a pecar, pois ainda somos seres físicos sujeitos à fraqueza humana. No entanto, não precisamos desanimar diante dos nossos pecados. Na verdade, devemos estar agradecidos por estarmos cientes deles, porque a consciência é o primeiro passo para a sua erradicação.
O apóstolo Paulo, referindo-se ao fato de ainda não ter alcançado a perfeição em seus esforços para eliminar o pecado de sua vida, dá-nos esta perspectiva: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão,  prossigo para o alvo, para o prémio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13-14ARA).
No livro de Hebreus encontramos estas palavras encorajadoras: “Portanto, fiquemos firmes na fé que anunciamos, pois temos um Grande Sacerdote poderoso, Jesus, o Filho de Deus, o qual entrou na própria presença de Deus. O nosso Grande Sacerdote não é como aqueles que não são capazes de compreender as nossas fraquezas. Pelo contrário, temos um Grande Sacerdote que foi tentado do mesmo modo que nós, mas não pecou. Por isso tenhamos confiança e cheguemos perto do trono divino, onde está a graça de Deus. Ali receberemos misericórdia e encontraremos graça sempre que precisarmos de ajuda” (Hebreus 4:14-16BLH).
“Portanto,  deixemos de lado tudo o que nos atrapalha  e o pecado que se agarra firmemente em nós e continuemos a correr, sem desanimar, a corrida marcada para nós. Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio dele que a nossa fé começa, e é ele quem a aperfeiçoa. Ele não deixou que a cruz fizesse com que ele desistisse. Pelo contrário, por causa da alegria que lhe foi prometida, ele não se importou com a humilhação de morrer na cruz e agora está sentado do lado direito do trono de Deus. Pensem no sofrimento dele e como suportou o ódio dos pecadores. Assim, vocês, não desanimem, nem desistam” (Hebreus 12:1-3BLH).

A nossa transformação definitiva

O processo completo de conversão tem a ver com a maravilhosa transformação  que Deus—por intermédio de Cristo e do poder do Espírito Santo—opera em nós. O último e mais dramático aspecto de nossa transformação ocorrerá na ressurreição dos mortos, quando Jesus regressar.
O apóstolo Paulo revela o que acontecerá aos “chamados, escolhidos e fiéis” discípulos de Cristo nesse momento: “E, agora, digo isto, irmãos: que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção. Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos  seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta”.
“Porque a trombeta soará, e  os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então, cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória” (1Coríntios 15:50-54).
Daniel também fala desse evento maravilhoso: “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno. Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento [céus]; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente” (Daniel 12:2-3). (Para saber mais, solicite nosso livro gratuito  Qual é o Seu Destino?)
Finalmente, Paulo descreve a fantástica conclusão de tudo o que Deus está fazendo por nós: “Nós somos cidadãos do céu e estamos esperando ansiosamente o nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que virá de lá.  Ele transformará o nosso corpo fraco e mortal e o fará ficar igual ao seu próprio corpo glorioso, usando para isso o mesmo poder que ele tem para dominar todas as coisas” (Filipenses 3:20-21BLH).
Por isso, em Tito 2:12-14 Paulo nos ensina “que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras”.

Jesus Dizimou?

Sendo um bom judeu, Jesus provavelmente dizimava. A Bíblia não diz se Jesus dizimou mas ele cumpria a Lei de Moisés. Embora o dízimo não seja obrigatório para o cristão, o Novo Testamento ensina que é muito importante ofertar com generosidade para o mantimento da igreja, dos obreiros e dos mais necessitados.

O que era o dízimo?

Na Bíblia, o dízimo era a décima parte de toda a produção e de todo rendimento, ofertado para manter o templo e os ministros do templo(Deuteronômio 14:22). Os levitas e os sacerdotes não tinham herança como o resto dos israelitas, porque eram consagrados a Deus. Seu único mantimento vinha dos dízimos. Os dízimos permitiam que eles trabalhassem a tempo inteiro na obra do Senhor. Os dízimos também eram aplicados para reparações e obras de restauro do templo.
Uma parte do dízimo era colocada de parte para sustentar os pobres e necessitados. Assim, dar o dízimo tinha um lado social muito importante, porque ajudava toda a comunidade. Não dar o dízimo era sinal de avareza e falta de preocupação com as outras pessoas. O dízimo também era uma forma de agradecer a Deus pelo sustento que Ele providenciou (Deuteronômio 14:28-29).
Nos tempos da Bíblia, as pessoas viviam principalmente à base da agricultura. Não havia muito dinheiro e transações eram feitas trocando um produto por outro. Por isso, a maior parte dos dízimos eram produtos agrícolas, como farinha, azeite e ovelhas (2 Crônicas 31:5). Quem não podia transportar os produtos para o templo podia vender os produtos e entregar dinheiro.

O dízimo no Novo Testamento

O Novo Testamento fala pouco sobre o dízimo. Jesus pagou o imposto do templo, portanto provavelmente também dizimava (Mateus 17:24-27). Não estando mais debaixo da Lei, o cristão não é obrigado a dizimar mas tem uma responsabilidade perante o resto da igreja para contribuir para o sustento de todos. Os primeiros cristãos davam muito mais que o dízimo e davam com alegria (Atos dos Apóstolos 4:34-35).
Não há nenhuma quantidade específica para dar mas devemos dar dentro das nossas possibilidades com alegria e generosidade. A Bíblia recomenda cultivar o hábito de dar regularmente para a igreja (1 Coríntios 16:1-2). O uso das ofertas deve ser o mesmo do dízimo: cobrir as despesas da igreja, sustentar os obreiros e ajudar os mais necessitados.
Ofertar é uma prova que damos de nossa fé em Jesus. Ele é a fonte do nosso sustento. Não podemos pôr nossa confiança e esperança no dinheiro. Ou servimos a Deus, ou ao dinheiro (Mateus 6:24). O dízimo provavelmente foi instituído na igreja como recomendação de uma quantidade sensata a ofertar regularmente. É o suficiente para acabar com o amor ao dinheiro e cobrir as despesas mas não é um fardo pesado demais.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Quem é o autor da Bíblia e quem a escreveu?

Quem é o autor da Bíblia e quem a escreveu?

Para achar a resposta para questões muito importantes de quem é o autor da Bíblia e quem a escreveu (as respostas para estas questões não são as mesmas), nós começaremos de 2 Timóteo onde lemos:
2 Timóteo 3:16 
“Toda a Escritura é divinamente inspirada...”
A palavra “Escritura” na passagem acima é outro nome para o livro que hoje nós chamamos de Bíblia. O que o versículo acima nos diz é que toda a Bíblia (“toda a Escritura”), foi divinamente inspirada. A frase “divinamente inspirada” é na verdade uma palavra do texto grego, “theopneustos". Essa palavra é composta pela a palavra “theos” que significa Deus e a palavras “pneustos” que significa respirar. Portanto, quando a Bíblia diz que é “theopneustos”, significa que ela é “inspirada por Deus”, é concepção de Deus, ideia de Deus. Portanto, o autor da Bíblia é Deus quem a inspirou, a concebeu, de autoria dele.
Agora, é claro que alguém pode perguntar: “Como é Deus o autor da Bíblia já que eu li que foi escrita por Paulo, João e etc.? A Bíblia novamente nos dá a resposta. Assim, 2 Pedro 1:20-21 nos diz:
2 Pedro 1:20-21 
“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.”
Antes de nós olharmos mais de perto, devemos primeiro ter certeza que nós compreendemos completamente o que “profecia da Escritura” significa. A razão pela qual eu digo isso é porque a palavra profética é usada hoje quase sempre para falar sobre coisas do futuro. Contudo, essa palavra não é apenas de uso Bíblico. Biblicamente falando, “profetizar” significa falar de coisas que vêm diretamente do terreno1 espiritual. Se o que é dito é sobre o futuro ou não, não é relevante.
Tendo esclarecido o que profecia significa, nós podemos facilmente entender o que “profecia da Escritura” significa: simplesmente significa a Bíblia como um todo, como a soma das profecias separadas que compõe isso. Assim, o que 2 Pedro nos diz é que nenhuma parte da Bíblia (“nenhuma profecia da Escritura”), veio da vontade do homem. Isso significa que não foi Paulo, por exemplo, que um dia decidiu sentar e escrever uma carta aos Efésios. Se isso aconteceu assim, Efésios seria escrito pela vontade do homem, o que a Bíblia elimina. Para encontrar como Paulo e os outros fizeram suas contribuições para a Bíblia nós não temos a não ser que continuar lendo a mesma passagem. A resposta está na última parte do versículo 21 onde nós somos informados da profecia da Escritura, ou seja, a Bíblia foi escrita por homens santos de Deus que falaram movidos pelo Espírito Santo.Portanto, quem escreveu a Bíblia? Os homens santos de Deus. Como eles escreveram isso? Eles foram movidos por Deus, que é o Espírito Santo. Então sim, Paulo, João e os outros foram os escritores da Bíblia. Mas eles não são os autores. O autor da Bíblia é Deus, que moveu pessoas como Paulo, Pedro e João que escreveram o que Ele queria, o que Ele autorizou. E se você perguntar como Deus os moveu, Gálatas nos dá as respostas para o caso de Paulo que também é o mesmo dos outros:
Gálatas 1:11-12 
“Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, MAS PELA REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO...”
O modo que Deus moveu essas pessoas não foi por possessão, pois Deus nunca possui ninguém (I Coríntios 14:32-33). Pelo contrário, foi por revelação. Em outras palavras, Deus disse a Paulo o que escrever e Paulo sentou-se para escrever. Quem, portanto, escreveu Gálatas? Paulo. Quais ideias, assinatura e autoria Gálatas apóia? De Deus. Portanto, quem é o autor? Deus é o autor. E quem eram os homens, iguais a Paulo e os outros que contribuíram para a Bíblia? Eles eram os escritores que escreveram o que o autor, Deus, os disse. É por isso que a Bíblia, embora sendo escrita por muitos, tem um e mesmo autor: DEUS. É igual ao diretor e a secretária. A secretária escreve o que o diretor a diz. Quem faz a escrita? A secretária. Contém as ideias de quem? As do diretor que portanto, é o autor. E como um diretor pode ter muitos escritores, também Deus tinha muitos escritores para escrever o que Ele queria.

II Timóteo 3:16-17: a utilidade da Bíblia

Por que nós precisamos da Bíblia? Qual a utilidade dela para nós? Aqui está o que a própria Bíblia nos diz em II Timóteo 3:16-17 nos diz:
 II Timóteo 3:16-17 
“Toda escritura é dada por inspiração de Deus, e proveitosa para doutrinar, para repreender, para corrigir e para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra.”
A primeira informação nos dada na passagem acima de II Timóteo 3:16-17 é que a Bíblia é de fato proveitosa e útil. Para quê ela é útil? “Para doutrinar, repreender, corrigir e para instruir em justiça” Vamos agora dar uma olhada em cada um desses um por um.

1. Para doutrinar

A primeira coisa que II Timóteo 3:16-17 nos diz é que a Bíblia é útil para doutrinar ou ensinar. Isto é especialmente importante já que em relação a Deus, as pessoas tendem a seguir os ensinamentos de suas tradições ou os ensinamentos que a sociedade considera como “a fonte correta de informação religiosa”. Não há problema nenhum com estas fontes SE elas ensinam o que a Bíblia ensina. Infelizmente, frequentemente não é isto o que acontece, no caso em que o ensino é recebido através destas fontes, pois embora possam ser religiosas e sinceras, também estão erradas, pois não estão de acordo com o ensinamento que Deus dá na Bíblia.
Um exemplo da Bíblia usado para o ensino é o tema da salvação. A resposta que a Bíblia dá para este tópico é muito clara:
Romanos 10:9 
“Se você confessar com sua boca o Senhor Jesus, e acreditar em seu coração que Deus o ressuscitou de entre os mortos, você será salvo.”
Também: Efésios 2: 8-9 
“Pela graça sois salvos mediante a fé, e isto não vem de vós; isto é dom de Deus, NÃO de obras, para que ninguém se glorie”
Pode ser declarado de forma mais clara do que está que para ser salvo o que você precisa não é de boas obras, mas crer que Jesus é Senhor e que Deus o ressuscitou de entre os mortos? Se sua escola, seu pastor, sua família apóia alguma outra doutrina qualquer, que ensino você irá seguir? Os ensinamentos da Bíblia ou os ensinamentos de vários outros homens, quem quer sejam eles? Eu prefiro os ensinamentos da Bíblia, pois apenas a Bíblia “é proveitosa para o ensino” (II Timóteo 3:16-17).

2. “Para repreender”

Ademais do ensino, II Timóteo 3:16-17 nos diz que a Bíblia também é proveitosa para repreensão e correção. Isto significa que a Bíblia é apta para nos mostrar se nós estamos errados e onde estamos errados. Por isso, se eu acredito que a salvação é dada pelas obras, ou pela fé mais algumas boas obras, ou por alguma outra coisa exceto pela crença de que Jesus é Senhor e que Deus o ressuscitou de entre os mortos, o que eu preciso é de repreensão e correção. A passagem acima de Romanos 10: 9 é novamente útil para este propósito já que, se eu não acreditar no que ela diz, ela me diz que eu estou errado ao declarar o que certo. Assim ela me ensina, me reprova e me corrige e tudo isto em uma única e mesma passagem. Um outro exemplo está em Efésios 4:31:
Efésios 4:31 
“Deixai toda amargura, cólera, ira, clamor, e blasfêmia, bem como toda malícia.”
Se eu estou amargurado, encolerizado, etc. a Bíblia me diz que isto é errado. E você sabe por que está errado? Não porque a sociedade ou sistema moral do mundo diz que é errado, mas porque Deus em sua Palavra define como errado. Para achar o que é errado ou certo você não precisa conhecer e seguir o sistema moral do mundo. O que você precisa é conhecer e seguir é a Palavra de Deus.

3. “Para corrigir”

A terceira coisa que de acordo com II Timóteo 3:17-18 a Bíblia é usada para correção. Correção é sempre um complemento necessário para a repreensão. Com a repreensão nós vemos onde nós estamos errados, enquanto que com a correção nós sabemos o que é o certo a fazer. No caso de Efésios 4:31, que nós vimos acima, é suficiente analisarmos mais um versículo para receber depor da repreensão a correção. Assim Efésios 4:32 nos diz:
Efésios 4:32 
“Sejais bondosos e compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como Deus vos perdoou em Cristo.”
Todas estas coisas para a qual Bíblia é proveitosa, ou seja, para ensinar, corrigir, reprovar a torna proveitos para a educação na justiça, ou, como diz o grego, para a treinamento na justiça.

4. “a fim de que o homem de Deus seja perfeito, completamente equipado para as boas obras”

A razão pela qual Deus deu a Bíblia, que é útil para todas estas coisas, “é para que o homem de Deus seja PERFEITO”. Isto significa que você não pode ser perfeito, exceto aplicando quilo que a Bíblia diz.
A passagem de II Timóteo 3:16-17 também nos diz que a Bíblia foi dada para que o homem de Deus “seja completamente equipado para toda boa obra”. As boas obras que estão aqui não são boas obras que VOCÊ “preparou” para Deus. Para Deus as únicas obras que são verdadeiramente boas são as boas obras que DEUS preparou de antemão “para que andássemos nelas.” (Efésios 2:10). Para estar preparado ou completamente equipado para estas boas obras o que você precisa é do livro  de Deus: a Bíblia.

Ressurreição ou vida imediatamente após a morte?

Assim como nos demais artigos, neste também abordaremos um tópico muito sério e que tem sido fonte de longas discussões e muitas questões. Este assunto se refere ao que acontece após a morte e será abordada a partir da visão Bíblica, na qual nós sinceramente acreditamos que, conforme Deus disse, é a única fonte que pode dar-nos informações confiáveis.

1. Morte: Deus não nos quer ignorantes

Começando a pesquisa do nosso assunto, iremos a 1 Tessalonicenses 4:13 onde lemos:
1 Tessalonicenses 4:13 
"Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança... "
Esta passagem é clara, Deus não nos quer ignorantes a respeito “daqueles que adormeceram”, isto é, os mortos. Ao contrário, Ele quer que sejamos informados, que em outras palavras significa que Ele mesmo providenciou todas as informações necessárias para tirarmos toda a ignorância ou falta de compreensão. De nossa parte a única coisa que precisamos é seguir lendo esta passagem. De fato, nos versículos 13-18 do mesmo capítulo nos diz:
1 Tessalonicenses 4:13-18 
"Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemos-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras."
Como se pode ver, esta passagem se refere aos “mortos em Cristo” ou aqueles que “adormeceram em Jesus, isto é, àqueles que morreram crendo no Senhor Jesus Cristo”. Embora esses sejam apenas uma categoria do total de mortos, a conclusão tirada da passagem acima em relação ao estado de mortos tem aplicação geral1.
Voltando agora para o que o texto nos diz, isto é, à informação que Deus nos deu, para eliminar nossa ignorância e incompreensão sobre os mortos, nós podemos ver que nenhuma referência é feita sobre uma suposta vida imediatamente após a morte. Ao contrário, o que a passagem claramente mostra é a ressurreição como a ÚNICA saída para o estado de morte e o único caminho para voltar novamente à vida. De fato, de acordo com a passagem bíblica acima, os mortos em Cristo serão ressuscitados no dia da vinda do Senhor, enquanto que os Cristãos vivos serão arrebatados naquele dia com eles ao céu para encontrarem com o Senhor nos ares. “E assim nós (todos Cristãos, mortos e vivos) ESTAREMOS para sempre com o Senhor”, que em outras palavras significam que uma vez que ESTAREMOS (tempo futuro) com o Senhor, não há mais morte agora, nem tampouco se nós morrermos, seremos imediatamente levados para o Senhor. Em vez disso, nós ESTAREMOS com Ele em sua vinda.
Além dessa passagem acima de 1 Tessalonicenses 4:13-18 que nos foi dada para que tenhamos plena consciência sobre os mortos em Cristo, a Palavra de Deus contém mais textos que corroboram com o que 1 Tessalonicenses 4:13-18 nos disse. Tal texto é 1 Coríntios 15:20-24, onde lemos, iniciamos dos versículos 20-22:
1 Coríntios 15:20-22 
"Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também TODOS SERÃO VIVIFICADOS em Cristo."
Neste trecho duas coisas estão claras. A primeira é que TODOS voltarão à vida, embora, no versículo 23 que segue nos diz, “cada homem por sua ordem”, isto é, não serão todos simultaneamente. Além disso, algo mais que o versículo acima nos esclarece é que VIVERÃO novamente, ou seja, dizer que eles estão vivos agora não pode estar correto. Agora, quando os mortos voltarão à vida é algo que está respondido nos versículos 23-24 do mesmo capítulo, onde lemos:
1 Coríntios 15:23-24 
"Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que säo de Cristo, na sua vinda. Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força."
O primeiro – e único até agora – que ressuscitou dos mortos é Cristo. Contudo, sua ressurreição não será única para sempre, pois no futuro outros o seguirão: em primeiro lugar pela ressurreição daqueles que são de Cristo, isto é, aqueles que morreram crendo no Senhor Jesus Cristo e então, pela ressurreição dos remanescentes. O tempo que é destes primeiros ressurgidos, isto é, a ressurreição daqueles são de Cristo, está definido como o tempo da vinda de Cristo, do qual 1 Tessalonicenses 4 nos fala . A partir daí podemos concluir então, de acordo com “quadro cronológico” da passagem acima, os mortos em Cristo serão os primeiros a viverem e que o dia que isto acontecerá, será na vinda do Senhor, que ainda virá. NÃO existe nenhum morto que esteja vivo agora, exceto o Senhor Jesus. Ao contrário, todos VIVERÃO no futuro, e cada um à sua ordem.

2. "Com qual corpo o morto voltará"?

A Bíblia não somente nos diz que aqueles que morreram em Cristo serão ressuscitados no dia da sua vinda, mas também nos afirma com qual corpo eles virão. Assim, começando em 1 Coríntios 15:35-41, lemos:
1 Coríntios 15:35-41 
"Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão? Insensato! o que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou de outra qualquer semente. Mas Deus dá-lhe o corpo como quer, e a cada semente o seu próprio corpo. Nem toda a carne é uma mesma carne, mas uma é a carne dos homens, e outra a carne dos animais, e outra a dos peixes e outra a das aves. E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres. Uma é a glória do sol, e outra a glória da lua, e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela."
O motivo pelo qual Paulo coloca essa comparação da semente que cresce com algo diferente, da planta e os diferentes tipos de corpos e “carnes” etc. é mostrado no início desta passagem onde nos fala explicitamente que estes corpos se referem ao “modo como os mortos ressuscitarão e com qual corpo eles virão”, assim como lemos no versículo 42:
1 Coríntios 15:42 
"Assim também a ressurreição dentre os mortos..."
A frase “assim também” faz a conexão dos versículos anteriores (versículos 35-41) com o seguinte (“a ressurreição dos mortos”). Em outras palavras, assim como a semente “morre” para gerar uma planta, assim também este corpo terreno morrerá e outro corpo o sucederá na ressurreição. E como os corpos não são todos iguais, assim também o corpo ressuscitado não será o mesmo corpo terreno. Mais ainda, assim como os corpos celestiais e terrestres diferem em glória, do mesmo modo a ressurreição dos corpos diferirá do corpo terreno. Conforme versículos 42-45 nos diz:
1 Coríntios 15:42-45 
“Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante.”
Nesta passagem, a frase “corpo natural” é a tradução do grego "σώμα ψυχικόν" (soma psuchikon), onde a palavra "psuchikon" é a forma adjetiva do substantivo “psuche” que significa “alma”. Então, "soma psuchikon" significa “corpo com alma”, isto é, um corpo cuja vida é baseada na alma2. Este é o corpo que temos agora, o corpo que é “semeado” (1 Coríntios 15:44). Contudo, este corpo é inapropriado para a vida eterna que Deus nos prometeu. Conforme nos diz 1 Coríntios 15:50:
1 Corinthians 15:50 
"E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção. "
Este corpo de carne e sangue, sendo corruptível, é incapaz de herdar incorrupção, por isso tem que ser transformado. Conforme versículos 53-55 dizem:
1 Coríntios 15:53-55 
"Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória."
Somente quando o corpo mortal e corruptível que temos se revista de imortalidade e incorrupção, a morte será tragada na vitória. A razão é que o novo corpo – o corpo ressuscitado (1Coríntios 15:44) – que tomará o lugar do atual corpo com alma – o corpo que é semeado (1Coríntios 15:44) – será incorruptível, a morte não terá poder sobre ele. Não será mais um corpo com alma, isto é, um corpo cuja vida é baseada na alma, mas um corpo espiritual, ou seja, corpo com as mesmas propriedades e habilidades do corpo do Senhor Jesus Cristo, o único que até agora tem um corpo como este. Conforme versículos 44-49 da 1 Coríntios 15 nos diz:
1 Coríntios 15:44-49 
"Semeia-se corpo natural (soma psuchikon), ressuscitará corpo espiritual (soma pneumatikon). Se há corpo natural, há também corpo espiritual. Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, senão o natural; depois o espiritual. O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu. Qual o terreno, tais são também os terrestres; e, qual o celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial.”
Qualquer homem que tenha passado por este mundo, incluindo Adão e Cristo, teve um corpo com alma. Contudo, Jesus é o único que foi mais além, porque apesar de ter morrido, não permaneceu entre os mortos, mas ressuscitou, após três dias e três noites, com um corpo incorruptível e espiritual. Assim, o corpo espiritual não é um conceito teórico, mas uma realidade uma vez que é este o corpo que Jesus tem agora3. E como nós nos vestimos o “uniforme” de Adão, o corpo com alma – “a imagem do terreno” – assim um dia, no dia da vinda do Cristo, nós também vestiremos seu “uniforme”, o corpo espiritual, - “a imagem do celestial”. Quando isto acontecerá, teremos a resposta nos versículos 51-52 do mesmo capítulo de 1 Coríntios, onde lemos:
1 Coríntios 15:51-52 
"Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados."
E conforme 1 Tessalonicenses 4:15-18 também nos diz:
1 Tessalonicenses 4:15-18 
"Dizemos-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras."
Concluindo assim, o que temos visto até agora:
Deus não nos quer ignorantes a respeito daqueles que morreram e por esta razão, Ele forneceu em Sua palavra todas as informações relevantes para nosso benefício. Assim, de acordo com esta informação, Cristo é o primeiro e o único que embora tenha morrido está vivo AGORA, já que Deus o ressuscitou dos mortos. Conforme 1 Coríntios 15:23 caracteristicamente nos diz, ele é a PRIMÍCIA, o PRIMEIRO. Após Ele, os próximos que também reviverão serão aqueles que são de Cristo, isto é, os Cristãos mortos, e mais tarde seguirão os demais mortos (1 Coríntios 15:23).
Em relação ao tempo em que os mortos em Cristo reviverão, a Palavra define como o tempo da vinda do Senhor. Então, isto significa que uma vez que a vinda de Cristo é ainda um evento futuro, não possibilidade dos mortos estarem vivos agora. Em vez disto, eles REVIVERÃO naquele dia. Contudo, isto não será o único acontecimento daquele dia, pois logo após a ressurreição dos Cristãos mortos, os demais Cristãos que estiverem vivos serão arrebatados nas nuvens com os demais ressuscitados, para encontrar o Senhor nos ares (1 Tessalonicenses 4:17). Esta mesma passagem também nos diz: “E ASSIM NÓS (Todos os Cristãos) ESTAREMOS PARA SEMPRE COM O SENHOR”.
Referente agora ao corpo que os mortos terão naquele dia, isto é o que a Bíblia chama de “corpo espiritual”, isto é, um corpo incorruptível e imortal como o corpo Jesus possui agora. Este também será o corpo que terão os Cristãos vivos que forem arrebatados às nuvens naquele dia, em substituição do corpo com alma corruptível atual. De acordo com a Palavra, tudo isto acontecerá em apenas “um piscar de olhos” (1 Coríntios 15:52) e pode acontecer a qualquer momento, mesmo daqui a pouco. O momento exato não foi revelado por Deus em sua Palavra e por isso ninguém o sabe (veja 1 Tessalonicenses 5:1-2, Marcos 13:32, 2Pedro 3:4-13).

3. Mais algumas análises sobre os mortos

Apesar do fato de a Palavra de Deus deixar clara a verdade sobre os mortos, um olhar sobre o que a maioria dos Cristãos acredita nos mostrará uma grande diferença. De fato, para muitos Cristãos quando alguém morre sua alma continua a viver e após ser julgado vai para o céu onde está o Senhor com seus amados, tendo plena consciência e louvando a Deus em um estado de alegria. Assim, de acordo com esta “visão comum”, a morte é na verdade uma amiga pela qual obtemos uma vida melhor “no outro lado”. Uma comparação desta visão com o que vimos que Deus revelou para nosso benefício, fica claro que não ela não tem embasamento bíblico. Contudo, apesar das passagens que temos visto até agora, a Palavra contém mais trechos que tornam mais evidentes os erros desta “visão comum” e suas reivindicações. Abaixo as reivindicações desta visão serão examinadas e contrastadas com a Palavra de Deus.

3.1. O paraíso é o lugar onde os mortos vão após a morte?

Como temos visto, o primeiro grupo de mortos que irão ao céu serão os Cristãos ressuscitados, no dia da vinda do Senhor. A partir daí, pode-se facilmente concluir que nenhum morto está no céu agora – exceto o Cristo ressuscitado – e ninguém vai para lá após a morte. Para onde vão afinal os mortos após a morte? A resposta que a Bíblia nos dá é simplesmente a sepultura, e este é o significado das palavras “Sheol” e “Hades” que a Bíblia usa para denotar o lugar dos mortos. Um entendimento completo das características do lugar dos mortos, a sepultura, pode ser obtido pelo estudo de uma ou de duas palavras. Por isso que a parte “Ocorrências na Bíblia das palavras “Sheol" e "Hades"” contém uma lista completa de suas ocorrências na Bíblia.

3.2 Os mortos tem consciência ou conhecimento?

Outra alegação da tradição é que após a morte, os mortos continuam vivendo, tendo pleno conhecimento e consciência e ajudando aos vivos. Novamente, a partir do que Deus nos disse que nós não sejamos mais ignorantes e é óbvio que uma reivindicação como esta não pode estar certa. De fato, de acordo com o que vimos os mortos não estão vivos agora, consequentemente ele não podem fazer coisas que são próprias e características de pessoas vivas apenas. Eclesiastes 9:4-6,10 verdadeiramente não deixa margem de dúvida. Assim nós lemos:
Eclesiastes 9:4-6, 10 
"Ora, para aquele que está entre os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto). Porque os vivos sabem que hão de morrer, MAS OS MORTOS NÃO SABEM COISA NENHUMA, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, E JÁ NÃO TÊM PARTE ALGUMA PARA SEMPRE, EM COISA ALGUMA DO QUE SE FAZ DEBAIXO DO SOL...Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, PORQUE NA SEPULTURA (Hebraico: Sheol), PARA ONDE TU VAIS, NÃO HÁ OBRA NEM PROJETO, NEM CONHECIMENTO, NEM SABEDORIA ALGUMA.”
Como está explícito nesta passagem, os mortos não têm consciência, e “já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol”, isto é, em coisa alguma feita em vida. Isto não apenas refuta a afirmação de muitas denominações que homens “santos” apareceram para outros homens “santos” e falaram a eles, ou que tais pessoas como Maria ouvem suas orações. Conforme vimos, de acordo com a Bíblia, com exceção do Cristo ressuscitado não há nenhum homem que tendo morrido esteja vivo agora. Então não há morto que possa aparecer à pessoas vivas e responderem suas orações, estando morto, ele não tem consciência e não pode “ter parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. ”

3.3 Os mortos louvam a Deus?

Outra afirmação da tradição em relação aos mortos é que ao morrer ele vai ao céu lá fica louvando a Deus. Mais uma vez a partir da informação que Deus nos deu que não nos quer ignorantes, é claro que essa afirmação é falsa, os mortos não estão nem no céu e nem estão vivos para louvar a Deus, a Palavra responde também diretamente a esta afirmação. Assim nos diz o Salmo 6:5:
Salmo 6:5
"Porque na morte não há lembrança de ti [Deus]; no sepulcro [Hebraico: Sheol] quem te louvará?”
Contrário à ideia da tradição, a Palavra deixa claro que “na morte NÃO há lembrança de Deus. No sheol, na sepultura, ninguém dará graças a Deus, pois ninguém está vivo lá para que possa fazer isto. Ao contrário, são apenas os VIVOS e somente eles que louvarão a Deus e darão graças a Ele. Na verdade Isaías 38:18-19 nos diz:
Isaías 38:18-19 
"Porque NÃO TE LOUVARÁ [Deus] A SEPULTURA, NEM A MORTE TE GLORIFICARÁ; NEM ESPERARÃO EM TUA VERDADE OS QUE DESCEM À COVA. O VIVENTE, O VIVENTE, ESSE TE LOUVARÁ..." São os vivos e não os mortos quem te darão graças e glorificarão Deus. É neste tempo que agradeceremos e louvaremos a Ele e não quando morrermos.

3.4 A morte é uma amiga enviada por Deus?

Acrescentando o texto acima, outra afirmação da tradição é que a morte é uma amiga enviada por Deus para nos aproximarmos Dele. Novamente, o que temos visto nas partes 1 e 2, é suficiente para mostrar que essa afirmação é falsa. De fato, se a morte fosse uma amiga enviada por Deus então não haveria razão para Deus cancelar seus efeitos com a ressurreição. Isto mostra que a morte não pode ser amiga, como apoia a teoria da tradição. Assim, em 1 Coríntios 15:26 lemos:
1 Coríntios 15:26 
"Ora, o último INIMIGO que há de ser aniquilado é a morte. "
A morte não é amiga, como muitos a apresentam, mas um inimigo e como tal será destruída4. A partir daí podemos concluir que a morte sendo uma inimiga que Deus destruirá, não pode ser Deus seu autor. Quem é então o autor da morte? A resposta nos é dada em Hebreus 2:14 onde lemos:
Hebreus 2:14 
"...ele [Jesus] participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, ISTO É, O DIABO.
É o diabo então, e não Deus, quem é o senhor da morte. Conforme João 8:44, claramente nos diz:
João 8:44 
"Vós [Os judeus com quem ele estava falando] tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele [o diabo] foi homicida desde o princípio."
O diabo foi homicida desde o princípio. Ao contrário, Deus não apenas nunca desejou a morte, mas sempre trabalhou em direção oposta, dando uma solução completa para o problema da morte. Qual é esta solução? Crer no Senhor Jesus Cristo. De fato, conforme Jesus disse em João 11:25.
João 11:25 
"Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá."
Quando ele viverá? Nós já vimos: no dia da vinda do Senhor quando “e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." (1 Coríntios 15:52).

4. Conclusão

Neste artigo, estudamos o assunto sobre o que acontece após a morte. Como vimos, não há outro morto que esteja vivo agora, exceto o Senhor Jesus Cristo que ressuscitou dos mortos. Os próximos que serão chamados à vida serão aqueles que estão em Cristo, isto é, os Cristãos mortos, no dia da vinda do Senhor. Os corpos que eles terão naquele dia não serão corpos com alma, mas corpos espirituais como o corpo que Jesus tem agora. A ressurreição dos Cristãos mortos será seguida pelo arrebatamento daqueles Cristãos que estiverem vivos naquele dia e cujos corpos serão transformados de corpos com alma para corpos espirituais. Ao final de tudo, “NÓS [todos os Cristãos, mortos ou vivos] ESTAREMOS PARA SEMPRE COM O SENHOR" (1 Tessalonicenses 4:17).
Tendo examinado o que a Bíblia diz a respeito dos mortos, nós observamos e examinamos algumas afirmações da tradição à luz da Palavra de Deus. Assim, vimos que os mortos:
i) não vão para o céu, mas para a sepultura (Sheol em Hebraico, Hades em Grego).
ii) não têm consciência e não tem participação na vida
iii) não louvam a Deus nem dão graças a Ele.
Mais ainda, vimos que:
iv) a morte não é amiga que nos traz para perto de Deus, mas um inimigo que será destruída e que;
v) ela não tem origem em Deus, mas no diabo.
Com base em tudo isto, deveria estar claro que a morte não é a esperança que deveríamos ter como Cristãos. Em vez disso, nossa esperança é a vinda do Senhor Jesus Cristo, pela qual, se estivermos mortos seremos ressuscitados, e se estivermos vivos seremos arrebatados às nuvens para encontrarmos com o Senhor nos ares (1 Tessalonicenses 4:17). Como Cristãos então, não devemos esperar o dia da nossa morte, mas pelo dia da vinda do Senhor. Conforme nos diz claramente a carta aos Filipenses 3:20-21:
Filipenses 3:20-21 
"Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, Que transformará o nosso corpo abatido [o corpo com alma], para ser conforme o seu corpo glorioso [o corpo espiritual], segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas."
Possamos nós de agora em diante abrir nossos corações não aos falsos “confortos” da religião, mas ao verdadeiro conforto da Palavra, para que assim possamos esperar não pelos dias de acontecimentos miseráveis da morte, mas pelo dia da vinda gloriosa do Senhor, na qual nosso corpo com alma atual será transformado “que ele possa ser semelhante ao Seu corpo glorioso” e assim então “estaremos para sempre com o Senhor”.