quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

O sábado foi um pacto entre Deus e os israelitas!

Basta analisar pelo contexto para ter uma rápida resposta, vejamos:
Em Êxodo 20 Moisés está em cima do Monte Sinai recebendo de Deus a lei e os 10 mandamentos.
Enquanto ele ainda está lá, Deus dá a ele a descrição de como seria o tabernáculo e os utensílios utilizados para prestar o culto a Ele.
Chegando ao final da descrição de todos os utensílios, em Êxodo 31:12-17 Deus fala com Moisés mais detalhes a respeito do mandamento de guardar o sábado, afirmando que este era uma aliança entre Ele e os filhos de Israel (no capítulo seguinte Moisés desse do monte).
Confira o texto:
Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo:
Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados; porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica.
Portanto guardareis o sábado, porque santo é para vós; aquele que o profanar certamente morrerá; porque qualquer que nele fizer alguma obra, aquela alma será eliminada do meio do seu povo.
Seis dias se trabalhará, porém o sétimo dia é o sábado do descanso, santo ao Senhor; qualquer que no dia do sábado fizer algum trabalho, certamente morrerá.
Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua.
Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou, e restaurou-se. (Êxodo 31:12-17 )
Quarenta anos depois deste acontecimento, em Deuteronômio 5:12-15, além de repetir os demais mandamentos, Moisés esclarece mais a respeito da guarda do shabat (sábado, dia do descanso). Ele mostra como que este dia de descanso foi dado a Israel como um presente de Deus, porque os israelitas foram escravos no Egito durante muitos anos e não tinham dia algum para descansar, mas trabalhavam com dura opressão. Mas agora o SENHOR estava dando para os israelitas um dia de descanso na semana. Como lido no texto acima, era um sinal entre Deus e eles, portanto deveriam obedecê-lo.
Confira o texto de Deuteronômio:
Guarda o dia de sábado, para o santificar, como te ordenou o Senhor teu Deus.
Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho.
Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho nele, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro que está dentro de tuas portas; para que o teu servo e a tua serva descansem como tu;
Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; por isso o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado. (Deuteronômio 5:12-15 )
Como visto, o texto acima concorda com as citações mais acima, anteriores a este: o descanso sabático foi um sinal entre Deus e os israelitas.
E ainda, a expressão “dentro de tuas portas”, do versículo 14, nos indica que era uma lei para ser obedecida dentro do território israelita, ou seja, obedecida pela nação de Israel, assim com o dízimo e a circuncisão, por exemplo.

Jesus não condena os costumes judaicos porque ainda vigorava a Aliança por meio de Moisés enquanto Cristo ainda estava em vida humana na terra.

Uma vez que Deus fez com a humanidade uma nova aliança, esta por meio do sangue de Cristo, o modelo da antiga então não permaneceria.
A igreja cristã foi doutrinada pelos apóstolos, porque era necessário Cristo morrer e ressuscitar para cumprir toda a Lei e os profetas, como Ele mesmo disse (Mateus 5:17-18João 19:30).
Então, Paulo ensina à igreja assim:
o qual também nos fez capazes de ser ministros do novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito dá vida.
Mas se a ministração da morte, escrita e gravada em pedras, era gloriosa, de maneira que os filhos de Israel não podiam contemplar firmemente a face de Moisés, por causa da glória do seu semblante; cuja glória estava se acabando, como não será a ministração do Espírito mais gloriosa? …
Porque, se o que era transitório foi glorioso, muito mais o que permanece é glorioso. (2 Coríntios 3:6-8,11 )
Veja que o apóstolo Paulo fala diretamente dos 10 mandamentos, referindo-se à Antiga Aliança, afirmando que a Nova é superior. Concorda com isto o autor aos hebreus no capítulo 8:8-13.
Logo, ao doutrinar a igreja cristã sob a aliança com o sangue de Cristo, ritos como a guarda do sábado, circuncisão, o pagamento dos dízimos, dentre outros que determinavam os costumes de vida judaicos sob a Primeira Aliança, não necessitavam mais serem observados (Leia Atos 15:22-31Rm 14:5-6 e contexto; Cl 2:13-17).
Guardar o sábado no Novo Testamento, assim como a circuncisão e dentre outros costumes e cerimônias religiosas judaicas, acabou se tornando uma dificuldade para a conversão dos gentios ao evangelho de Cristo; por isso, quando certos judeus quiseram lutar para que estes observassem a lei de Moisés, uma grande crise aconteceu, pois o Espírito Santo estava trabalhando sob a nova aliança feita por Cristo (Lc 22:20), e não sob aquela feita por Moisés para com Israel (Êx 24:4-8).
Confira Atos 15:1-35.
Devido a ressurreição do Senhor ter sido no domingo, e outras de suas aparições aos discípulos também (Jo 20:1,2,26), a igreja assim desde o tempo dos apóstolos tem como costume (ainda que não fosse determinado como uma lei ou no evangelho) cultuar a Ele mais comumente neste dia.
“Mas em Êxodo 31:16 diz que o shabat (sábado) é um pacto perpétuo, por isso não poderia acabar!”
Sim, perpétuo entre Deus e os israelitas, mas mesmo assim observe a seguinte situação.

#2 Os judeus não permaneceram no Antigo Pacto que Deus fizera com eles por meio de Moisés, por isso o Novo pacto o substituiu e o superou!

E achando falta neles, ele diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que farei um novo pacto com a casa de Israel e com a casa de Judá.
Não conforme o pacto que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para guiá-los para fora da terra do Egito; pois não permaneceram em meu pacto, e eu não mais os considerei, diz o Senhor. (Hebreus 8:8-9, referência Jeremias 31:31-32)
Leia também Isaías 1:13 e Ezequiel 23:38. que correspondem a um tempo próximo ao do profeta Jeremias (um tempo de grande decadência moral e espiritual de Israel), portanto está dentro do mesmo contexto.
Jesus confirma essa hipocrisia e iniquidade dos judeus em Mateus 12:5.
Deus anuncia este novo pacto com o seu povo, e neste pacto, que de acordo com o escritor aos hebreus foi o pacto que Jesus fez, as exigências da lei e costumes religiosos judaicos seriam todos cumpridos em Cristo.
Paulo ainda afirma que a lei e o pacto feito por meio de Moisés eram temporários! Serviram apenas para conduzir-nos até Cristo (Gl 3:24-25), depois disso este Antigo Pacto torna-se sem efeito [para justificação e salvação] (2 Co 3:11-16).
Portanto, assim como não necessitamos mais praticar as dietas alimentares judaicas, como não comer carne de porco, por exemplo (Mc 7:18-19Rm 14:2-31 Co 10:25-28), também não temos necessidade de nos circuncidarmos (At 15Gl 6:12-15Cl 2:11), nem de guardar o sábado (shabat) e os demais dias de festas religiosas ou eventos judaicos (Cl 2:16-17), visto que não somos purificados/salvos pela comida, lei mosaica ou práticas religiosas, mas sim pela fé em Cristo Jesus e por Sua Palavra (Jo 15:3At 15:7-11).
Todas as cerimônias religiosas, e até os costumes de vida preditos na lei, eram sombra das coisas futuras, ou seja, faziam referência a alguma realidade espiritual ou ensinamento que Cristo nos trouxe, ou faziam referência à vida, ministério, sacrifício, morte e ressurreição dele, confirmando que Ele era o Messias (Cl 2:16-17).

A importância que se dá no Novo Pacto é viver integralmente para Deus em espírito e em verdade.

Portanto, quer comais, quer bebais ou façais qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus.  (1 Co 10:31-32 )
Os líderes religiosos judeus deveriam compreender a relação entre as cerimônias religiosas do Antigo Pacto e a vida de Cristo, para que entendessem que Ele realmente era o Messias, enviado de Deus; mas antes endureceram seu coração por causa da iniquidade, egoísmo, legalismo, do poder e por causa da religiosidade exagerada também.
Os sacrifícios de animais como forma de remissão pelos pecados, por exemplo, não eram mais necessários, pois Jesus os substituiu, sendo ele mesmo a oferta para redimir o pecado do povo (Hb 9:24-28).
E mesmo assim não houve mandamento no Novo Testamento que os proibisse, como: “não sacrificarás mais animais ao Senhor teu Deus.”

O significado espiritual do sábado.

O dia do sábado era uma sombra da realidade espiritual trazida por Cristo (Cl 2:16-17).
sábado significa descanso e libertação do trabalho: Cristo trouxe o descanso e a libertação do pecado.
Jesus é o descanso para o qual a sombra do sábado apontava (Mt 11:28-30).
Na época do apóstolo Paulo muitos judaizantes queriam fazer os cristãos da Galácia, por exmeplo, voltarem a obedecer todos os rituais religiosos das leis de Moisés (com maior ênfase na circuncisão), e em resposta Paulo lhes diz:
“Observais dias, e meses, e tempos e anos. Eu tenho receio por vós, de que eu tenha trabalhado convosco em vão.” (Gl 4:10-11 )
Entendemos assim então a liberdade cristã, pois mesmo não guardando o dia do sábado como os judeus guardavam, não quer dizer que não vivemos uma vida santificada pelo Espírito de Deus, e também que não seremos ou somos salvos.
Preste atenção num exemplo: os líderes religiosos judeus que pediram a crucificação do Senhor Jesus também pediram que seu corpo fosse retirado da cruz no mesmo dia, pois estavam se preparando para o dia do shabat e este dia era muito sagrado, portanto os corpos não deveriam ficar na cruz.
Com isso aqueles sacerdotes, escribas e fariseus doutores da lei estavam rejeitando a justificação de Deus que estava diante deles, Jesus Cristo, e estavam buscando uma justificação própria, por meio de seus próprios méritos humanos e da prática da lei (Rm 10:1-3Lc 18:9-14), e não uma justificação de Deus que veio pelos méritos de Cristo na cruz (Ef 2:8-9Rm 4:25).

O legalismo praticado por eles os deixou cegos! Eles julgavam que estavam servindo a Deus, mas na verdade estavam gloriando-se em si mesmos (Jo 16:2).

Da mesma forma, muitos judaizantes e legalistas de hoje em dia, querendo ou não, estão buscando justificação por meio da prática dos rituais religiosos da lei do Antigo Testamento, e por meio de seu legalismo estão negando a justificação pela fé em Cristo.
Isto quer dizer então que basta eu ter fé em Jesus que serei salvo sem a necessidade da obediência dos mandamentos de Deus? De maneira nenhuma! Mas a liberdade cristã me ensina que o Pai deseja que eu tenha um caráter santificado e regenerado por meio da fé em Jesus, e assim naturalmente obedeça Sua vontade. Entretanto, ritos religiosos judaicos não são mais necessários à nossa vivência, observe:
A nenhum homem devais coisa alguma, senão o amar-vos uns aos outros, porque quem ama o próximo cumpre a lei.
Por isto: Tu não cometerás adultério, não assassinarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e, se há algum outro mandamento, tudo se resume nesta palavra: Tu amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
O amor não faz mal ao próximo; portanto o amor é o cumprimento da lei. (Romanos 13:8-10 KJF)
Como você também pode ler em Atos 15:12-32, a conclusão dos apóstolos sobre a conversão dos gentios (sob a direção do Espírito Santo), era que estes não precisavam guardar os ritos religiosos e costumes judaicos.

Deus estava firmando com seu povo um Novo Pacto, o que Ele já havia prometido fazer desde o tempo do Antigo Pacto, leia Hebreus 8:6-13 e comprove isto.

Acrescentando aqui um ponto de vista pessoal, mas não sem sentido, creio que por isso foi necessária a destruição do templo de Jerusalém por Tito, no ano 70 d.C., segundo o Senhor Jesus predisse em Mateus 24:2, pois isto foi um marco para que o Antigo Pacto fosse definitivamente substituído pelo Novo; mas ainda assim permaneceram muitos conservadores à religião judaica.
Assim também o véu do templo que se rasgou de alto abaixo no dia em que Cristo foi crucificado, simboliza o fim da antiga aliança e anuncia a chegada da nova, por meio do sangue de Cristo (2 Co 3:13-16).
Para se chegar à uma conclusão madura e completa de que os cristãos atuais não necessitam mais guardar o sábado no Novo Testamento, precisamos folhear a história do povo de Deus e fazer essas separações/comparações sobre Antigo x Novo Pacto, judeu x gentio, rituais religiosos x vida e ministério de Cristo/realidades espirituais por Ele ensinadas.

3. Não é errado cultuar a Deus no domingo, não fazemos isso porque a igreja católica “mudou a lei de Deus”.

Não sei se você já ouviu por aí a seguinte pergunta: “É verdade que os cristãos atuais guardam o domingo em vez do sábado porque a igreja católica “trocou” a guarda do dia de adoração a Deus?”
A história é a seguinte:
Supostamente só em 325 d. C., no primeiro concílio de Niceia, o domingo foi considerado como dia oficial de descanso e culto cristão, e entre os anos 363-364 este decreto veio mais à tona e a guarda do sábado veio a ser “abolida”, no concílio de Laodiceia.
A polêmica que gira em torno disso é que alguns grupos religiosos que continuam a guardar o sábado mesmo com o Novo Testamento, afirmam que esta suposta “troca de dia de descanso” (a lei dominical ou decreto dominical) foi ordenada devido um edito do imperador romano Constantino decretado para os romanos em 321 d. C.
Esta lei ordenava o domingo como dia de descanso oficial para pessoas de religiões pagãs e para cidadãos romanos, e o domingo naquela sociedade era o dia do deus sol para os romanos e adeptos do mitraísmo.

Mas este edito fazia parte do direito civil romano e de sua religião pagã, e não era um decreto da Igreja Cristã.

Por haver uma certa rivalidade religiosa dos adeptos do mitraísmo, que guardavam o domingo como dia de culto ao seu deus, contra os judeus, que guardavam o sábado, houve uma perseguição a estes; por isso o edito de Constantino era considerado, de certa forma, antissemita, ou seja, adversário dos judeus.
E ainda, conforme comentários de algumas pessoas, os judeus que guardavam o sábado naquela época se opuseram a guardar o domingo, então houve uma perseguição contra estes.
Logo, querendo evitar mais mortes, os líderes da igreja católica romana decretaram que deveria guardar-se o domingo em vez do sábado, misturando-se assim às religiões pagãs.
A tal lei dominical citada acima, iniciada por Constantino para os romanos e pessoas sob o domínio de seu império, e continuada pela igreja católica romana acabou, mas o costume de se guardar o domingo em vez do sábado continuou; isto é o que dizem!

E só os (supostamente) verdadeiros adoradores de Deus continuavam corajosamente a guardar o sábado, mesmo sob perseguição religiosa.

(Por isso certos grupos religiosos se gloriam hoje em dia de estarem guardando o sábado também, reivindicando serem os verdadeiros adoradores de Deus. Mas o Senhor Jesus afirma que os verdadeiros adoradores não são os que meramente guardam o sábado e as demais leis de Moisés, mas os que adoram a Deus em espírito e em verdade! – Jo 4:23-24).
Partindo deste ponto, foi supostamente para evitar a morte de mais crentes que a igreja católica romana ordenou trocar o descanso do sábado pelo domingo; repito, conforme comentários de algumas pessoas.
Daí então muitos judaizantes e legalistas tem o costume de afirmar que os cristãos hoje em dia “guardam o domingo” porque foi a igreja católica que em certos concílios do século 4 mudou a lei de Deus e transferiu a guarda do sábado para o domingo.
Mas eu provo que, ainda que alguns relatos históricos sejam verdadeiros, a argumentação em torno disso é uma verdadeira falácia religiosa, é história de quem quer justificar a sua própria religião e sua religiosidade como a mais correta e supostamente fiel a Deus, mais uma vez buscando justificação (salvação) por seus próprios méritos e pelo legalismo, que no fim cooperou também para a crucificação de Cristo.

O primeiro dia da semana tornou-se um dia especial para os apóstolos, discípulos que estavam com eles e os demais cristãos que vieram depois, pois nesse dia o Senhor Jesus ressuscitou, como até mesmo os não leitores da Bíblia devem saber (Mc 16:9Jo 20:1-22).

Além disso, depois de ressurreto o Senhor voltou a aparecer para os discípulos outras vezes também no primeiro dia da semana, domingo (Jo 20:19-29)
Não é difícil perceber que, de acordo com o relato de Atos 20:7 (alguns anos após Jesus ter ressuscitado e subido aos céus), os discípulos desenvolveram o costume de reunirem-se no primeiro dia da semana, domingo, para partir o pão e ouvir a mensagem de Cristo por meio de seus servos.
O texto afirma que os discípulos se juntaram no primeiro dia da semana para o partir do pão. Mas onde eles aprenderam este costume de “partir o pão”, ou seja, repartir seu alimento, unirem-se em comunhão e ouvir a mensagem do evangelho?
Eles aprenderam com o próprio Senhor Jesus, na noite em que ceou com os doze! Ali o Senhor os ensina a repartir o pão e reunirem-se para lembrar de tudo que Ele mesmo fez por eles e por nós também (1 Co 10:1611:20-26Lc 22:14-20).
Por isso a igreja primitiva, após a ressurreição do Senhor, desenvolveu naturalmente o hábito de reunirem-se no primeiro dia da semana em culto a Deus, lembrando a morte e ressurreição do Senhor Jesus (embora este não fosse o único dia de suas reuniões, como mostra Atos 2:46).
É possível provar que era costume da igreja primitiva cultuar ao Senhor Jesus no domingo porque os próprios pais da igreja, antes dos concílios do século 4 em diante, relatam isso.

Mas preste bem atenção: Não era mandamento bíblico guardar o domingo em vez do sábado, este mandamento não existe!

Isto foi um costume, um hábito voluntário que a igreja adquiriu. Pois Deus não quer nos escravizar por leis, mas quer nos fazer praticantes do amor, porque o amor é o cumprimento da lei! (Rm 13:10).
Portanto, se um crente necessita trabalhar também no domingo e por isso não tem oportunidade de estar na igreja, não faz mal, Deus vai se agradar mais que você leve a presença dele onde você estiver do que só ficar cultuando onde as pessoas já estão usufruindo dela.
Os discípulos aprenderam que o próprio Jesus cumpriu todas as exigências da lei de Moisés e as profecias dos profetas, por isso é que a liberdade cristã nos isenta da guarda do shabat, assim como da circuncisão, da entrega de dízimos, assim como dos demais ritos religiosos da lei do Antigo Testamento (Gl 2:4-5Rm 14:4-61 Co 10:31).

Quando o apóstolo Paulo escreveu sua carta aos romanos ele sabia que havia destinatários cristãos judeus e gentios. Muitos dos judeus ainda guardavam certos costumes judaicos, mas os gentios não os guardavam.

Então o apóstolo faz as seguintes afirmações:
“Recebei ao fraco na fé, mas não para discutir assuntos duvidosos. Porque um crê que ele pode comer todas as coisas, e outro, que é fraco, come ervas.
Quem come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu.” (Romanos 14:1-3)
Esta mesma regra de liberdade, maturidade cristã e respeito pode ser aplicada também à guarda do dia do shabat no Novo Testamento, pois num versículo mais à frente, o versículo 5, Paulo fala exatamente sobre a guarda do dia do shabat, mostrando que os cristãos judeus e gentios não devem desprezar, julgar e/ou discriminar uns aos outros devido seus costumes serem diferentes.
Pois a observância de tais costumes não definiriam o caráter de alguém, pois o cumprimento/fim/finalidade da lei é Cristo, para a justiça/justificação de todo aquele que crê! (Rm 10:4)
A lei não é para justificar, mas para frear o pecado; a justificação, do princípio ao fim, é pela fé! (Rm 1:16-17Gn 15: 5-6 – ref.: Rm 4:1-16)

Agora está claro que o costume de se cultuar a Deus no domingo hoje em dia não veio de ordenanças dos papas católicos, dadas nos concílios dos séculos 4 e 5.

Os padres católicos só confirmaram um costume que a igreja de Cristo já havia adquirido!
Portanto, ao analisarmos à fundo, e se fosse pra dizer que uma religião imitou a outra, podemos ousar dizer que as religiões pagãs é que imitaram os cristãos que começaram a cultuar a Cristo no domingo, e não só nele, mas também nos demais dias da semana.
Pensando assim podemos dizer que o próprio satanás, fazendo uso de outras religiões, está confundindo a mente de muitas pessoas até hoje em dia, para tirar deles a fé em Cristo e não serem justificados por Ele.
Sabemos que nenhum homem é justificado pela prática das obras da Lei, mas somente pela fé em Cristo (Rm 3:20,28).

4. Não deixaremos de ser salvos por não guardar o sábado no Novo Testamento!

É um erro grave afirmar que só seremos salvos se guardarmos o sábado, o que não é verdade segundo as Escrituras, os apóstolos e o Novo Testamento.
Somos salvos pela fé no Senhor Jesus, não por meio das nossas práticas religiosas (como guardar o sábado, por exemplo) ou boas ações (Ef 2:8-9).
Obviamente, praticamos a Palavra de Cristo porque quem tem fé nele também demonstra os frutos dessa fé, e vive como Ele viveu agradando a Deus (Jo 8:291 Jo 2:6), mas com a chegada do Novo Pacto e da salvação por meio da fé em nosso Senhor Jesus, pela graça de Deus, assim como o cumprimento das cerimônias e festas religiosas judaicas na vida de Cristo, não temos mais necessidade de se praticar as mesmas.

As leis de Moisés do Antigo Pacto, na verdade, nos serviram de guia até Cristo (Gl 3:24-25)

mas com a chegada da fé nele, as cerimônias religiosas foram descontinuadas, a fim de que os gentios fossem incluídos no plano da salvação sem impedimentos, e assim ambos os povos se tornassem apenas um em Cristo (Ef 2:14-16).
É claro que leis como não matarás, não adulterarás, não cobiçarás, honrarás pai e mãe, etc., não foram invalidadas, pois estas não se tratam de leis cerimoniais e religiosas, mas se tratam da lei do amor e também são princípios de vida essenciais para o ser humano.
Como um exemplo, não existia a lei de Moisés no tempo de Caim e Abel, mas mesmo assim já era errado matar uma pessoa, pois se tratava de um princípio da vida humana e da criação divina.
Se observarmos com um pouco mais de profundidade, veremos também que a vida sob a antiga lei em contraste com a vida sob a graça de Cristo, faz uma alusão com a vida do velho homem pecador em contraste ao homem nascido de novo no Senhor (Gl 5:1,7).

“Mas os cristãos precisam guardar o sábado porque Jesus guardava o sábado”

Jesus é o Senhor do sábado e não precisa ser submetido a ele com tal religiosidade que eram os líderes religiosos judeus. Leia Mateus 12:1-8.
Entretanto, Jesus era um homem judeu que vivia num contexto de religião judaica ainda (Gl 4:4), e veio para cumprir a lei (Mt 5:17), isto é, a finalidade da lei antiga era apontar para Cristo (Cl 2:17), ele a cumpriu de forma completa e a finalizou!
Muitas pessoas criam confusão com o que Cristo disse em Mateus 5:17,
“Não penseis que eu vim destruir a lei ou os profetas; eu não vim para destruir, mas para cumprir.”

Cumprir não é praticar!

Para entender o significado de “cumprir” pense no seguinte:
o que acontece com um funcionário depois que ele cumpre o aviso prévio? O que acontece depois que um político cumpre sua promessa? Em ambos os casos o cumprimento finalizou com a obrigação, concorda?!
Da mesma forma, você já deve ter ouvido a frase “missão dada, missão cumprida”, isto é, se ela se cumpriu, acabou a missão.
Digo e repito: obviamente isto não anula que devemos praticar os princípios contidos na lei, entende isso? (Rm 13:9)
Mas mesmo assim, Cristo já demonstrava que não seria mais necessário guardar o sábado no Novo Testamento, feito por Ele mesmo, o que veio de fato a se consolidar com a doutrina dos apóstolos, pois ainda era necessário Cristo cumprir toda a Lei ao morrer na cruz e ressuscitar! (Jo 19:30Mt 12:1-8Mc 2:23-283:1-5).
Mas depois que Cristo morreu e ressuscitou, todas as cerimônias da antiga Lei e as profecias a respeito do Messias foram cumpridas, como vimos ao longo deste estudo sobre a guarda do sábado.
Infelizmente há muitas pessoas “dando nó em pingo d’água” para defender suas convicções religiosas quando, ao meu ponto de vista, os ensinamentos dos apóstolos, inspirados pelo Espírito Santo, são claros.

Finalizo aqui este tema complicado, do qual cada denominação religiosa vai sustentar seu ponto de vista como o correto.

E eu espero sinceramente com isto ter esclarecido um pouco a você que leu todo este estudo até aqui.
Cristo torna-se sem efeito para vós que procurais a justificação pela lei; vós decaístes da graça. (Gálatas 5:4 )
Sugiro a leitura do livro de Abraão de Almeidao Sábado, a Lei e a Graça, para completar seu conhecimento e raciocínio sobre a guarda do sábado no Novo Testamento: