quinta-feira, 30 de maio de 2019

Quem escreveu a Bíblia?


Quando encontramos um livro em nossas mãos, especialmente se ele quer nos ensinar alguma coisa, é natural nos perguntarmos sobre o autor: "quem é ele?", "Que autoridade ele tem para escrever o que escreve?". Essa atitude reflete nossa mentalidade greco-latina, que também aplicamos à Bíblia. Assim, pensamos que todo livro bíblico (ou mesmo a Bíblia como um todo) tem um "autor", uma personalidade única, que escreveu seu pensamento; que a credibilidade do texto depende da identidade desse único "autor"; que os livros bíblicos nasceram diretamente como textos escritos.

O conceito de um "autor" bíblico
Na verdade, o fato da Bíblia ter sido escrita, na maior parte, em hebraico e ter nascido na região do Oriente Médio da Palestina, deve nos lembrar que é uma expressão do mundo semítico, oriental, um mundo que não conhecia o conceito de "autoria". Esse conceito a civilização grega espalhou mais tarde, a partir do século IV a.C., também no Oriente Médio.
Essa visão vale para os escritos do Antigo Testamento, mas também fundamentalmente para os escritos do Novo Testamento, cujo pano de fundo é sempre palestino.
No hebraico bíblico, o termo usado para se referir ao "autor" é shofer, escriba e significa aquele que escreve, aquele que copia. Na era dos escritos bíblicos, o "autor" era principalmente um copista com a tarefa de colocar por escrito o que originalmente era transmitido apenas oralmente. Os livros bíblicos atuais, portanto, nasceram principalmente de histórias orais ou ensinos escritos posteriormente, e os livros de Isaías, ou Jeremias, apenas para dar um exemplo, são a redação dos ensinamentos orais desses profetas. Para a mentalidade semítica subjacente à Bíblia, que podemos chamar de "mentalidade bíblica", a autoridade de um livro não dependia de quem o "escreve", mas da cadeia ininterrupta de gerações que o ouviam, interpretavam e distribuíam (o que nós chamamos de tradição, e isso vem do latim tradere, isto é, “transmitir”).
No entanto, quem fixou o texto escrito como o conhecemos, interveio de alguma forma também criativamente, com suas faculdades e habilidades de composição, porque se expressou com base no entendimento que seu povo, em sua época, tinha da história da salvação, que é o núcleo central de toda a Escritura. Isto aconteceu especialmente com os Evangelhos, onde os quatro evangelistas contam, cada um com seu estilo, os mesmos episódios ou episódios diferentes do ensino e das atividades de Jesus, levando em conta suas comunidades, para as quais explicavam o que aconteceu. Esta transmissão criativa é certamente o ato de um autor, que não inventa do nada, mas permanece fiel à mensagem que o precedeu.
A Bíblia, portanto, tem múltiplos "autores" desse tipo. Quem quer entender a Bíblia deve perguntar em primeiro lugar "quando", "onde" e "para quem" os livros da Bíblia foram escritos, perguntas que nos ajudam a entender o contexto, que é o ambiente histórico e religioso, as coordenadas geográficas, a linguagem e seus significados. Deste ponto de vista, a Bíblia, em sua atual composição escrita de AT e NT, abrange um período de tempo que vai do sexto século antes de Cristo até o final do primeiro século depois de Cristo, apoiando-se em tradições que têm raízes muito mais antigas.

Deus, primeiro autor da Bíblia
Escrever é um ato de memória, uma maneira de transmitir a história sem deixar que ela se perca no tempo. O conjunto de livros da Bíblia é o relato escrito da experiência que um povo, através dos tempos, fez de Deus, de sua presença e ação na história humana. Através dessa história Deus se revela, falando ao seu povo "em muitas e diversas maneiras" (Hebreus 1,1): é uma revelação.
As gerações que fizeram a bíblia chegar até nós afirma que o próprio Deus é o primeiro autor das Escrituras, que por isso são chamadas de "Santas". Na Bíblia, Deus assumiu a "carne" da palavra escrita, palavra viva e salvadora, porque é o fruto da ação do Espírito divino (2Pedro 1,16-21; 2Timóteo 3,14-17), que "escolheu e serviu-se de homens na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria" (Constituição Dei Verbum 11).
1. Ouvindo religiosamente a Palavra de Deus proclamando-a com confiança, faz suas as palavras de S. João: «anunciamo-vos a vida eterna, que estava junto do Pai e nos apareceu: anunciamo-vos o que vimos e ouvimos, para que também vós vivais em comunhão connosco, e a nossa comunhão seja com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo" (1 Jo. 1, 2-3). Por isso entende propor a genuína doutrina sobre a Revelação divina e a sua transmissão, para que o mundo inteiro, ouvindo, acredite na mensagem da salvação, acreditando espere, e esperando ame.

2. Aprouve a Deus. na sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade (Ef. 1,9), segundo o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina ( Ef. 2,18; 2 Ped. 1,4). Em virtude desta revelação, Deus invisível ( Col. 1,15; 1 Tim. 1,17), na riqueza do seu amor fala aos homens como amigos ( Ex. 33, 11; Jo. 15,1415) e convive com eles para os convidar e admitir à comunhão com Ele. Esta  revelação realiza-se por meio de acções e palavras ìntimamente relacionadas entre si, de tal maneira que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as palavras, por sua vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido. Porém, a verdade profunda tanto a respeito de Deus como a respeito da salvação dos homens, manifesta-se-nos, por esta revelação, em Cristo, que é, simultâneamente, o mediador e a plenitude de toda a revelação.


ANJOS ACORRENTADOS

A menção aos “anjos acorrentados” aparece em Apocalipse 9E o sexto anjo tocou... Ouvi então uma voz que provinha dos quatro chifres do altar de ouro, colocado diante de Deus, e dizia ao sexto Anjo, que estava com a trombeta: “Liberta os quatro Anjos que estão presos sobre o grande rio Eufrates. Os quatro Anjos, que estavam prontos para a hora, o dia, o mês e o ano, foram então libertos para matar a terça parte dos homens.” (9,13-15)


Vamos, primeiro de tudo, esclarecer algo importante: O Apocalipse não é uma história de catástrofes e de anúncios do fim do mundo, no estilo de Nostradamus, mas um livro que trata de Deus e da sua justiça em guiar a história da humanidade. É isso que vem comunicado nos textos que falam das 7 trombetas, cuja citação acima pertence. Os 4 anjos mencionados estão inseridos na sexta trombeta. As trombetas (e também os 7 selos anteriores) querem concretizar o título do livro do Apocalipse, como aparece em 1,1: Revelação de jesus Cristo: Deus lha concedeu para que mostrasse aos seus servos as coisas que devem acontecer muito em breve.


Falando concretamente do episódio dos anjos prisioneiros que são libertados para destruir um terço da humanidade, precisamos colocar em contraste com o capítulo 7,1-3, onde se diz: Depois disso, vi quatro Anjos, postados nos quatro cantos da terra, segurando os quatro ventos da terra,para que o vento não soprasse sobre a terra, sobre o mar ou sobre alguma árvore. Vi também outro Anjo que subia do Oriente com o selo do Deus vivo. Ele gritou em voz alta aos quatro Anjos que haviam sido encarregados de fazer mal à terra e ao mar: “Não danifiqueis a terra, o mar e as árvores, até que tenhamos marcado a fronte dos servos do nosso Deus”.. Agora, invés, se dá ordem para que sejam soltos, para “matar um terço da humanidade”. A ordem vem do altar e isso faz ver que é uma resposta de Deus às orações dos “santos”, os cristãos fiéis. Os 4 anjos estão sobre o Eufrates, que não é somente um rio, mas uma fronteira e representa uma ameaça de invasão para o Império Romano. De fato os romanos daquela época temiam as populações orientais, que estavam para lá do Eufrates, onde residiam os partos, que causaram problemas à Roma. O autor do Apocalipse vê nesses inimigos do Império Romano um sinal do fim da perseguição contra os cristãos. A catástrofe aqui evocada, a morte de um terço da humanidade, é o simbolismo que o apocalipse usa para evocar a mudança na história mediante a intervenção de Deus. Esse simbolismo, um pouco estranho para nós hoje, era bem conhecido em certo ambiente daquela época. Certamente a linguagem usada pelo Apocalipse era bem entendica pelos leitores do tempo em que foi escrito. Invés, nós, que temos uma cultura muito diferente, devemos estudar o simbolismo ali presente para poder ler de modo adequado a mensagem que o autor quis transmitir.


A presença dos anjos é muito comum na Bíblia. No Novo Testamento aparece 175 vezes e entre essas, 67 vezes no Apocalipse. Eles são executores da vontade e das ordens do Senhor, mensageiros e servos fiéis de Jesus.


Em geral podemos dizer que os anjos são um forma de mediação entre o mundo divino e o mundo humano. Um conceito importante na teologia, sobretudo no Antigo Testamento, é a transcendência de Deus. Para o homem é impossível ver a Deus. Por isso, quando Deus precisa comunicar com os seres humanos, aparecem os anjos.


terça-feira, 21 de maio de 2019


AS RAZÕES PELAS QUAIS OS QUE MORREM NO SENHOR SÃO BEM AVENTURADOS


Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham” (Ap. 14.13).

INTRODUÇÃO
A expressão “bem-aventurado” é muito conhecida na bíblia. O Salmo 1.1 diz “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”. No Evangelho de Mateus (5.3-11), no início do Sermão do Monte, Jesus listas 9 bem aventuranças (humildes, choram, mansos, têm fome e sede de justiça, misericordiosos, limpos de coração, pacificadores, perseguidos, e os injuriados).
 A expressão “bem aventurado” (Makários) procede de uma palavra que sua raiz significa riqueza. O livro do Apocalipse apresenta-nos 07 bem aventuranças, ou seja, as qualidades que se refletem na vida alguém que usufrui da verdadeira riqueza espiritual; alguém que realmente pode se considerado “bendito do Senhor”:
Apocalipse 1.13: “Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nelas escritas..." (Ap 1.3).
Apocalipse 16.15: "... Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nú, e não se veja a sua vergonha" .
Apocalipse 19.9: “... Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. São estas as verdadeiras palavras de Deus".
Apocalipse 20.6: "Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição..."
Apocalipse 22.7: "... Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro".
Apocalipse 22.14: "Bem-aventurados aqueles que lavam suas vestiduras (no sangue do Cordeiro)...”
Apocalipse 14.13"Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham".
Este último texto (Ap. 14.13) mostra-nos a verdadeira espiritual de alguém que morre no senhor. Com base neste texto veremos sobre “AS RAZÕES PELAS QUAIS OS QUE MORREM NO SENHOR SÃO CONSIDERADOS BEM AVENTURADOS”.

EM PRIMEIRO LUGAR - Os que morrem no Senhor são bem aventurados porque MORRERAM “NO SENHOR”
Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor
Observe a “perspicuidade” da bíblia: “Bem-aventurados os mortos”, sim, MAS, somente aqueles que “morreram no Senhor”.
O apóstolo Paulo fala a respeito de uma ligação entre os crentes e Cristo; uma “União Mística”. O crente é unido a Cristo. Esta frase “em Cristo” e suas variantes, aparecem pelo menos 164 VEZES em suas cartas. James Stuart escreveu: “Vem crescendo consistentemente dentro de mim a convicção de que a União com Cristo, ao invés da justificação, eleição ou a escatologia, ou na verdade, ao invés de qualquer outro grande tema apostólico, é a real chave para entender o pensamento e a experiência de Paulo” e ele diz mais: “Podemos considerar a doutrina da união com Cristo, não somente como a coluna da religião de Paulo, mas como também a própria âncora de sua ética”.
João Calvino escreveu: “Enquanto Cristo permanecer fora de nós, e nós estivermos separados dele, tudo o que ele sofreu e fez pela salvação da raça humana permanece inútil e sem valor para nós... Tudo o que Cristo possui é nada para nós até que cresçamos num corpo com ele” .
Para Paulo, e creio também para João (o “autor humano” do Apocalipse) estar unido a Cristo, significa estar identificado intimamente com Cristo; é a vida de Cristo implantada em mim. Por isso, a bíblia ensina que os crentes verdadeiros estão em Cristo, ou seja, não há salvação enquanto não formos feitos um com Cristo e, só permanecemos salvos se permanecermos em Cristo.
Todo aquele que é bem-aventurado na morte, foi, antes, convertido; morreu na causa de Cristo, em estado de união com Cristo; esses são achados “em Cristo” quando chega a morte, por isso são ricos espiritualmente; são benditos do Senhor; são bem aventurados. O Senhor Jesus se aproximou, e revelou-se a eles, por sua Palavra (Ef. 1.13), estes ao crerem se tornaram bem-aventurados; estes regozijam-se no Senhor Jesus; dizem: “considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé” (Fp. 3.8,9).

EM SEGUNDO LUGAR -  Os que morrem no Senhor são bem aventurados porque DESCANSAM DE SUAS FADIGAS
para que descansem das suas fadigas
A vida aqui sobre a face da terra é, em diversos momentos, comparada a uma travessia de um deserto (Jr. 2.2; Os. 2.14), noutras vezes, é comparada a uma longa e estressante corrida (Hb. 12.1, 2 Tm. 4.7); e noutros momentos, é comprada a um violento e cansativo campo de batalha (2Tm. 4.7).
Chegou a hora a hora em que “vovó MARIANA” encostou a espada, inicio o descanso, e “RECEBEU A COROA DA VIDA”.
A morte para o crente é comparada a um sono, no sentido de que aquele que morreu no Senhor encontra-se agora, como alguém que dorme (1 Ts. 4.13); em descanso (Lc. 15.14), em repouso.
Quantas vezes, vovó Mariana, em suas preocupações me pediu (externando suas preocupações com seus filhos; algumas dessas “crianças” já têm mais de 70 anos): “Pastor, ora comigo, pelo Elias...; Pastor, ora comigo por Carlinhos...; Pastor, ora comigo por João...
Acabaram-se as preocupações; acabou o cansaço, acabaram-se as fadigas... É tão ridículo pensar que no céu haverá preocupação!! Há religiões que crêem que a “comunhão dos santos” se estende até após a vida terrenal; sendo assim, os justos nos céus passarão por sofrimento, e  intercederão pelos que estão, em sofrimento, aqui da terra... NÃO!! Apocalipse 21.4 registra que Deus “lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap. 21.4).
No inferno, sim, ali haverá preocupação, angústia, e até intercessão sincera (mas não respondida) em favor deles próprios, e daqueles seus parentes que estiverem vivos (Lc. 16.23-31); é também, por isso, que o inferno é comparado com lugar de tormento, de dor, de abandono, de fogo, fadiga, e calor intenso..., mas, no céu, não; ali só haverá repouso (Lc. 16.22); as tristezas e angústias já cessaram.
No céu os bem aventurados descansam de todo pecado, de toda tentação, e de toda perseguição. Ali  o mau cessa de atormentá-los; ali os extenuados estão em repouso e descanso de suas fadigas.

EM TERCEIRO LUGAR - Os que morrem no Senhor são bem aventurados porque AS SUAS OBRAS OS ACOMPANHAM
pois as suas obras os acompanham
As obras dos crentes, dos lavados e remidos no sangue de Cristo, os acompanham; elas os seguem “a reboque”.
Observe bem isso; as obras dos crentes não vão adiante deles como títulos, como uma aquisição, ou como um “direito de propriedade”; não. A salvação não é pelas obras, ela é pela graça, mediante a fé: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef. 2.8,9). No entanto, Efésios 2.9 registra que “somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”. Assim sendo, as obras dos crentes os seguem como provas, como EVIDÊNCIAS da vida de alguém que viveu e, se preciso fosse, também morreu no Senhor, e pelo Senhor (Ap. 2.2).
É verdade que não podemos levar desta vida o dinheiro, a fama, e nem mesmo, os bens. Mas o povo de Deus produz “fruto” que sobrevive além da morte. Deus se recordará de nosso amor, bondade, e fidelidade como autenticação daquilo que Ele fez em nós: “Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos” (Hb. 6.10).
Assegure-se de que seus valores estejam em harmonia com os de Deus e disponha-se hoje a produzir fruto que perdure para a eternidade. Louvo a Deus, pois, “vovó Mariana” não morreu como uma velha rabugenta, e ranzinza; que ninguém tolerava, antes, pelo contrário, ela viveu rodeada de amigos, e parentes, que a amavam. E mais, ela os influenciou positivamente; filhos, netos, bisnetos, e tataranetos, foram constantemente alvo de sua simplicidade, humildade e devoção incontestável a Cristo.
Com mais 100 anos de idade era membro da SAF (Sociedade Auxiliadora Feminina da Igreja Presbiteriana do Brasil); ia regularmente às visitas; ela era aluna assídua da Escola Bíblica Dominical; e, mesmo com as forças debilitantes, testemunhou vindo aos cultos; enxergávamos essa irmã cantando todos os corinhos “de pé”, e todos os hinos, enquanto as forças eram possíveis. Como diz a escritura, morreu “em ditosa velhice”; vivenciou uma vida completa e realizada.

EM QUARTO LUGAR - Os que morrem no Senhor são bem aventurados porque A PROMESSA DA BEM AVENTURANÇA É AUTENTICADA PELO ESPÍRITO SANTO
“Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham
Observe três elementos que exaltam a certeza da promessa com base numa lisura, numa credibilidade absoluta: 1) Foi uma voz “ouvida do céu (não foi algo “contaminado”, ou “aqui de baixo” – compare com Tg 1.17, com Jo. 8.23, e com Tg. 3.15); 2) Essa voz disse “escreve - Tudo o que está escrito é mais durável, e menos passível de ser corrompido, do que aquilo que é somente falado “boca a boca” e se perde “no vento”; 3) Observe que há uma reafirmação desta promessa pela própria Divindade (a 3ª pessoa da Trindade): “Sim, diz o Espírito”. Essas são as palavras ecoadas através do Espírito Santo.
O Espírito santo é chamado na bíblia de o “Espírito da verdade”; ele é aquele que nos direciona; “nos guia a toda verdade” (Jo. 16.13). Este, o Espírito Santo, é a garantia; “o penhor de nossa Salvação” (Ef. 1.13,14).
É a voz do Espírito Santo, que, do céu mandou João escrever, e com isso garantiu, referendou, autenticou que “aqueles que morrem em união com Cristo são bem aventurados”. Tal promessa não é uma ilusão, é uma certeza; é uma verdade absoluta, pois, foi autenticada pelo próprio Espírito Santo.
Creio que você que está lendo este post tem percebido que o homem engana; a palavra do homem é falha. Se fosse eu (Valdemir) falando, ou prefeito de sua cidade; ou mesmo, o juiz Sérgio Moro, você poderia abrir a possibilidade de ser enganado; tal promessa poderia ser um embuste, uma fraude.
Mas, o texto bíblico nos garante que a garantia dessa promessa não é aqui “de baixo”, é “de cima”, é celestial; não é ilusória, não é humana, é espiritual; tal promessa procede não dos lábios de autoridade humana alguma, mas dos lábios do Deus Espírito Santo: “seja Deus verdadeiro, e mentiroso todo homem” (Rm. 3.4), “quem fez essa promessa é fiel” (Hb. 10.23).
Então não se desespere, se algum parente seu morreu “no Senhor”; como Lázaro (Lc. 16.22,23), ele está usufruindo da bem aventurança eterna; ele está, agora, “hoje mesmo” (Lc. 23.43) na presença do Senhor. Quem garante isso, é o Espírito Santo.

CONCLUSÃO
A morte para o cristão, não é expectativa de eterna perdição. É a sublime BEM-AVENTURANÇA outorgada pela Graça de Deus, é a expectativa de eternidade com Deus.
Creio que até por isso, já desde os tempos do Antigo Testamento, o salmista já declarara: “Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos” (Sl 116.15).
Se você não é em aventurado, entregue-se, a Jesus, neste dia, e passe a pertencer à galeria dos bem aventurados do Senhor.
Encerro esta mensagem com a transcrição do hino que a irmã Maria Forte Bueno Forte mais amava  (A “vovó Mariana” com 102 anos e 18 dias, partiu para a “bem aventurança eterna” neste dia 20/03/2017):
Por tudo o que Tens feito
Por tudo o que Vais fazer
Por Tuas promessas e tudo o que És
Eu quero Te agradecer
Com todo o meu ser
Te agradeço, meu Senhor; te agradeço, meu Senhor
Te agradeço por me libertar e salvar
Por ter morrido em meu lugar
Te agradeço
Jesus, te agradeço
Eu te agradeço
Te agradeço




O uso do véu na Igreja


As mulheres devem ou não usarem véu na igreja? O que o apóstolo Paulo ordenou à igreja de Corinto?
Muitos cristãos em nossos dias por causa da passagem bíblica de 1 Coríntios 11 questionam se é obrigatório às mulheres usarem véu na igreja
Há igrejas que impõem o uso deste acessório às mulheres durante a liturgia dos cultos, e seus lideres alegam que tal indumentária é essencial à adoração da mulher.
Por outro lado, as igrejas que não impõem o uso do véu às mulheres, acabam não apresentando argumentos plausíveis aos seus fiéis, deixando-os em suspeição.
Tal indefinição em demonstrar qual foi a recomendação do apóstolo Paulo se deve a falta de uma interpretação segura do capítulo 11 da carta aos Corinto.
Esta é a proposta deste artigo: evidenciar qual a proposta do apóstolo Paulo à igreja de Corinto, afinal, devem ou não as mulheres usarem véu na igreja?
Para auxiliar na interpretação do texto bíblico, o capítulo 11 foi fracionado em várias cores para realçar os argumentos utilizados pelo apóstolo Paulo. Desta forma destacamos gradativamente as ideias que o apóstolo apresenta aos irmãos em Corintos.
1 Coríntios 11: 1- 16
1- Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.
2- E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei.
3- Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem,
e o homem a cabeça da mulher;
e Deus a cabeça de Cristo.
4- Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça.
5- Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada.
6- Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.
7- O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem.
8- Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem.
9- Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.
10- Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.
11- Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no SENHOR.
12- Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus.
13- Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?
14- Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido?
15- Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu.
16- Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus.
Introdução
1- Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.
2- E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei.
A primeira análise recai sobre o pedido do apóstolo Paulo: “Sede meus imitadores…” (v.1).
Os cristãos deveriam imitar o apóstolo Paulo da mesma forma que o apóstolo imitou Cristo, ou seja, este pedido está relacionado com os versículos 32 e 33 do capítulo anterior “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus. Como também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar” ( 1Co 10:32 -33).
Tudo que os cristãos realizassem deveria ser realizado para a glória de Deus. O apóstolo Paulo demonstrou anteriormente que ninguém devia impor preceitos que impedisse o acesso das pessoas a Deus com base em suas ideologias, filosofias ou conhecimento cultural. Questões de origens, nacionalidade e condições sociais não pode ser um entrave a propagação do evangelho ( 1Co 10:31 -32).
O apóstolo Paulo demonstra que qualquer dissensão entre judeus e gentios não é um comportamento aceitável no corpo de Cristo! Por fim, ele demonstra que em tudo buscava agradar a todos, com um único objetivo: “… para que assim se possam salvar” ( 1Co 10:33 ).
Desta forma, verifica-se que os argumentos do capítulo 10 encerram somente no versículo um do capítulo onze. Ou seja, o verso 1 do capítulo primeiro pertence ao capítulo anterior.
O verso dois do capítulo 11 introduz duas discussões: o uso do véu ( 1Co 11:3 -16) e o comportamento de alguns cristãos durante a ceia instituída pelo Senhor ( 1Co 11:17 -34).
Para abordar estes dois temas, o apóstolo Paulo se utiliza de um elogio “Eu vos louvo, irmãos…”. Após elogiar, o apóstolo Paulo deixa de abordar como deve ser o comportamento dos cristãos, e passa a apresentar como deve ser o posicionamento dos cristãos quanto ao uso do véu.
Os cristãos estavam sendo elogiados por dois motivos: em tudo lembravam e guardavam as determinações do apóstolo Paulo preservando a na integra a mensagem que lhes foi entregue.
Os cristãos guardavam na lembrança as determinações do apóstolo, e cumpriam as determinações conforme foram ensinados.
Questões a serem esclarecidas
3- Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem,
e o homem a cabeça da mulher;
e Deus a cabeça de Cristo.
A transição de assunto do capítulo 10 para o 11 se dá por intermédio de um elogio. Porém, antes de ser apresentado o assunto, o apóstolo Paulo insta os seus leitores a conhecer algo que possivelmente desconheciam.
O tema: ‘O uso do véu na igreja’, deveria ser apreciado pelos cristãos de Corinto à luz do que o apóstolo Paulo evidencia no versículo 3 e, que, talvez, muitos deles desconheciam: “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo (v. 3).
O apóstolo Paulo precisava falar sobre o uso do véu, porém, antes de tal abordagem era necessário que os cristãos conhecessem algumas peculiaridades concernente a autoridade.
Quando o apóstolo Paulo diz: “…quero que saibais…”, isto nos faz compreender que os cristãos de Corinto desconheciam algumas nuances pertinentes as relações que a autoridade apresenta.
Cristo tem autoridade sobre todos os homens, ou seja, Cristo é a cabeça de todo o homem. Isto porque, Cristo é o último Adão, do qual o primeiro Adão foi feito imagem ( Rm 5:14 ; 1Co 15:45 ).
Muitos tinham Moisés como autoridade máxima por causa da lei, porém, o apóstolo Paulo demonstra que Cristo, em última instância, exerce autoridade sobre todos os homens, visto que Ele é o último Adão. Enquanto Cristo é a imagem exata, Adão foi figura daquele que havia de vir.
Se havia alguma dúvida ou alguma questão não resolvida quanto a quem possuía autoridade, e a quem os cristãos deviam obediência, o apóstolo Paulo demonstra que Cristo é a cabeça (autoridade) de TODO homem.
O apóstolo Paulo faz esta abordagem inicial por saber que alguns cristãos haveriam de invocar a ‘autoridade’ da lei para tentar rebater o seu ensinamento. Ao ensinar que Cristo é a cabeça de todo homem, o apóstolo Paulo se antecipa, e apresenta Cristo com autoridade superior.
O homem, por sua vez, é a cabeça da mulher, ou seja, o homem exerce autoridade sobre a mulher. Como? Da mesma forma que o homem deve ser submisso a Cristo, a mulher deve ser submissa ao homem.
A função da mulher é submeter-se ao cuidado do homem em obediência. A concepção de autoridade na bíblia refere-se aquele que exerce cuidado, de modo que quem obedece sujeita-se ao cuidado da cabeça.
Dai surge a pergunta: Porque a mulher deve ser submissa ao homem? Ela deve submeter-se ao homem mesmo quando explorada? Não! Não é este o ensinamento bíblico. A mulher deve submeter-se ao homem porque é dele a responsabilidade de zelar pela mulher. Cabe a ele cuidar da mulher. A concepção de autoridade relacionado com exploração não advém da bíblia, pois é dado a cabeça zelar do seu corpo, portanto o homem deve zelar da mulher, e não explorá-la.
Da mesma forma que o homem deve submeter-se a Cristo, visto que é Ele que tem zelo da igreja. A submissão não coaduna com a exploração, antes com o cuidado, com o zelo de quem exerce autoridade.
Ora, vemos que Deus é a cabeça de Cristo, porque Deus exerceu autoridade sobre o seu Filho Unigênito aqui na terra com o fito de preservá-lo em vida. A autoridade se demonstra no dever de zelo de quem esta a exercê-la. Por conseguinte, o Filho reconheceu a autoridade e o cuidado do Pai quando se sujeitou a Ele sendo obediente em tudo.
Este versículo, em última instância, introduz a ideia de sujeição aos cuidados do Senhor, da mesma forma que o apóstolo Paulo apresenta esta questão aos cristãos de Éfeso: “De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em tudo a seus maridos” ( Ef 5:24 ).
O versículo 3 introduz a ideia de sujeição, e sob está óptica devemos analisar a recomendação do apóstolo Paulo quanto ao uso ou não do véu nas igrejas. Ao termino da exposição do apóstolo Paulo, veremos o quanto é pertinente para o esclarecimento do assunto (uso do véu) a ideia da sujeição à autoridade.
Observe que, se o apóstolo Paulo queria que eles soubessem que Cristo é a cabeça do homem “Mas quero que saibais que…” (v. 3), este conhecimento deve ser levado em consideração na análise do restante do texto.
O Que Muitos Entendiam
4- Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça.
5- Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada.
6- Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.
Após expor o que era necessário os cristãos saberem para uma correta abordagem do tema (v. 3), o apóstolo Paulo demonstra que também conhecia as alegações dos que queriam impor a utilização do véu às mulheres da igreja de Corinto (vs. 4- 10).
Ou seja, a exposição do apóstolo Paulo dos versos 4 ao 10 demonstra que ele conhecia muito bem as alegações dos que queriam impor a utilização do véu. Tal abordagem demonstra que o apóstolo dos gentios tinha conhecimento de causa para tratar do assunto.
Quando se lê o verso 4 e 5 como sendo uma ordenança do apóstolo Paulo aos cristãos, chega-se ao entendimento de que as mulheres devem utilizar o véu durante a liturgia. Porém, se observarmos a estrutura de texto, verifica-se que não se trata de uma ordenança do apóstolo Paulo, e sim, de um conhecimento comum a alguns dos cristãos, e que o apóstolo passa a tratar à luz do exposto no versículo 3.
Ou seja, o apóstolo Paulo queria que eles soubessem que Cristo é a cabeça de todo homem, uma vez que ele sabia que o conhecimento deles era que ‘todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça’.
Este era o conhecimento deles: ‘Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça’ (v. 4), e o apóstolo Paulo ao citar o que conheciam, demonstra ter o conhecimento necessário para debater o assunto.
O mesmo ensinamento que aponta que é desonra para o homem profetizar e orar com a cabeça coberta, é o que determina que a mulher deve cobrir-se com o véu quando ora ou profetiza.
O que seria desonra para o homem seria honra para as mulheres, e vice-versa (vs. 4 e 5).
Com base neste conhecimento que alguns da igreja de Corinto possuíam, eles chegariam a seguinte conclusão: Se a mulher não se cobre com o véu quando ora ou profetiza, desonra a sua própria cabeça, e seria como se a sua cabeça estivesse raspada. Portanto, se a mulher não se cobre com o véu, deveria tosquiar o seu cabelo. Mas, se era vergonha para ela raspar a cabeça, que se cobrisse com o véu, para evitar a desonra da sua própria cabeça.
Observe que na lei, se a mulher fosse desonrada, ela estava desonrando também o seu marido, que exercia autoridade sobre ela.
Do ensinamento que estava se propagando na igreja de Corinto decorre que, se a mulher não se cobrisse com o véu, estava a desonrar-se, e desonrando o seu marido.
Ficar sem o véu era o mesmo que estar contrariando a natureza: considerava-se que a mulher estava desprovida dos cabelos (careca). Após apresentar o conhecimento de alguns da igreja de Corinto (vs. 4 e 5), o apóstolo Paulo apresenta as regras pertinentes a este ensinamento, ou seja: “Se a mulher não se cobre com o véu…” (v. 6).
Estas eram as implicações daquele ensinamento: o homem não devia cobrir-se com o véu, para não trazer desonra sobre si. Por outro lado, a mulher devia cobrir-se com o véu ao orar e profetizar. Caso a mulher não quisesse utilizar o véu, precisava estar plenamente esclarecida que a sua atitude de não usar o véu implicaria no mesmo que estar com a cabeça raspada.
Como era vergonha para as mulheres ficar com a cabeça raspada, que colocassem o véu. Para os observadores da lei, se uma mulher não utilizasse o véu, era o mesmo que ela estivesse com a cabeça raspada.
Os versículo 4 e 5 são premissas que levam a uma conclusão, e não uma determinação, como muitos entendem: “Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também”.
Estes três versículos não são os ensinamentos do apóstolo Paulo à igreja, e o que estava sendo transmitindo aos cristãos não era uma determinação para adotarem tal prática. Antes, esta era uma forma de abordar um tema, demonstrando que aquele que estava instruindo estava inteirado das práticas que alguns adotavam.
O apóstolo Paulo procurou demonstrar como expositor do evangelho que conhecia plenamente o tema a ser tratado. Desta maneira, ele expôs as ordenanças que impunham a utilização do véu na igreja (v. 4 e 6) e a conclusão que decorre destas ordenanças (v. 6).
Mas, qual era o fundamento de tais ordenanças? Qual foi a base utilizada para apresentarem tais regras ao povo? A resposta vem dos versículos 7 a 9:
7- O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem.
8- Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem.
9- Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.
Se há regras que se aplicam às mulheres, também há regras que se aplicam aos homens. Porém, estas regras precisam ser motivadas. Qual o motivo do homem não utilizar o véu, e o motivo da mulher ter que utilizá-lo?
O apóstolo Paulo apresenta os argumentos onde se fundamentava a ordenança do homem não utilizar o véu: o homem não podia utilizar o véu porque ele é a imagem e glória de Deus. Por outro lado, a mulher deveria utilizar o véu por ser a glória do homem.
Observe as razões deste ensinamento:
1º) A mulher é a glória do homem;
2º) O homem não veio da mulher, e;
3º) A mulher foi criada por causa do homem, e não o homem por causa da mulher.
Observe a argumentação que deu origem a utilização do véu: a mulher foi criada por causa do homem, e não o homem por causa da mulher. Da mesma maneira que o homem não veio da mulher, mais a mulher do homem. Para eles, o homem foi criado à imagem Deus, e a mulher à imagem do homem. Entendiam que o homem é a imagem e a glória de Deus, e a mulher a glória do homem.
10- Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.
Diante das razões expostas desde o versículo quatro, o apóstolo Paulo apresenta a conclusão dos que queriam impor a utilização do véu na igreja: a mulher deveria usar o véu, como sinal de autoridade, por causa dos anjos (v. 10).
Do versículo quatro ao versículo dez, o apóstolo Paulo só estava descrevendo algo que já era do conhecimento dos irmãos em Corinto. Exceto o versículo 3, todos os outros versículos até o 10 tratam de ensinamentos que decorrem da lei e dos preceitos dos judeus.
A explicação máxima dos que queriam impor o uso do véu era: “Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça um sinal de autoridade, por causa dos anjos” (v. 10).
A Nova Condição em Cristo
11- Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no SENHOR.
12- Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus.
A partir do versículo 11, o apóstolo Paulo apresenta os seus ‘preceitos’ (v. 2), que contrapõe ao que foi exposto anteriormente.
O apóstolo Paulo aponta uma alternativa aquele pensamento: “Todavia,…” (v. 11).
Enquanto os que queriam impor o uso do véu argumentavam que a mulher veio do homem, ou que a mulher foi criada por causa do homem, o apóstolo Paulo demonstra que o homem não é sem a mulher, e nem a mulher sem o homem em Cristo.
Ou seja, em Cristo (no Senhor) ‘nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem’. Em seguida o apóstolo Paulo apresenta o motivo: “Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus” (v. 12).
O apóstolo Paulo demonstra que a argumentação dos que queriam impor o uso do véu era inconsistente frente a verdade do evangelho.
À parte de Cristo as diferenças entre homem e mulher eram ‘evidentes’. ‘Todavia’, em Cristo é totalmente diferente: não há distinção entre homens e mulheres, pois tudo vem de Deus.
As distinções que a lei evidenciavam, tais como: sexo, raça e religião, no Senhor elas não se aplicam.
O argumento do apóstolo Paulo contraria a ideia anterior (v. 4 a 10). Em Cristo, tanto homem quanto mulher, são um. Pertencem a um mesmo corpo, que é a igreja. Os cristãos deveriam observar que, da mesma forma que a mulher veio do homem, o homem também provém da mulher.
Para que não restassem dúvidas quanto à procedência do homem e da mulher e das diferenças que poderiam advir de um entendimento equivocado, o apóstolo Paulo reitera que “tudo vem de Deus” (v. 12), tanto homem, quanto a mulher.
Diante do argumento utilizado, o apóstolo Paulo espera um julgamento da partes dos seus leitores: “Julgai entre vós mesmos…” (v. 13), como já era de se esperar do apóstolo “Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo” ( 1Co 10:15 ).
O argumento daqueles que se apegavam a lei era: o homem não veio da mulher (v. 8). O argumento do apóstolo Paulo é: “Pois como a mulher proveio do homem, assim também o homem nasce da mulher, mas tudo provém de Deus” (v. 12).
Para fazer os cristãos pensarem segundo as novas premissas do evangelho, o apóstolo Paulo questiona: “É próprio que a mulher ore a Deus com a cabeça descoberta?” (v. 13).
Segundo as ordenanças decorrente da lei era obrigatório às mulheres o uso do véu, porém, à luz do evangelho, o apóstolo Paulo espera um julgamento dos seus leitores.
Caso ainda restassem dúvidas sobre a questão, o apóstolo Paulo apresenta outro elemento a se considerar quando da resposta à questão formulada anteriormente: “Ou não vos ensina a própria natureza que é desonroso para o homem ter cabelo crescido?” (v. 14).
O ensinamento sobre o homem é que dava sustentabilidade à ordenança a respeito da mulher: o homem não deveria ter cabelo crescido, da mesma forma que a mulher não deveria orar com a cabeça descoberta.
Diante do que foi exposto o apóstolo Paulo conclui: “Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, pois o cabelo foi dado em lugar do véu” (v. 15).
Não havia mais a necessidade do uso do véu pelas mulheres nas igrejas diante dos vários motivos que o apóstolo Paulo apresenta em suas exposições doutrinárias:
  • O cabelo da mulher foi dado em lugar do véu;
  • Em Cristo Jesus não há diferença entre o homem e a mulher;
  • Tudo provém de Deus;
  • Em Cristo não há macho ou fêmea ( Gl 3:28 );
  • No evangelho não há distinção entre pessoas.
Mesmo após instruir os cristãos que o uso do véu não era imposto às mulheres, o apóstolo Paulo se antecipa aos dissidentes que queriam impor o uso de tal indumentária:
“Mas, se alguém quiser ser contencioso…”
O apóstolo Paulo esperava um ‘julgamento’ consciente da parte dos cristãos (v. 13), mas, diante da possibilidade de alguém não aceitar os seus argumentos, ele apresenta a sua decisão: “… NOS NÃO TEMOS TAL COSTUME, NEM AS IGREJAS DE DEUS”.
Conclusão
Diante da palavra ‘Todavia’ no versículo onze é que conseguimos entender o argumento do apóstolo Paulo contra o uso do véu. Entendemos que do versículo quatro ao dez, o apóstolo Paulo faz referencia aos costumes utilizados por alguns membros da igreja de Corinto, mas que não condizia com os usos e costumes das igrejas primitivas.
A questão do uso do véu imposto às mulheres cristãs não precisaria ser abordada pelo apóstolo Paulo se os cristãos de Corinto entendessem que a igreja de Deus é sujeita a Cristo, sendo Ele a cabeça da igreja e o salvador do corpo, que é composto tanto por homens e mulheres.
Ora, se Cristo é a cabeça, segue-se que nem o homem e nem a mulher são cabeça quando membros do corpo de Cristo. Portanto, nem o homem nem a mulher necessitam de véu ou de cabelo, pois é Cristo a cabeça do corpo. E Cristo não necessita de véu.
Todos os cristãos são membros do corpo de Cristo ( Ef 5:30 ), e através d’Ele todos são um. Este ‘mistério’ alguns de Corinto ainda não entendiam (Cristo e a Igreja) (v. 32), o que influenciou até mesmo o cerimonial da ceia.
Se todos são participantes do corpo de Cristo, não há diferença entre homem e mulher, e, portanto, não é necessário a utilização de qualquer acessório que faça distinção entre os membros do corpo de Cristo.