sexta-feira, 29 de abril de 2022

LUCAS 3:21,38

3:21 Lucas enfatiza a natureza humana de Jesus. Jesus nasceu de pais humildes, um nascimento sem aviso prévio, exceto para pastores e estrangeiros. Este batismo registrado aqui foi a primeira declaração pública do ministério de Jesus. Em vez de ir a Jerusalém e se identificar com os líderes religiosos estabelecidos, Jesus foi a um rio e se identificou com aqueles que estavam se arrependendo do pecado. Quando Jesus, aos 12 anos, visitou o Templo, ele entendeu sua missão (2:49). Dezoito anos depois, em seu batismo, ele começou a cumpri-lo. E enquanto Jesus orava, Deus falou e confirmou sua decisão de agir. Deus estava entrando na história humana por meio de Jesus o Cristo.

 Lucas 3: 21-22 . Quando todas as pessoas foram batizadas – Se refletirmos sobre o número de pessoas que seguiram João, e foram batizadas por ele, e o respeito que elas expressaram por ele antes e depois de sua morte, e ainda assim que nenhuma seita foi produzida em conseqüência de tal crença e batismo, proporcionará um argumento muito bom em favor do poder superior, dignidade, caráter e ofício de Jesus. Jesus, orando, o céu foi aberto – É observável que as três vozes do céu (ver Lucas 9:29 ; Lucas 9:35 ; João 12:28 ) pelas quais o Pai prestou testemunho de Cristo, foram pronunciadas, seja enquanto ele estava rezando, ou rapidamente depois disso. Tu és o meu Filho amado, etc. – Ver nota em Mateus 3: 16-17 .


3:21, 22 Os teólogos há muito se preocupam com o fato de Jesus ter se permitido ser batizado por João. Afinal, esse batismo era para pecadores. Por que, então, Jesus fez isso? Ele fez isso porque ele é Deus e humano - ele se submeteu ao batismo e até à morte como só um humano poderia; ele viveu uma vida sem pecado e ressuscitou dos mortos como só Deus poderia fazer. Este batismo de João no rio Jordão foi mais um passo em sua identificação conosco, pessoas pecadoras; e a chegada da pomba significa a aprovação de Deus. Agora Jesus iria começar oficialmente seu ministério como o Filho amado de Deus caminhando pelas estradas empoeiradas de Israel. Quando você estiver ferido, deprimido ou quebrado, lembre-se: você tem um Salvador que entende sua humanidade. Quando você pecar, lembre-se: Ele pagou o preço pela sua desobediência.

 

3:21, 22 Este é um dos vários lugares nas Escrituras onde todos os membros da Trindade são mencionados - Pai, Filho e Espírito Santo. Nas palavras tradicionais da igreja, o Deus único existe em três pessoas, mas uma substância, co-eterna e co-igual. Nenhuma explicação pode retratar adequadamente o poder e a complexidade desse relacionamento único. Não há analogias perfeitas na natureza porque não há outro relacionamento como a Trindade.

 

3:23 Imagine o Salvador do mundo trabalhando em uma carpintaria de uma pequena cidade até os 30 anos! Parece incrível que Jesus teria ficado contente em permanecer em Nazaré todo esse tempo, mas ele confiou pacientemente no tempo de seu Pai para sua vida e ministério. Trinta era a idade prescrita para os sacerdotes começarem seu ministério (Números 4:3). José tinha 30 anos quando começou a servir ao rei do Egito (Gênesis 41:46), e Davi tinha 30 anos quando começou a reinar sobre Judá (2 Samuel 5:4). A idade de 30 anos, então, foi uma boa época para começar uma importante tarefa na cultura judaica. Como Jesus, precisamos resistir à tentação de pular antes de receber a direção do Espírito. Você está esperando e se perguntando qual deve ser seu próximo passo? Não pule à frente - confie no tempo de Deus.

 

3:23-38 A genealogia de Mateus remonta a Abraão e mostra que Jesus era parente de todos os judeus (Mateus 1). A genealogia de Lucas remonta a Adão, mostrando que Jesus está relacionado a todos os seres humanos. Isso é consistente com a imagem de Lucas de Jesus como o Salvador de todo o mundo.




Hebreus 6

6.1, 2 — O autor insiste em que os leitores de sua carta deixem o que é primário e prossigam até a perfeição, no sentido de maturidade. Ele lista então seis pontos doutrinários, que chama de os rudimentos da doutrina de Cristo (os primeiros rudimentos, em Hb 5.12): (1) Arrependimento de obras mortas se refere à mudança de pensamento quanto às exigências da Lei de Moisés (Hb 9.14).

Embora a Lei seja boa (1 Tm 1.8), era fraca, por causa da fraqueza de nossa natureza pecaminosa (Rm 8.3). (2) O que é necessário para a salvação não são as obras mortas, que não podem salvar, mas a fé em Deus. (3) Batismos pode referir-se aos vários batismos citados no Novo Testamento (o batismo de Cristo, o de João, o batismo do crente nas águas, e o espiritual, do crente pelo Espírito Santo), ou também aos diversos ritos de purificação praticados pelos judeus. (4) No livro de Atos, a imposição das mãos era usada para transmitir o Espírito Santo (At 8.17,18; 19.6), assim como para ordenação ao ministério (At 6.6; 13.3). Essa prática é encontrada também no Antigo Testamento, para a delegação de poderes a alguém para serviço público (Nm 27.18,23; Dt 34.9) e no contexto de apresentação do holocausto ao Senhor (Lv 1.4; 3.2; 4.4; 8.14; 16.21).

(5) Ressurreição dos mortos se refere à doutrina da ressurreição de todos no final dos tempos (Ap 20.11-15). E um ensinamento do Antigo Testamento (Is 26.19; Dn 12.2), amplamente difundido no judaísmo do século 1, principalmente pelos fariseus. Para os cristãos, tornou-se essencial a crença na ressurreição de Jesus, sem a qual não existiria o perdão dos pecados (1 Co 15.12-17).

(6) Juízo eterno se refere à crença de que todos seremos julgados pelo grande Juiz. As Escrituras indicam que existirão dois tipos de julgamento final: o dos cristãos, no qual Jesus determinará a recompensa de cada um (1 Co 3.12-15), e o juízo dos descrentes (Ap 20.11-15).

6.3 — O autor inclui ainda a si mesmo na ação que deva ser realizada pelos cristãos. Se Deus permitir — ou seja, se for da vontade de Deus (Tg 4.15) — indica o imperativo necessário da autoridade divina para que algo aconteça.

6.4-6 — Esta passagem, tão difícil com respeito a recair, tem sido interpretada de diversas maneiras.

Alguns afirmam que o autor de Hebreus está falando de cristãos nominais, que ouvem a verdade e aparentam crer em Cristo, mas, por fim, demonstram sua superficialidade em relação a Ele, renunciando-o publicamente. Outros interpretam estes versículos como argumento hipotético que o autor de Hebreus estaria usando para advertir àqueles espiritualmente imaturos (v. 1-3) que não rejeitem a oferta de salvação de Deus (v. 6; Hb 3.12). Os que postulam essas duas posições citam, caracteristicamente, as diversas passagens bíblicas que falam da verdadeira segurança eterna do crente (Jo 6.39,40; 10.27-29; Rm 8.28-30).
Uma vez que Deus nos salvou, nada pode separar-nos do Seu amor (Rm 8.35-39). Outros ainda, porém, preferem que o autor esteja falando de cristãos genuínos que renunciam a Cristo e deixam de ser cristãos. Alegam ser esta uma leitura clara deste texto, citando várias advertências no Novo Testamento para resistirmos aos enganos de falsos mestres, como evidência adicional a esta sua interpretação (2 Co 11.1-4,13-15; 2 Tm 2.17,18; 1 Jo 2.21-25). É mais provável que a passagem diga respeito a judeus, verdadeiros crentes em Jesus, que, ao sofrerem perseguição, vejam-se tentados a novamente se envolver com a religião judaica e seus ritos, de que haviam sido libertos em Cristo. Em vez de falar da perda da justificação, a passagem se refere ao fracasso de um crescimento à maturidade. O crente que, tentado, é levado a cair (como traduz melhor o grego), depois de já haver obtido progresso na caminhada cristã, como se evidencia nas características do crescimento cristão indicadas nos versículos 4 e 5, após a queda (o abandono não de Cristo, mas da corrida cristã) coloca-se em risco de ficar estagnado no crescimento cristão.

6.6 — A expressão e recaíram pode ser traduzida de forma melhor por e caíram de lado, representando um corredor que cai ao lado da pista durante uma corrida. A expressão, neste caso, pode ser entendida aqui como referindo-se a pessoas para as quais é impossível ter uma mudança de opinião, ou arrependimento, por estarem envolvidas em atividades que contrariam sua confissão de Cristo como seu Salvador.

Renovar (gr. anakainizõ) significa restaurar, restabelecer. É impossível ao empenho de quem quer que seja na comunidade cristã restabelecer a comunhão de alguém com Deus. Este, o motivo da forte advertência em Hebreus 3.13 de que exortemos uns aos outros, a fim de evitarmos um coração endurecido.

A imaturidade constante é sempre perigosa. Pense em pessoas que você possa ter conhecido, exultantes testemunhas de Cristo, que se desviaram do caminho e se tornaram frias como pedra. Para o autor, essas pessoas de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério. Ao se afastarem do crescimento cristão, tais apóstatas se colocariam na posição dos que, na prática, crucificaram Jesus e o expuseram à humilhação pública.

Em outras palavras, se os leitores originais são cristãos judeus que estão pensando em retornar ao judaísmo, estarão se juntando às fileiras daqueles que crucificaram Cristo, pois sua atitude corresponde, em importância, a uma rejeição pública, a uma nova crucificação (simbólica) do Senhor.

6 .7 ,8 — Aqui, uma ilustração baseada na natureza transmite duas verdades: (1) um pedaço de terra que recebe chuva (um dom celestial, v. 4) e que é produtiva e útil para muitos e abençoada por Deus (v. 7); (2) um pedaço de terra (v. 8) que recebe chuva (um dom celestial, v. 4), mas é improdutiva, é reprovada (gr. adokimos), palavra que significa desqualificada, usada em relação a cristãos desqualificados para receber recompensas (1 Co 9.27; 2 Co 13.5,7). Essa terra não é amaldiçoada, mas perto está da maldição (1 Co 11.29-31).

A consequência é ser queimada, o que não significa o inferno, mas um juízo temporal de Deus. No Antigo Testamento, o juízo de Deus sobre Seu povo está associado a queima dos campos (Is 9.18-19; 10.17), o que representa morte física, mas não morte espiritual. Talvez exista aqui também uma alusão ao fogo do juízo, quanto ao fundamento de Cristo (1 Co 3.11-15). Existia uma prática antiga de queimar a terra para destruir as ervas daninhas e fazer que o campo fosse útil novamente. Se essa é a alusão pretendida, então a passagem ensina que, embora todas as tentativas humanas de restaurar os apóstatas sejam inúteis (v. 6), existe a esperança de que possam voltar a produzir novamente. E possível a uma pessoa naufragar na fé e aprender, então, com essa ruinosa experiência (1 Tm 1.18-20).

6.9 — Com o calor e a afeição do título amados, o autor garante aos hebreus que espera coisas melhores deles. Suas boas obras são sinais, para o autor, de que eles teriam recebido Cristo verdadeiramente (v. 10).

6.10 — Serão então recompensados, porque Deus não é injusto. Ele os recompensará pelo que tiverem realizado.

6.11 — Os cristãos correm constantemente o perigo de não permanecer inteiramente fiéis na esperança que devem ter em Cristo. Devemos manter nosso compromisso com Cristo firme até o fim.

6.12 — Negligentes é a mesma palavra usada em Hebreus 5.11, que deu início a esta exortação para que os hebreus crescessem na fé em Cristo (Hb 5.11—6.12).

6.13-15 — Abraão é um exemplo de fé e paciência para com a promessa de Deus (v. 12). Ele esperou 25 anos desde que foi feita a promessa até Isaque, o filho prometido, nascer (Gn 12.4; 21.5).

6.16,17 — Confirmação significa garantia. O juramento é usado para garantir o cumprimento do acordo.

6.18 — O Senhor confirmou Seu juramento a Abraão ao jurar por si mesmo (v. 13) porque Ele, por si só, é maior do que tudo. As duas coisas imutáveis são a Palavra de Deus e o juramento de Deus. Como Deus não mente e é todo-poderoso, há de cumprir todas as Suas promessas. Essa natureza imutável de Deus é a consolação e o fortalecimento do crente.

6.19 — A esperança do crente em Cristo é segura como uma âncora. Essa âncora não está na areia, mas na presença do Todo-poderoso. Interior do véu se refere ao Santo dos Santos, o lugar onde Deus habita.

6.20 — A palavra grega para precursor era usada no século 2 d.C. com relação a barcos menores enviados para o porto pelos grandes navios impossibilitados de lá atracar devido ao mau tempo. Esses barcos carregavam a âncora através da arrebentação para o porto e a prendiam lá, segurando assim o navio maior. Precursor pressupõe que outros o seguirão. Deste modo, Jesus é não somente a própria âncora do crente, mas também o barco que leva a âncora para o porto e a segura firmemente. Não há dúvida de que o nosso navio está indo para o porto. A única questão é se está indo com a tranquilidade de um navio bem posicionado nas águas. Os cristãos que conservam sua esperança na presença de Deus hão de chegar com confiança ao trono da graça (Hb 4.14-16). Como a esperança dos cristãos é segura e não pode ser abalada, devem usá-la com perseverança.


 

Estudo Bíblico Campo de Guerra Espiritual

Efésios 6.10-18


INTRODUÇÃO

Vida cristã não é colônia de férias, mas campo de batalha. Quem não é um guerreiro é uma vítima. Nesta luta ninguém pode ficar neutro. Trata-se de uma guerra espiritual.

Quanto a essa matéria há dois perigos, dois extremos, ambos nocivos à vida da igreja:

a. SUBESTIMAR O INIMIGO

Hoje, muitas pessoas incautas negam a existência do diabo, desconhecem seu poder, suas armas, seus agentes e suas estratégias. Acham que o diabo é apenas uma energia negativa que está dentro do próprio homem ou um ser místico que apenas existe na mente fraca daqueles que não alcançaram a plena luz da razão.

b. SUPERESTIMAR O INIMIGO

Há aqueles que falam mais do diabo do que de Deus. Falam tanto do seu poder, de suas armas e estratégias, que subestimam o poder de Deus.

Dito isso, convém começar nossa exposição sabendo já duas coisas:

1. CONTRA QUEM É NOSSA LUTA

1.1. Quem não é o inimigo

Em primeiro lugar precisamos entender contra quem não é a nossa luta. “A nossa luta não é contra a carne ou sangue” (Ef 6.12), ou seja, a nossa luta não é contra pessoas. Muitas vezes o povo de Deus sofre terrivelmente por não entender contra quem está lutando. É um grande perigo alguém detonar suas armas sem ter um alvo certo. Há muitos crentes que estão entrando na batalha, mas estão ferindo os próprios irmãos.

1.2. Quem é o inimigo

Em segundo lugar, precisamos saber contra quem é a nossa luta. Em Efésios 6.11 Paulo diz precisamos estar firmes contra as ciladas do diabo. Ele é o nosso inimigo. Contra ele é que devemos lutar. A Bíblia atribui diversos nomes a esse terrível ser totalmente corrompido e mau: Satanás, diabo, Abadom, Apoliom, antiga serpente, dragão, assassino, pai da mentira, tentador, maligno, acusador, adversário, deus deste século, príncipe da potestade do ar, Belzebu, demônio, espírito imundo etc. Contudo, esse anjo caído, já foi vencido e despojado por Cristo (Cl 2.12-15) e não tem poder para destruir aqueles que estão em Deus (1 Jo 5.18).

2. AS ESTRATÉGIAS DO DIABO

Efésios 6.11 nos fala que o diabo usa ciladas. Aqui precisamos entender algo muito importante: o diabo não precisa usar cilada para quem já é dele. Vamos ilustrar. Há um quadro muito conhecido que circula no meio evangélico como ornamento de templos, casas, chamado OS DOIS CAMINHOS. Esse quadro retrata a realidade do céu e do inferno. O caminho largo que conduz ao inferno e o caminho estreito que leva ao céu. Mas, esse quadro, também apresenta uma heresia: ele mostra um grupo de pessoas que está antes dos dois caminhos, ou seja, um grupo que não está nem no caminho largo nem no estreito, como se fosse possível ficar neutro ou à parte desses dois caminhos. Isso não é possível.

Você está no caminho estreito ou no caminho largo. Você está indo para o céu, ou para o inferno. Não há meio-termo.
Quem não está debaixo do senhorio de Cristo, está vivendo sob a potestade de Satanás. É isso que Paulo diz em Atos 26.18, pois, converter-se é uma pessoa sair debaixo da potestade de Satanás para sujeitar-se a Deus. O apóstolo ensina o mesmo em Colossenses 1.13, quando afirma que a nossa salvação é como ser transportado do império das trevas para o Reino da luz. Ninguém está equidistante desses dois caminhos.

Sendo assim, precisamos conhecer as principais estratégias que o inimigo, usa contra o povo de Deus.

2.1. Servir a Deus sem sair do Egito

Um dos livros mais importantes sobre a batalha espiritual é o livro de Êxodo. Nele encontramos as forças do mal conspirando contra o povo de Deus. Faraó é um símbolo do nosso arqui-inimigo. Quando Moisés foi a ele, pedindo-lhe que deixasse o povo ir, Faraó, ardilosamente, usou de astúcia para reter o povo no Egito. A primeira proposta que fez a Moisés foi para que o povo servisse a Deus no Egito mesmo (Êx 8.25). Faraó queria que o povo servisse a Deus no cativeiro. Egito é símbolo do mundo e da escravidão ao pecado. A proposta de Faraó era para que o povo conciliasse, culto, adoração, serviço a Deus com a permanência no cativeiro, com a vida acorrentada no pecado. A Bíblia diz que o amor do Pai não está naquele que ama o mundo (1 Jo 2.15). Quem é amigo do mundo se constitui inimigo de Deus (Tg 4.4). A Palavra diz que não podemos conformar-nos com este mundo (Rm 12.1). Não podemos servir a Deus sem romper com o mundo.

2.2. Saia do Egito, mas fique por perto

A outra proposta do Faraó a Moisés foi: Pode levar o povo para servir a Deus, mas não vá muito longe (Êx 8.28). Essa cilada é muito sutil e muito perigosa. Há muitos crentes debilitados, neutralizados e infrutíferos, vitimados por essa armadilha do inferno. Pessoas que já saíram do Egito, já romperam com a escravidão do pecado, já deixaram para trás os vícios, já abandonaram toda sorte de cabresto, mas, em vez de fazerem um rompimento radical, ficam curtindo um saudosismo da velha vida, flertando com o pecado, namorando a tentação, vivendo em campo minado, nas regiões de perigo. São crentes que têm medo de uma consagração profunda, são crentes que servem a Deus, mas ainda não se libertaram totalmente dos encantos do Egito.

O diabo vai fazer de tudo para mantê-lo perto do Egito, mostrando-lhe todos os brilhos multicores e policromáticos do pecado. Ele vai encher os seus olhos com as atrações mais encantadoras. A única coisa que ele não lhe mostrará é o salário do pecado, a morte. Ele não quer vê-lo saindo do Egito com determinação para assumir um compromisso de andar com Deus em novidade de vida.

2.3. Saia do Egito, mas deixe os seus filhos

Noutra proposta feita a Moisés, Faraó até permitiria que o povo saísse, desde que as crianças e os jovens ficassem no Egito. Esse é um laço mortal para a família. O que o diabo quer é arrebentar com a família. Ele é ladrão. Ele veio para roubar, matar e destruir. Ele quer dividir a família, rasgá-la ao meio, gerando nela divisão, a contenda e o conflito espiritual.

A coisa que mais perturba o diabo é ver a família unida, servindo a Deus. Ele não gosta de ver lares no altar de Deus. Ele emprega todos os seus métodos todos e todos os seus esforços para atacar a unidade da família. Veja essa cilada do diabo configurada na proposta de Faraó a Moisés em Êxodo 10.10,11. Ele abre mão das pessoas maduras, vividas, desde que possa investir nas crianças e nos jovens, retendo-os no Egito. É importante ressaltar que esse laço tem mantido muitos crentes presos. Hoje há uma orquestração concentrada na derrocada dos jovens e das crianças. O diabo emprega todas as suas armas e utiliza todo o seu terrível arsenal para torpedear a família, visando a atingir principalmente os jovens e as crianças.

O diabo é um estelionatário. Ele oferece prazer, e dá desgosto. Ele promete diversão, e dá frustração. Ele promete vida, e dá a morte. O lugar do jovem curtir a vida, gozar a vida, não é no Egito, nem no mundo, mas no altar de Deus. Só na presença de Deus há plenitude de alegria. Um dia nos átrios de Deus vale mais do que mil dias nas tendas da perversidade.

2.4. Saia do Egito, mas deixe o dinheiro.

Quando Faraó percebeu a determinação de Moisés de não deixar no Egito os jovens e as crianças, deu a sua última cartada. Propôs a Moisés que o povo saísse do Egito, mas deixasse seus rebanhos. Em outras palavras, Faraó estava dizendo: vocês servem a Deus, mas o dinheiro de vocês serve ao Egito. Esse é um laço que tem derrubado muitos crentes. Há crentes que converteram o coração, mas ainda não converteram o bolso. Há crentes que tem o coração não nos tesouros do céu, onde os ladrões não escavam nem roubam, mas nos tesouros da terra. Há crentes que põem o coração nas riquezas, e não consagram seus bens a Deus e ao serviço dele. Pior do que isso é o fato de muitos crentes, além de não colocarem seus bens no altar, a serviço de Deus, ainda tomarem à força, acintosamente a parte que pertence a Deus, sonegando os dízimos.

Moisés porém, não aceitou a exigência de Faraó, pois tudo o que somos e temos precisa estar a serviço de Deus. Foi assim que Moisés entendeu e foi assim que ele disse a Faraó: Nem uma unha ficará no Egito (Êx 10.26). Para Moisés, servir a Deus exige um rompimento total com o mundo. Não podemos deixar nada para trás. Não podemos servir a Deus com o coração dividido.

Nosso Deus merece o melhor. Merece tudo o que somos e temos. Tudo deve estar no seu altar e no seu serviço.

CONCLUSÃO

O diabo não desiste de lutar. Ele é perseverante no seu ataque e nos seus ardis. Foi assim com Jesus no deserto. O diabo tentou durante quarenta dias, mas foi vencido por Cristo. Então o diabo deixou até o momento oportuno (Lc 4.13). Jesus discerniu suas ciladas em todas as situações e derrotou-o em todas as suas investidas.

Você não pode viver hoje com os triunfos da vitória do passado. Ontem você colheu vitória, mas hoje, se não vigiar, pode sofrer uma derrota humilhante. Davi matou um leão, triunfou sobre um urso, matou um gigante, venceu exércitos, conquistou glórias e fama, porém, deixou de vigiar um minuto e caiu vergonhosamente no pecado (2 Sm 11).

O segredo da liberdade é a constante vigilância. Nosso adversário não dorme nem tira férias. Precisamos estar atentos a todo instante, pois a luta continua enquanto aqui vivemos.



O Avivamento Que A Igreja Precisa

O que é, e o que não é avivamento

Avivamento não é emocionalismo momentâneo produzido pelos evangelistas, onde a duração é até a saída do mesmo para anunciar as Boas Novas em outra cidade.

Avivamento é o estado constante da igreja, abrasada pelo glorioso fogo do Espírito Santo (Lev.6:13).

Avivamento não é grandes movimentos e festas de confraternizações, embora épocas como essas sejam propícias para despertamentos espirituais (Jo.7:37).

Avivamento é o constante mover do Espírito na igreja, produzindo vida e energia espiritual (At.4:31).

Avivamento não é animação fantasiosa, promovida por grandes líderes, visando maior arrecadação financeira da igreja.

Avivamento é a busca incessante da igreja, aos dons espirituais e, o anelante desejo de gerar o fruto do Espírito (I Cor.12,Gal.5:22).

Buscamos um avivamento...

...Que traga de volta o Espírito Santo às nossas igrejas, afastado que foi pelo formalismo, hipocrisia e vaidade do povo de Deus (Gen.6:3,I Ts.5:19,Ef.4:30).

...Que traga de volta os crentes aos nossos templos, para voltarem à prática da oração e adoração a Deus (Sal.27:4,84:10,At.1:13;14).

...Que dê à igreja o padrão bíblico de Atos dos Apóstolos, onde em toda a alma havia temor e, e muitos sinais e maravilhas se faziam pelas mãos dos apóstolos (At.2:43).

...Que tome a igreja das mãos de obreiros néscios, insinceros, profanos, caluniadores, divisores, iracundos, vaidosos, infiéis, orgulhosos, sem amor, senhores de si, e que não aceitam a operação de Deus para esse tempo do fim, entregando-a nas mãos de quem de fato e de direito é o Senhor dela: O Espírito de Deus.

...Que faça-nos voltar ao antigo critério de escolha dos obreiros para apascentar o rebanho, onde o próprio Deus fazia a escolha, sem nenhum apadrinhamento e preferência pessoal (At.13:2,9e15).

...Que faça os crentes saírem de quatro paredes, para um evangelismo amplo e irrestrito, antes da volta gloriosa de Jesus (Mat.24:14).

...Que tire os crentes da frente da maléfica programação televisiva, levando-os para uma vida de temor e santidade ao Senhor (Sal.131:3).

...Que traga arrependimento e confissões de pecados, motivando os crentes a temerem a Deus e evitarem a iniquidade, causa maior da falta de curas e milagres no meio do povo de Deus (Tg.4:9,5:16).

...Que traga de volta os crentes ao primeiro amor e a prática das antigas primeiras obras, negligenciadas e deixadas de lado pela chamada evolução (Ap.2:4e5).

...Que devolva aos obreiros do Senhor, a santa ousadia no falar, apontando e nomeando os pecados, sem rodeios e precauções de perder membros da igreja (At.4:29,13:10,11eMat.3:7a10).

...Que traga de volta os dons espirituais e a divina sabedoria para usá-los corretamente, segundo a sábia revelação e orientação do Espírito de Deus (II Cor.12:31,Rom.12:6a8).

...Que devolva aos nossos jovens aquela força apregoada por João, e que foi perdida pelos desejos sensuais da carne, que ocupou mentes e corações da mocidade (I Jo.2:14,I Sam.16:11).

...Que infunda vida poderosa nos institutos bíblicos e teológicos, mostrando que o poder de Deus não está apenas no papel, mas na vida real dos servos e servas de Deus (At.26:24).

...Que tire da U.T.I. muitas vidas cristãs que agonizam, por faltar alimento sólido, consistente da Palavra de Deus, e por padecerem vitimadas por intoxição alimentar com doutrinas falsas e errôneas (I Tim.4:1).

...Que devolva a nossa Escola Dominical a mesma graça e beleza que tinha nos primórdios da obra pentecostal no Brasil, dando a todos a oportunidade de crescerem e robustecerem-se na fé (Prov.22:28).

...Que devolva aquele santo desejo de tudo ter em comum, repartindo com todos, segundo cada um havia de mister (At.2:44a46).

...Que reacenda o pavio fumegante, tornando a igreja numa grande e gigantesca obra amada por Deus, respeitada por satanás e temida pelos adversários.

1 Timóteo 4
4.1 — Paulo dá início aqui a uma série de instruções especiais a Timóteo. O Espírito expressamente diz. Paulo pode estar referindo-se a profecias inspiradas pelo Espírito Santo acerca do abandono da verdade de Deus, (Mt 24-4-12) ou a uma revelação que o Espírito lhe deu.

O significado literal de apostatarão é se afastarão. Haverá muitos momentos em que alguns se desviarão da fé (1 Tm 1.19,20). A referência aqui não é propriamente à perda da salvação, mas ao fato de deixarem de andar em obediência (Jo 19.25-27; 1 Co 3.1-3; 11.29,30). O impacto da influência e do ataque satânicos está descrito nos versículos 1-3.

Doutrinas de demônios se refere a seguir práticas ocultas.

4.2 — Cauterizada a [...] consciência. Como poderiam acreditar nessas coisas/ Assim como se costuma ficar com o dedo dormente ao queimá-lo no ferro de passar, sua consciência tornou-se adormecida, cauterizada pelo pecado.

4.3,4 — Os falsos mestres em Éfeso menosprezavam o mundo material como se fosse somente mau. Isso se tornou doutrina central do gnosticismo desenvolvido no século 2. Todavia, em Gênesis 1.31, tudo o que Deus criou foi por Ele considerado muito bom. Os cristãos devem desfrutar de tudo o que Deus criou e deu-lhes para usar e administrar.

4.5 — Santificada significa separada. Casamento, alimentos e bens são, na realidade, assuntos espirituais. Devem ser desfrutados pelo cristão, sempre reconhecendo seu correto objetivo perante Deus.

4.6—6.21 — Paulo instruíra antes Timóteo sobre como deveria portar-se na casa de Deus (1 Tm 3.15). Aqui, trata da vida pessoal de Timóteo (1 Tm 4.12-16; 5.23-25; 6.11-16,20,21) e de como deveria lidar com diversos tipos de pessoas (1 Tm 5.1,2), especialmente as viúvas (1 Tm 5.3- 16), os presbíteros (1 Tm 5 .17-22), os servos ( lTm 6.1,2), os questionadores e contenciosos (6.3-5) e os ricos (6.6-10,17-19).

4.6 — O crescimento constante da Igreja ocorre por meio da pregação de palavras da fé e instrução na boa doutrina. A sã doutrina é a base de um ministério saudável e de seu correto exercício.

4.7 — Exercita-te seria uma recomendação comumente usada para se referir ao treinamento físico dos atletas gregos. A verdadeira espiritualidade exige que a pessoa se exercite na piedade em sua caminhada com o Senhor.

4.8 — Para pouco aproveita contrasta o valor de curto prazo do exercício físico com os benefícios de longo prazo da piedade para tudo. A disciplina na piedade influencia a vida do cristão, tanto no presente como no futuro. O aspecto presente inclui obediência e uma vida de propósitos (Jo 10.10). O futuro envolve maiores recompensas no Reino de Cristo, que está por vir (1 Co 3.10-15; 2 Co 5.9,10).

4.9 — Esta palavra é fiel e digna de toda a aceitação e isso ninguém pode negar. Homem sábio é o que a acata, obedece-lhe e cumpre-a.

4.10,11 — Salvador de todos os homens descreve Deus como Aquele que deu e dá vida, fôlego, existência e salvação a todos. Principalmente dos fiéis faz um contraste entre a graça comum de Deus para todos e a graça especial de salvação para aqueles que nele confiam como Salvador.

4.12 — Mocidade era um termo então aplicado aos homens até os 40 anos. E possível que Timóteo tivesse entre 35 e 40 anos nessa época. A contrapartida para sua mocidade ou inexperiência seria a vida que deveria levar. Deveria dar o exemplo em seis áreas: (1) na palavra, com o sentido de conversa; (2) no trato, ou atitude para com os outros; (3) na caridade, que é o amor de Deus; (4) no espírito, ou seja, no poder do Espírito Santo; (5) na fé, no sentido de total confiança em Deus; (6) na pureza, tanto em ação e palavras quanto em pensamentos (1 Tm 5.2). Esses elementos, todavia, são indicados não somente para os jovens, mas desejáveis de serem praticados por todos, e devem ser desenvolvidos, de preferência, logo no início da vida cristã.

4.13 — Persiste é uma determinação de que haja preparação e constante diligência pessoal. Aqui se definem três áreas específicas de responsabilidade na casa de Deus. Ler — uma ordem à leitura pública das Escrituras (At 13.15). Exortar — incentivo a que se obedeça às Escrituras. Ensinar — doutrinação e instrução da Palavra de Deus (1 Tm 2.12).

4.14 — Paulo incentiva Timóteo a ser diligente. O dom é a dádiva espiritual que Timóteo recebeu de Cristo (Ef 4.7,8) por profecia. O dom de Timóteo foi dado por meio de uma mensagem profética (1 Tm 1.18) e com a imposição das mãos, provavelmente em Listra (At 16.1). A imposição de mãos significava a comissão, com o reconhecimento por parte de Paulo da obra de Deus na vida de Timóteo (2 Tm 1.6).

4.15 —  é a recomendação para que Timóteo sempre reflita sobre as instruções de Paulo. Ocupa-te é outra recomendação. O cuidado de Paulo com Timóteo, seu filho na fé, é óbvio. Porque estava instruindo Timóteo, esperava confiante de que seu aproveitamento fosse manifesto a todos na igreja local.

4.16 — Tem cuidado  — eis outra ordem, alertando Timóteo para si mesmo, seu caráter e suas ações, junto com a doutrina, o ensino. Persevera é uma ordem para que permaneça nas coisas que Paulo lhe escreve. Te salvarás não é uma proposição à justificação pelas obras, mas, sim, à santificação, à caminhada diária de fé do cristão (Mc 8.34-38; Jo 12.25,26). Aos que te ouvem se refere aos membros da igreja local que ouviam as leituras, as exortações e os ensinos de Timóteo.

quarta-feira, 27 de abril de 2022

CADVPR

O ESTADO BRASILEIRO É LAICO?

É difícil responder à pergunta em termos de “sim” ou “não”. A laicidade não existia no tempo do Império, já foi maior no início do período republicano, pelo menos na educação pública, e é hoje maior do que naquela época na legislação sobre a família. É como a democracia. O Estado brasileiro é hoje mais democrático do que foi em qualquer momento do passado, mas há muito, muito mesmo a fazer para ampliar a democracia. Já houve recuos, mas os avanços prevalecem.

Em suma: o Estado brasileiro não é totalmente laico, mas passa por um processo de laicização.

Na sua formação, o Estado brasileiro nada tinha de laico. A Constituição do Império (1824) foi promulgada por Pedro I “em nome da Santíssima Trindade”. O catolicismo era religião oficial e dominante. As outras religiões, quando toleradas, eram proibidas de promoverem cultos públicos, apenas reuniões em lugares fechados, sem a forma exterior de templo. As práticas religiosas de origem africana eram proibidas, consideradas nada mais do que um caso de polícia, como até há pouco tempo. O clero católico recebia salários do governo, como se fosse formado de funcionários públicos. O Código Penal proibia a divulgação de doutrinas contrárias às “verdades fundamentais da existência de Deus e da imortalidade da alma”. Os professores das instituições públicas eram obrigados a jurarem fidelidade à religião oficial, que fazia parte do currículo das escolas públicas primárias e secundárias. Só os filhos de casamentos realizados na Igreja Católica eram legítimos, todos os outros eram “filhos naturais”. Nos cemitérios públicos, só os católicos podiam ser enterrados. Os outros tinham de se fingir católicos ou procurarem cemitérios particulares, como o “dos ingleses” (evangélicos), no Rio de Janeiro.

A situação de hoje é bem diferente daquela, mas ainda está longe de caracterizar um Estado laico. As sociedades religiosas não pagam impostos (renda, IPTU, ISS, etc) e recebem subsídios financeiros para suas instituições de ensino e assistência social. O ensino religioso faz parte do currículo das escolas públicas, que privilegia o Cristianismo e discrimina outras religiões, assim como discrimina todos os não crentes. Em alguns estados, os professores de ensino religioso são funcionários públicos e recebem salários, configurando apoio financeiro do Estado a religiões, que, aliás, são as credenciadoras do magistério dessa disciplina. Certas sociedades religiosas exercem pressão sobre o Congresso Nacional, dificultando a promulgação de leis no que respeita à pesquisa científica, aos direitos sexuais e reprodutivos. A chantagem religiosa não é incomum nessa área, como a ameaça de excomunhão. Há símbolos religiosos nas repartições públicas, inclusive nos tribunais.

A expressão Estado laico não consta da constituição de 1988, mas parte de seu conteúdo pode ser encontrado nela: entre as interdições à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, está a de

“Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-las, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.”

Assim formulado, o texto constitucional permite associações entre o Estado e instituições religiosas que, se não interdita consciência e crença, privilegia uns credos em detrimento de outros, e, mais ainda, privilegia os crentes diante dos não crentes em matéria religiosa.

O Estado brasileiro tem tratados com o Vaticano, ente estatal da Igreja Católica, em matérias como a capelania militar, além de concordatas implícitas, como a que mantém o laudêmio. Este é um resquício do direito medieval, que persiste até hoje no Brasil. Ele consiste numa taxa que o proprietário de um imóvel tem de pagar anualmente (foro). Além disso, cada vez que o imóvel sujeito ao laudêmio é vendido, tem-se de pagar uma taxa calculada à base de 2,5% a 5,5% do valor da transação – chega a ser maior do que o imposto de transmissão devido à Prefeitura Municipal. Além da família imperial, dioceses da Igreja Católica e irmandades religiosas beneficiam-se do laudêmio nas áreas centrais das cidades mais antigas do país. Se as Igrejas Evangélicas não recebem recursos do laudêmio, beneficiam-se de outros privilégios, como as concessões de emissoras de rádio e televisão, além de acesso a recursos públicos para atividades assistenciais e educacionais. O art. 150 da Constituição proíbe a criação de impostos federais, estaduais e municipais sobre “templos de qualquer culto”.

Durante a preparação da visita do papa Bento XVI, em maio de 2007, o Vaticano pressionou o governo brasileiro a assinar um pacto para consolidar os privilégios da Igreja Católica, assim como para estabelecer outros, como o livre acesso às terras indígenas, para ação religiosa. Naquela ocasião, denúncias de entidades laicas e matérias na imprensa, de que um acordo secreto estava sendo elaborado, frustraram a iniciativa, que, aliás, recebeu a rejeição do Presidente da República, que afirmou ser “o Brasil um Estado laico”. No entanto, os entendimentos continuaram, secretamente, e culminaram na assinatura da Concordata, em Roma, em novembro de 2008, tendo sido homologado este acordo pela Câmara dos Deputados, mediante o Decreto Legislativo 1.736, em agosto de 2009. Depois de tramitação rapidíssima, ele foi aprovado pelo Senado e, em 11 de fevereiro de 2010, o presidente Lula assinou o decreto 7.107 promulgando a concordata Brasil-Vaticano/Santa Sé. Para saber mais sobre essa Concordata Brasil-Vaticano, clique aqui.  

Nesse processo de construção do Estado laico, há avanços e recuos. Aqui vão dois exemplos. Primeiro, dois exemplos de avanço seguido de recuo. A Constituição Republicana de 1891 determinava que fosse laico o ensino ministrado nas escolas públicas, mas a aliança do Governo Vargas com a Igreja Católica fez com que o ensino religioso voltasse às escolas públicas, mediante decreto, em 1931, e por determinação constitucional, em 1934. Desde então, todas as constituições prevêem o ensino religioso nas escolas públicas, um retrocesso. Vamos a outro. As duas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1961 e 1996) foram promulgadas com uma cláusula que proibia o uso de recursos públicos para o ensino religioso nas escolas públicas – um avanço na direção da laicidade do Estado. Mas, essa cláusula foi retirada das duas leis, pelo mesmo Congresso que as promulgara, por causa da pressão da Igreja Católica – outro recuo na laicidade. Agora, um exemplo de avanço da laicidade do Estado, este bem consolidado. Apesar da longa e sistemática oposição do clero da Igreja Católica contra a possibilidade legal de dissolução do vínculo conjugal, o divórcio foi instituído, por lei do Congresso Nacional, em 1977. Neste caso, a moral coletiva foi retirada da tutela religiosa, portanto, houve um avanço no processo de laicização do Estado que refletiu a secularização da Sociedade.

domingo, 24 de abril de 2022

 


CADVPR Satanás: 2 Coríntios 4:4 nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.

(2 Coríntios, 4)   Nesta epístola, Paulo usa a própria terminologia do ensino gnóstico de que o universo era governado por AEONS, emanações da Deidade. O arconte aqui é aquele que possuía domínio sobre o ar, e todo o corpo de AEONS formava o pleroma (plenitude) do mundo espiritual, em contraste com o vazio ou o caráter não substancial do mundo material.

Hebraísmo: Efésios 5:6. Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.

(Efésios, 5) 
não filhos desobedientes, mas filhos de Satanás de uma maneira especial, sendo aqueles em quem ele trabalha e em quem a ira de Deus vem. 

Romanos 11:30, Pois assim como vós outrora fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles,

(Romanos, 11) assim como vós também antigamente fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles,

Em que caminhamos por algum tempo. Dos efeitos ou frutos, ele tira uma prova de que o pecado reinou neles; pois, até que o pecado se manifeste em atos externos, os homens não estão suficientemente conscientes de seu poder. Quando ele acrescenta, de acordo com o curso deste mundo, ele sugere que a morte que ele mencionou se enfurece na natureza do homem e é uma doença universal. Ele não quer dizer o curso do mundo que Deus ordenou, nem os elementos, como o céu, a terra e o ar – mas a depravação com a qual estamos todos infectados; de modo que o pecado não é peculiar a poucos, mas permeia o mundo inteiro.

Segundo o príncipe do poder do ar. Ele agora segue adiante e explica que a causa de nossa corrupção é o domínio que o diabo exerce sobre nós. Uma condenação mais severa à humanidade não poderia ter sido pronunciada. O que ele deixa para nós, quando nos declara escravos de Satanás e sujeitos à sua vontade, desde que vivamos fora do reino de Cristo? Nossa condição, portanto, embora muitos a tratem com ridículo, ou, pelo menos, com pouca desaprovação, pode muito bem excitar nosso horror. Onde está agora o livre-arbítrio, a orientação da razão, a virtude moral, sobre a qual papistas balbuciam 

 (Dizer ou falar de forma imperfeitahesitante ou pouco  perceptível, Dizer algo sem convicção ou sem o conhecimento do assunto.)   muito? O que eles acharão que é puro ou santo sob a tirania do diabo? Sobre esse assunto, de fato, eles são extremamente cautelosos e denunciam essa doutrina de Paulo como uma heresia grave. Eu sustento, pelo contrário, que não há obscuridade na linguagem do apóstolo; e que todos os homens que vivem de acordo com o mundo, isto é, de acordo com as inclinações de sua carne, são declarados aqui lutar sob o reinado de Satanás.

De acordo com a prática dos escritores inspirados, o Diabo é mencionado no número singular. Como os filhos de Deus têm uma cabeça, assim também os ímpios; para cada uma das classes forma um corpo distinto. Ao atribuir a ele o domínio sobre todos os seres perversos, a impiedade é representada como uma massa ininterrupta. Quanto à sua atribuição ao poder do diabo sobre o ar, isso será considerado quando chegarmos ao sexto capítulo. No momento, apenas anunciaremos o estranho absurdo dos maniqueus, tentando provar a partir desta passagem a existência de dois princípios, como se Satanás pudesse fazer qualquer coisa sem a permissão divina. Paulo não permite a ele a mais alta autoridade, que pertence apenas à vontade de Deus, mas apenas uma tirania que Deus permite que ele exerça. O que é Satanás senão o carrasco de Deus para punir a ingratidão do homem? Isso está implícito na linguagem de Paulo, quando ele representa o sucesso de Satanás como confinado aos incrédulos; pois os filhos de Deus estão assim isentos de seu poder. Se isso for verdade, segue-se que Satanás não faz nada além do controle de um superior: e que ele não é  um monarca ilimitado.
Podemos agora extrair dela também essa inferência, de que homens ímpios não têm desculpa para serem levados por Satanás a cometer todo tipo de crimes. De onde vem que eles estão sujeitos à sua tirania, mas porque são rebeldes contra Deus? Se ninguém é escravo de Satanás, a não ser aqueles que renunciaram ao serviço e se recusam a ceder à autoridade de Deus, que se culpem por terem um mestre tão cruel.

Em que você andou no tempo passado – Há muita força nessas expressões; os efésios não haviam pecado casualmente, ou agora e depois, mas continuamente; era o emprego contínuo deles; eles andavam em ofensas e pecados; e este não era um caso solitário, todas as nações da terra agiam da mesma maneira; era o curso deste mundo, de acordo com a vida, modo de vida ou idades sucessivas deste mundo. A palavra a??? , cujo significado literal é duração constante, é freqüentemente aplicada a coisas que têm um curso completo, como a dispensação judaica, um governo específico e o termo da vida humana; então, aqui, toda a vida é um tecido do pecado, do berço ao túmulo; toda alma humana, não salva por Jesus Cristo, continua a transgredir. E o mundo nominalmente cristão está no mesmo estado até os dias atuais. Era após era, passa-se dessa maneira, e os vivos não se importam com isso!

O príncipe do poder do ar – Como a cláusula anterior pode ter um respeito especial pelo povo judeu, que é freqüentemente denominado? neste mundo, esta última cláusula pode se referir especialmente aos gentios, que estavam mais manifestamente sob a poder do diabo, como quase todo objeto de sua adoração era um demônio, a quem as piores paixões e práticas eram atribuídas, e cuja conduta seus eleitores cuidavam de copiar.

Satanás é chamado de príncipe do poder do ar, porque o ar deveria ser uma região na qual espíritos maliciosos habitam, todos sob a direção e influência de Satanás, seu chefe.

O espírito que agora funciona – você adora as operações do príncipe das potências aéreas não se limitam a essa região; ele tem outra esfera de ação, viz. o coração perverso do homem, e nisso ele trabalha com energia. Ele raramente inspira indiferença à religião; os assuntos nos quais ele trabalha são determinados opositores da religião verdadeira ou são transgressores sistemáticos e energéticos das leis de Deus.

Filhos da desobediência – Talvez um hebraísmo para crianças desobedientes; mas, tomada como está aqui, é uma expressão forte, na qual a desobediência, ? ape??e?a , parece ser personificada, e homens perversos exibidos como seus filhos; o príncipe do poder do ar é seu pai, enquanto a desobediência é sua mãe. Assim, eles são enfaticamente o que nosso Senhor os chama, Mateus 13:38 , o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno; 

( Mateus, 13) do iníquo; pois eles mostram que são de seu pai, o diabo, porque farão suas obras,

 João 8:44. Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira.

(João, 8)   Alguns pensam que, por filhos da desobediência, o apóstolo significa particularmente os judeus desobedientes, incrédulos, refratários e perseguidores; mas acho que ele fala isso geralmente e se refere aos judeus no versículo seguinte.

Efésios 2: 2 . nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência,

(Efésios, 2)       Onde você andou no passado  Os efésios foram notáveis, no meio de todo o seu aprendizado, por um personagem mais abandonado. Eles baniram Hermodoro apenas por sua virtude; assim, com efeito, fazendo uma lei, para que todo homem modesto e temperado os deixe. A palavra a???, mundo renderizado , pode ser observado no Novo Testamento para significar o estado duradouro e a constituição das coisas nas grandes tribos ou coleções de homens, consideradas em referência ao reino de Deus; dos quais havia dois mais eminentes, e principalmente destinados à palavra a???e?, quando isso é usado sozinho; e isso é Agora , este mundo atual, que é levado para o estado do mundo em que os filhos de Israel eram o povo de Deus, e constituiu seu reino na terra; os gentios, isto é, todas as outras nações do mundo, estando em estado de apóstolo e revolta dele, os vassalos professos e súditos do diabo, a quem prestaram homenagem; e a??? µe????, o mundo vindouro – ou seja , o tempo do evangelho, em que Deus, por Cristo, derrubou o muro de separação entre judeus e gentios e abriu um caminho para reconciliar o resto da humanidade e levar os gentios novamente ao seu reino, sob o Senhor Jesus Cristo, sob cuja regra peculiar ele a havia colocado. A frase, príncipe do poder do ar, o que quer que isso signifique além disso, sugere que Satanás possuía grande poder; e, conseqüentemente, que a virtude de nosso Salvador, que foi capaz de lutar e conquistá-lo, tanto no deserto quanto no jardim do Getsêmani, era inconcebivelmente grande e extraordinariamente ilustre. O original, que reproduzimos, agora trabalha nos filhos da desobediência, é muito forte e enfático, tanto na denominação que dá aos pagãos em geral, como filhos da rebelião e obstinação, que não cederiam a nenhuma persuasão que os pressionaria. para um melhor curso da vida (como a etimologia da palavra ape??e?a importações) e da maneira forçada em que expressa a influência de Satanás sobre eles – como inspirado ou possuído por ele. As palavras podem ser traduzidas aqui, mesmo o Espírito que agora opera poderosamente nos filhos da desobediência.

Colossenses 2:20 ; Se morrestes com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se vivêsseis no mundo,  

 João 7: 7 .  7. O mundo não vos pode odiar; mas ele me odeia a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más.

  “ Apocalipse 13: 8  . 8. E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.

De acordo com o curso deste mundo – A palavra curso traduzido significa adequadamente uma longa série de vezes, em que uma era corrupta segue outra.

Segundo o príncipe do poder do ar – cujo efeito todos podem perceber, embora nem todos compreendam a causa: um poder indescritivelmente penetrante e amplamente difundido; mas, no entanto, quanto a suas influências repulsivas, sob a esfera dos crentes. Os espíritos malignos estão unidos sob uma cabeça, cuja sede está no ar. Aqui, ele às vezes levanta tempestades, às vezes faz representações visionárias e está continuamente movendo-se para lá e para cá. O espírito que agora opera – Com grande poder; e assim o fez, e em todas as épocas.Nos filhos da desobediência – em todos os que não crêem e obedecem ao evangelho.