Significado de Salmos 147
O Salmo 147, um salmo de louvor descritivo, dá forte ênfase aos temas da criação. Este poema anônimo deve ter sido escrito depois do retorno do povo a Jerusalém quando saiu do cativeiro babilônico (também os Salmos 126; 132; 135). A estrutura é em três partes, sendo cada parte apresentada por uma convocação para louvar ao Senhor: (1) ordem para louvar ao Senhor por Suas graças reparadoras (v. 1-6); (2) ordem para louvar ao Senhor pela alegria que Ele encontra em Seu povo (v. 12-20); (3) ordem para louvar ao Senhor por Sua Palavra (v. 12-20).
147.1 — O sentimento de que decoroso é o louvor também é expresso em Salmos 33.1. O povo de Deus pode apresentar suas ofertas de louvor e adoração ao Senhor.
147.2,3 — Edifica Jerusalém. As poucas pessoas que retornaram do cativeiro enfrentaram uma tarefa árdua. Mas precisavam saber, assim como todas as outras pessoas que trabalharam pelo Senhor depois, que, como a obra era de Deus, Ele cuidaria para que fosse concluída. E privilégio do povo de Deus ser contado como parte da concretização do trabalho, mas a glória pertence a Ele. Sara os quebrantados de coração, a principal obra de Deus é dentro do coração humano (Sl 51.10-12).
147.4-6 — Conta o número das estrelas. Citação de Isaías 40.26, estas palavras tratam da sabedoria infinita de Deus. Mas as palavras têm um significado maior. O interesse principal de Deus não é por estrelas, ou por insetos, mas, sim, pelo Seu povo (v. 11).
Eleva os humildes. A grandeza de Deus só pode ser abordada pelo humilde; Ele resiste aos altivos, mas conforta o modesto (Sl 86.14; 146.9; Tg 4.6).
147.7-9 — Cantai louvores. O segundo momento do salmo começa com um novo chamado para louvar a Deus (v. 1,12).
Chuva para a terra. Uma parte essencial das graças da aliança feita por Deus é a chuva, que permite a produção de alimentos e a subsistência (Lv 26.1-13). Mais do que isso, Deus manda a chuva para os justos e injustos devido à misericórdia que tem por todos. Podemos descrever as ações de Deus nestes versículos como as graças habituais de Deus.
Animais. Jesus diz que Deus cuida até mesmo dos corvos (Mt 10.29).
147.10,11 — Não se deleita. O prazer que Deus sente em Seu povo é maior que qualquer outro prazer que possa encontrar em cavalo ou homens ágeis. Pode-se encontrar flexões dos verbos deleitar-se e comprazer-se em Salmos 40.6-8 e 51.16. São respostas de Deus à genuína devoção; Ele se deleita com aqueles que lhe respondem corretamente (Sl 86.4). Temer a Deus é responder-lhe apropriadamente, com admiração, respeito e devoção.
147.12 — As palavras louva [...] ao Senhor principiam o terceiro momento do salmo. É um lembrete aos novos assentados na terra de que Deus os abençoara de inúmeras maneiras. Ele lhes concedera proteção, posteridade, paz e produtividade.
147.13-18 — Sua palavra. O objetivo desta parte é de que a ordem de Deus corra todo o Seu mundo; tudo o que Ele mandar, a criação obedece. Como nas palavras comemorativas do Salmo 104, sentimos aqui que Deus deleita-Se em Sua criação. O termo natureza em si é uma palavra muito passiva, muito distante de Deus. Criação é como os autores da Bíblia a compreendiam, porque ela responde ao seu Criador.
147.19,20 — A palavra de Deus anda pelo meio de Sua criação, fazendo que a neve, a geada, o granizo, o vento e todos os demais fenômenos naturais reajam à Sua ordem. Aqui, Ele concede Sua palavra ao Seu povo. Devemos obedecer-lhe tal como faz o vento? Ou seremos nós o único elemento da criação que não obedece à vontade divina?
Não fez assim. Israel professou a revelação específica que recebera de Deus e acatou sua responsabilidade específica. Nossa responsabilidade é tão profunda quanto a de Israel, porque nós também ouvimos os testemunhos do Criador por meio das Escrituras.

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