segunda-feira, 3 de setembro de 2018


EZEQUIEL 7
Embora o tema seja semelhante ao do assunto discutido no capítulo 6, este versículo indicia que Ezequiel passou por um período de silêncio, quiçá para meditação, ao qual se seguiu novo influxo de inspiração; e, conforme se conclui pelo carácter lírico do capítulo, a inspiração fez-se acompanhar por emoções mais intensas.

Versículo 2
Os "quatro cantos" correspondem provavelmente aos quatro pontos cardeais. Neste caso, o "fim" refere-se ao cerco de Jerusalém ou à existência de Israel como nação. Tal acontecimento aproxima-se com celeridade.

Versículo 3
O medo ensinará às pessoas aquilo que o amor não conseguiu transmitir. O carácter imparcial dos julgamentos divinos recairá sobre Israel.

Versículo 4
As pessoas colherão o que semearam: as idolatrias de Israel serão reconhecidas no seu castigo.

Versículo 5
As palavras implicam que o mal que se aproximava seria deveras inaudito, não necessitando de repetição para atrair a atenção dos homens.

Versículo 6
A condenação profetizada aproxima-se impiedosamente para concluir a sua missão.

Versículo 7
O som da "alegria" não se fará ouvir nas "montanhas"; no seu lugar, haverá o bramido da guerra e do "pânico".

Versículos 8 e 9
Estes versículos repetem a ideia do versículo 3. O povo tem um coração tão endurecido pela iniquidade que só se lembrará de Javé após ser afligido por uma severa punição.

Versículos 10 e 11
A desgraça ergue-se da terra; a "vara" da vingança floresce. O "orgulho" é provavelmente o de Israel, que atraiu o seu próprio castigo por força da presunção.

Versículo 12
Os companheiros de Ezequiel no exílio pertenciam às classes sociais mais nobres e abastadas. Aparentemente, estavam tentados a vender as suas propriedades a um preço que fizesse o "comprador" alegrar-se e o "vendedor" afligir-se. Em ambos os casos, a tristeza ou o regozijo seriam ambos passageiros; a fúria estender-se-ia a toda a população.

Versículo 13
À primeira vista, o pensamento aparenta acrescentar angústia à situação do vendedor; este não recuperará as suas propriedades. O "pecado" não fortalece a vida dos homens, já que a verdadeira força provém exclusivamente de Deus.

Versículo 14
A "trombeta" soaria como alarme de guerra mas, mesmo nessas circunstâncias, a culpa pelas iniquidades praticadas impediria os homens de se prepararem para a batalha. Originalmente, o toque de trombeta associava-se ao Jubileu, um festival durante o qual as propriedades eram devolvidas aos seus antigos donos, os escravos eram libertados e as dívidas perdoadas.

Versículo 15
Ezequiel reitera a ameaça inexorável da "espada", "peste" e "fome".

Versículo 16
As "montanhas" constituíam um refúgio natural para aqueles que procuravam fugir do perigo. No caso apontado por Ezequiel, porém, nem elas serão capazes de proporcionar protecção. As pessoas seriam como "pombas" perseguidas por perigosos predadores. Cada pessoa nada mais poderá fazer do que aguardar pelo seu castigo.

Versículo 17
As palavras podem apontar para o frio terror que impede o homem de agir.

Versículo 18
O povo exibe sinais típicos de luto, desonra e dor ("sacos" e "cabeças" rapadas).

Versículo 19
"… a prata e o ouro não poderão salvá-los no dia da cólera do Senhor."

As pessoas que fizeram da "prata" e do "ouro" os seus ídolos não serão resgatada por influência destes. Em vez de se regozijarem com o dinheiro, como haviam feito, os homens deviam tê-lo repudiado. Aquando dos horrores do cerco, com todos os víveres a preços exorbitantes, nem a mais extensa fortuna seria suficiente para os fazer "encher o ventre".

Versículo 20
As "jóias" eram primariamente usadas como símbolo orgulhoso de riqueza; depois, foram utilizadas para enfeitar "ídolos abomináveis". Assim, as "jóias" passaram a constituir "objectos de repugnância".

Versículo 21
Este versículo refere-se à "prata", "ouro" e "jóias", entregues aos invasores caldeus, que classificariam tais coisas como mero saque.

Versículo 22
Os invasores pilhariam adicionalmente os tesouros do Templo de Javé.

Versículo 23
"Prepara cadeias; pois a terra está repleta de crimes..."

As "cadeias" seriam usadas para acorrentar os cativos e conduzi-los ao local de exílio (ver referência em Naum 3:10).

Versículo 24
Os caldeus eram provavelmente mais proeminentes nos pensamentos do profeta quanto aos "mais bárbaros pagãos". Estes espalhariam o caos por toda a sociedade israelita.

Versículo 25
A palavra "salvação" destina-se potencialmente a ser interpretada No seu sentido mais amplo, incluindo segurança e prosperidade; também pode incluir possíveis propostas de paz feitas aos generais caldeus. Nenhuma dessas situações chegará à bom termo.

Versículo 26
"Sobrevirão desastres sobre desastres, más notícias sobre más notícias."

Este versículo faz lembrar as "guerras e rumores de guerra" de Mateus 24:6. O clima de insegurança e incerteza face a um tempo de invasão agrava a miséria vigente. As palavras descrevem um cenário de caos político e confusão. Angustiado, o povo volta-se para três representantes da sabedoria:
- O "profeta", mensageiro imediato de Javé;
- O "sacerdote", intérprete da Sua Lei;
- Os "anciãos", portadores de lições de vida e muita experiência.

Contudo, todos estes apelos se revelarão vãos.

Versículo 27
Todas as classes sociais sentirão o pavor da invasão e das privações consequentes. No final, ficarão asseguradas a equidade e justiça dos Julgamentos divinos, bem como o carácter Todo-Poderoso e imparcial de Javé.

Nenhum comentário:

Postar um comentário