Deuteronômio 8
8.1-20 — Somente Yahweh era a fonte de todas as bênçãos, tanto no deserto como na Terra Prometida. Neste sentido, Moisés aconselha os israelitas a lembrar-se do que Deus fizera por eles, no Egito e no deserto, e a permanecer gratos por causa do cumprimento da promessa. Assim, não se esqueceriam do Senhor nem o abandonariam.
8.1 — Para que vivais. Neste contexto, o verbo vivais possui o mesmo significado de salvar a vossa alma em Tiago 1.21 e 5.20.
8.2 — E te lembrarás. Neste momento, o Senhor estimula os israelitas a lembrarem que Ele os havia guiado no deserto durante quarenta anos, para humilhá- [los], tentá- [los] (pô-los à prova), e para saber o que estava no seu coração, ensinando-os a confiar nele. Ao fazer isso, Deus não só os encoraja a serem retos e fiéis a Ele, como também os prepara para enfrentarem as novas provações que viriam. A resposta dos hebreus a estas determinaria as reais intenções do povo.
8.3 — Deus supriu Seu povo com alimento no deserto (Ex 16), mas mostrou-lhe que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor. Jesus afirmou esta verdade usando as mesmas palavras para resistir a Satanás (Mt 4.4; Lc 4.1-4) Isso significa que os seres humanos têm uma natureza espiritual que só pode ser satisfeita quando se buscam os nutrientes contidos na Palavra de Deus.
8.4 — Além de providenciar maná e água, o Senhor conservou as roupas e as sandálias do povo no deserto por quarenta anos!
8.5,6 — E guarda os mandamentos do Senhor. Os ensinamentos de Deus são atemporais, portanto válidos inclusive para os dias de hoje (Hb 12.5-11).
8.7-9 — A terra tinha todas as coisas necessárias para o sustento da vida e para o desenvolvimento de uma economia: água, tipo de solo apropriado para plantações diversas e metal para a fabricação de utensílios (Dt 11.8-12). As várias nascentes contrastavam com o Nilo, o único manancial disponível para os que viviam no Egito (Dt 11.10). As inúmeras espécies de plantas surpreenderiam os israelitas, recém-saídos de uma longa jornada numa terra árida.
8.10-14 — Louvarás ao Senhor. A resposta perfeita à expressão tiveres comido e fores farto, ou seja, à plenitude, é o agradecimento e a adoração. Neste sentido, vale ressaltar o costume judeu de agradecer após certas refeições festivas. A importância de louvar a Deus pela abundância reside no fato de que, se as pessoas não o fizessem, se esqueceriam do Senhor, se tornariam soberbas e gananciosas, correndo o risco até mesmo de negar que Deus lhes deu todas as provisões necessárias (v. 17). Em pleno gozo das bênçãos, o povo poderia começar a achar que não precisaria de mais nada e que era autossuficiente, por isso foi feita a advertência se não eleve o teu coração.
8.14-16 — Teu Deus, que te tirou da terra do Egito[...] que te guiou[...] e tirou água para ti da rocha[...] que no deserto te sustentou. Estas quatro alusões históricas relembram: (1) a libertação do Egito, (2) a presença de Deus no deserto, (3) a provisão de água e (4) a provisão de maná. Mediante a experiência no Egito e no deserto, o Senhor levou Seus filhos a tomarem decisões que evidenciariam sua verdadeira natureza, daí a necessidade de humilhá- [los] e prová- [los]. Ao aplicar testes realmente difíceis, Deus foi um excelente Mestre, porque tinha como objetivo um bom futuro para Seu povo: para, no teu fim, te fazer bem.
8.17 — Moisés avisou os hebreus de que prosperidade e poder geralmente levam a uma autoexaltação e à rejeição de Deus.
8.18 — O poder concedido por Deus não tem relação alguma com a manipulação humana, o domínio político, a competição e todas as outras formas de se obter vantagens e estar na dianteira. Ele é a graça.
8.19,20 — A sentença divina para o povo no caso de este se inclinar a outros deuses era perecer como as nações que os israelitas foram incumbidos de extirpar.
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