sexta-feira, 28 de julho de 2017

Autocontrole


É característica, aparentemente comum, dos homens e mulheres de hoje sentirem-se deprimidos por não conseguirem cumprir tarefas e projetos no vencimento estipulado, saldar débitos na data estabelecida e procrastinar a realização de seus trabalhos, ideais e desejos. A total indisciplina e a ausência de autocontrole afetam praticamente todas as áreas da vida humana. Elas se manifestam em promessas não cumpridas, lares desordenados e desorientados, ambientes de trabalho desorganizados, descontrole alimentar, falta de ponderação quanto ao tempo gasto diante de uma TV, indulgência às fantasias, vida sexual descontrolada e gastos supérfluos.

Devido a importância deste conceito, volto a enfatizar que nós, como pais, devemos ser modelos e exemplos para nossos filhos. Sendo assim, é prioritário exercitarmos um severo autocontrole em nossas vidas para influenciarmos positivamente o futuro de nossos filhos. Pai, todo ensino que você puder transmitir sobre a excelência de possuir autocontrole, certamente beneficiará sensivelmente o desenvolvimento de seu filho. Tal característica contribuirá para determinar o nível de sucesso que ele poderá obter, tanto na fase da adolescência, como na vida adulta.

O ensino dessa virtude pretende preparar seu filho para tomar decisões corretas e fazer escolhas sábias. Sempre que ele fizer uma decisão acertada você deverá elogiá-lo, incentivá-lo e demonstrar aprovação pelo seu desempenho. Não permita que o desânimo o vença quando as atitudes de seu filho não coincidirem com o objetivo desejado. Não se esqueça de que esse processo de aprendizado é a longo prazo. Como você já deve ter notado, quase sempre sou prático na exposição do que procuro transmitir. Esforço-me para não me deter apenas na teoria.

É possível elaborar um plano para ajudar a criança ou adolescente a controlar-se, a partir da fase em que começam a entender o que seus pais lhe dizem.

1. Ensinar Deuteronômio 6.7, aconselha: "Tu a inculcarás a teus filhos e delas falarás...". Às margens do rio Jordão, o povo de Israel preparava-se para entrar na terra prometida. Moisés considerou oportuno que, antes disso, seus compatriotas conhecessem o pensamento do Senhor quanto a educação e criação de filhos. A exortação específica era para que os pais ensinassem os princípios da Palavra aos filhos pois só assim eles estariam aptos para tomar decisões corretas no futuro.

2. Determinar as informações a serem comunicadas Que informações seu filho precisa acumular tendo em vista tornar-se alguém com autocontrole? Quais verdades bíblicas fornecerão uma base sólida para ele fazer escolhas corretas e certas após os dezoito anos de idade? Uma verdade que nossos filhos, com certeza, precisarão compreender, é que suas vidas sempre estarão sob controle de uma de duas forças. Jesus mesmo disse: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um, e amar o outro; ou se devotará a um e desprezará a outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas" (Mt 6.24).

O apóstolo Paulo reforçou tal afirmação ao escrever: "Por isso o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito a lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto os que estão na carne não podem agradar a Deus" (Rm 8.7,8). Para alcançarmos sucesso na vida cristã, precisamos reconhecer que o autocontrole bíblico e verdadeiro emerge da direção e intervenção de Deus nas nossas vidas através do Espírito Santo. Em Gálatas 5.22,23, o autocontrole é um dos frutos do Espírito alistados, indicando que para conseguirmos produzir tal virtude, devemos render nosso próprio espírito ao Espírito de Deus, que nos provê de recursos sobrenaturais para vivermos diligente e disciplinadamente para honrarmos ao nosso Pai e Criador. Sou pai, mas ainda sou filho.

Que o tempo que passamos com nossos pais e com nossos filhos, possa ser rico e significativo. A vida passa muito rápido e é fácil nos perdermos dentro dela em atritos e pesos desnecessários. Que possamos em nossos relacionamentos (dos quais pais e filhos é um dos mais preciosos) utilizar o tempo de maneira sábia e natural.

Perdão na Família


Sempre sonhamos em ter uma família perfeita. Não demorou muito (foi na nossa lua de mel) para descobrir que não seríamos aquela família. Apesar dos sonhos encantados de muitos noivos, a família perfeita não existe, e nunca existiu.
         Então devemos desistir da família?  Não. Talvez não seja possível ter uma família perfeita, mas podemos ser uma família que sabe perdoar uns aos outros, e estender essa esperança do perdão às pessoas ao nosso redor.
         O perdão é a chave para se ter uma família feliz.  Sem o perdão, ressentimentos e ira ficam submersos debaixo da superfície do lar.  Assim como o iceberg que naufragou o Titanic, mais cedo ou mais tarde essas mágoas afundam a família.  Temos que aprender a perdoar, através da experiência de sermos perdoados. 
         Deus nos ensina a perdoar por meio do perdão que nos oferece em Cristo Jesus. Como recebemos esse perdão?  Há alguns passos simples e básicos, mas essenciais, claramente traçados na Palavra de Deus:
        1) Reconhecer sua necessidade de perdão.  O padrão de Deus é alto.  A Bíblia nos diz, “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”(Mt 5:48).  Infelizmente, “todos pecaram, e carecem da glória de Deus”(Rm 3:23).  Pecar significa errar o alvo.  Todos nós erramos o alvo de perfeição estabelecido por Deus.  Quebramos a lei de Deus.  Somos culpados. 
        2) Reconhecer que está perdido sem o perdão de Deus.  Deus também diz, “O salário do pecado é a morte . . . “ (Rm 6:23).  Infelizmente, muitas pessoas hoje estão mais preocupadas com paz, prosperidade e poder do que com o perdão dos seus pecados.  São como passageiros de um navio descendo até o fundo do mar, preocupados em resgatar roupas, cosméticos e joias em vez de clamar por um salva-vidas!  Sem o perdão de Deus estamos perdidos, destinados à morte eterna.
        3) Somente através do sacrifício de Jesus é que somos perdoados por Deus:
 
“Aquele (Jesus) que não conheceu pecado, ele (Deus) o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus (2 Co 5:21).

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). 
“Não há condenação para aquele que está em Cristo Jesus” (Romanos 8.1).
Jesus sofreu o castigo de uma separação infinitamente dolorosa do Seu Pai, para que nós não tivéssemos que sofrer uma separação eterna dEle.
        4) A ressurreição de Jesus concede nova vida.  A morte não pôde segurar o Filho de Deus!  Sua ressurreição prova de uma vez por todas que nossos pecados realmente foram perdoados: “Cristo morreu pelos nossos pecados . . . . e ressuscitou” (1 Co 15:3,4). 
 
“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim . . . vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2:20).

        5) Somente quando confiamos exclusivamente em Cristo é que recebemos o perdão dos pecados. 
 
“Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé . . . não por obras” (Efésios 2:8,9). 
        “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo” (At 16:31). 
 
“Todo o que nele crê, não pereçe, mas tem a vida eterna” (João 3:16). 
        Crer em Cristo significa lançar sobre ele todo o peso do seu pecado, e a sua esperança pelo perdão e um destino no céu; não somente acreditar que existe bote salva-vidas, mas entrar nele!
         Todos que procuram salvar a si mesmos pelas suas boas obras são eternamente enganados.  Deus não compartilha Sua glória com ninguém, e não permitirá que pecadores arrogantes se vangloriem no céu como se a salvação fosse obra deles, ou algo que compraram pelas suas esmolas.  Imagine se um pai assistiu a morte de seu único filho depois de salvar inúmeras pessoas de um incêndio, só para ter os sobreviventes oferecerem R$5 em compensação, enquanto falam de como poderiam ter saído das chamas sem ajuda!
        “Crer” envolve mais que “afirmar” ou “reconhecer.”  Quem vê a si mesmo como pecador perdido merecedor do inferno, carente do perdão divino, deve se revoltar contra seu pecado e se voltar a Deus para ser salvo por Cristo.  Este é o arrependimento bíblico.  Cristo promete recebê-lo e abençoá-lo com vida eterna:  
 
“Quem ouve a minha Palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida” (Jo 5:24).

         O que você faz com seu pecado determinará seu destino eterno!  Há somente duas opções: abraçar o perdão oferecido pela obra de Jesus em sua morte e ressurreição como pagamento da pena do seu crime, ou pagar, você mesmo, o castigo de uma eternidade separado do Criador que tanto deseja ter comunhão com Suas criaturas.  Não se paga pelo mesmo crime duas vezes; ou aceito o pagamento que Jesus fez quando declarou na cruz “Está pago”; ou pago eu mesmo.
         E a família?  Quem recebe o “dom gratuito” de perdão por meio de Cristo, ganha condições de viver em família como perdoado e perdoador:
 
“Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou” (Ef 5:32).

         Não significa que, de repente, sua família ficará perfeita.  Perfeita, não!  Perdoada, sim.  E capaz de perdoar uns aos outros.
         Quem nunca sondou as profundezas da sujeira do seu próprio coração; quem nunca se viu como miserável pecador; quem nunca experimentou o perdão total em Cristo Jesus, não será capaz de perdoar os outros.  Será um juiz, intolerante, implacável, arrogante e orgulhoso.  Mas aquele que vive como perdoado será capaz de estender, pelo Espírito de Deus, perdão aos que convivem com ele.
         Viver em família e criar filhos nestes dias exige coragem, sim.  Mas podemos contar com a graça de Jesus, que nos capacita para amar e perdoar.

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