Catedral das Assembléia de Deus em Vila Pacheco da Rocha-Nova Iguaçu
Comissão aprova definição de família como união entre homem e mulher
Texto foi aprovado com 17 votos favoráveis e cinco contrários

A sessão que aprovou o estatuto durou mais de cinco horas e foi marcada por protestos e bate-bocas
Foto: Agência Câmara
O presidente da Comissão Especial do Estatuto da Família, deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ), negou que a proposta seja preconceituosa. "O projeto jamais teve a intenção de afrontar o STF, nem aqueles que acreditam em outras modalidades de familias. Não é espirito da Comissão discutir se o STF está certo. Não vamos acabar com o casamento entre homossexuais, nós não temos esse poder de revogar", garantiu o deputado, que também é pastor da Assembleia de Deus.
Ao defender o projeto o deputado argumenta que o projeto contempla apenas o modelo de família reconhecido na Constituição. “A minha posição como parlamentar é manter a família no modelo constitucional, a família como homem e mulher. Qualquer coisa diferente é inconstitucional até que se vote no Congresso”, disse.
'Infâmia'
O coordenador do Programa Rio Sem Homofobia do governo do estado, Cláudio Nascimento, definiu como uma infâmia o Estatuto da Família. Ele lamentou que parte dos deputados na Câmara " faça uma ofensiva contra os direitos humanos dos cidadãos LGBTs".
"O que aconteceu hoje (quinta-feira) é uma demonstração de que parte do Congresso Nacional está na contramão da história contemporânea ao não reconhecer que o conceito de família já foi alargado e contextualizado há muito tempo. É uma pena perceber que o Congresso, que poderia ser a casa de todos os brasileiros, ainda nega direitos, trabalha com a segmentação. O que a bancada fundamentalista tenta é uma ditadura, é fascismo. É tentar impor a sua visão de mundo para todos", declarou Nascimento, que lembrou os mais de 30 mil casamentos homoafetivos realizados no país.
Para o coordenador da Ceds (Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual) da Prefeitura do Rio, Carlos Tufvesson, a aprovação do Estatuto da Família é mais um retrocesso de direitos retirados da população LGBT no país. "Como também é um retrocesso a retirada da campanha contra HIV feita especialmente para jovens LGBTs. Como também é um retrocesso a retirada da Comissão de Gênero do Ministério da Saúde. São muitos os retrocessos que acontecem no Brasil e, por causa disso, os índices de crimes de ódio contra os cidadãos e cidadãs LGBTs crescem há oito anos".
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